A quantidade de morte de animais nas estradas pelo país afora é assustador e lamentável..... Pois é, humanos invadem áreas ambientais e o futuro presidente disse que não tem nada demais.... Tamu ferrados!!!!!
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No trecho da BR-262, entre Aquidauana e Miranda, estudos apontam a morte de seis animais silvestres atropelados por dia.
O Ministério Público Federal (MPF) entrou
com uma ação civil pública para que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) cumpra com as medidas previstas no licenciamento ambiental da BR-262, no trecho entre as cidades de Aquidauana e Corumbá, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, para evitar o atropelamento de animais silvestres. O G1 entrou em contado com a superintendência regional do DNIT, mas até a publicação da matéria não obteve retorno.
Segundo o MPF, neste trecho, a BR-262 tem o pejorativo título de “rodovia da morte da fauna silvestre”. Uma pesquisa publicada pelo Instituto Homem Pantaneiro aponta que seis animais silvestres morrem atropelados diariamente na estrada. A estimativa dos pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) é que, entre reportados e não reportados, o número possa chegar a 3 mil mortes por ano, atingindo 88 espécies, entre elas algumas ameaçadas de extinção, como o macaco prego e o cervo do Pantanal.
O MPF destaca no processo, que foi aberto em Corumbá, que embora as obras da estrada não tenham sido finalizadas as obrigações assumidas pelo DNIT para receber a Licença de Instalação (733) em 2010, continuam sendo descumpridas.
O Ministério Público aponta que o DNIT chegou a promover algumas medidas para diminuir a mortalidade de animais na rodovia, como a instalação de radares e sinalização horizontal e vertical (placas), nos trechos mais críticos. Porém, as medidas não foram suficientes para conter os problemas.
Entre as obrigações ainda pendentes estão, por exemplo, a instalação de cercas de passagem e condução para os animais pelas pontes de vazantes, de defensas metálicas, de passagens superiores, mudança de locais e instalação de mais radares, além da apresentação de um cronograma para a execução dos trabalhos.
O MPF também pede uma liminar à Justiça para que o DNIT retome imediatamente a limpeza sistematizada de 7 metros, a partir do acostamento, em todo esse trecho da rodovia. Com essa medida, que impedir que essa área próxima a estrada seja ocupada pelos animais.
MPF pede decisão liminar à Justiça obrigando o DNIT a retomar imediatamente o serviço de limpeza sistematizada de 7 metros, a partir do acostamento, ao longo de todo o trecho da rodovia, de forma a evitar a ocupação (abrigo, reprodução e alimentação) da fauna local neste perímetro. A multa diária por descumprimento deve ser de no mínimo mil reais.
No mês de outubro, o Ibama aplicou uma multa de R$ 8 milhões ao DNIT por não instalar redutores de velocidade na região. Na época, o DNIT afirmou por meio de nota que "pretende ampliar o número de controladores de velocidade no trecho em questão, porém, aguarda disponibilização de recursos financeiros".
Pesquisas monitoram o situação na “rodovia da morte”
A primeira pesquisa sobre a mortalidade de animais silvestres na BR-262 começou em 1996, com a dissertação de mestrado do pesquisador Wagner Fischer, citado em uma matéria do New York Times no dia 12 de novembro. Na época, a precariedade da sinalização e as condições da rodovia que corta a maior planície alagável do mundo eram a explicação para o alto número de carcaças à beira da estrada.
Em 2014, o professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Julio César de Souza, também citado pelo New York Times, refez o caminho. Na ocasião, já com a rodovia asfaltada, sinalizada com placas de aviso e 21 radares instalados de Anastácio a Corumbá, encontrou centenas de carcaças pela estrada.
O mais recente estudo foi publicado em 2017 pelo pesquisador Arnaud Desbiez, do Instituto de Pesquisa de Animais Silvestres (ICAS). A conclusão, após anos e anos de monitoramento e pesquisa, é que a evolução na redução desses acidentes foi mínima.
Fischer, Julio César e Arnaud fazem parte de um time de pesquisadores do centro-oeste, sul, sudeste e região de Mata Atlântica que busca, por meio de dados científicos, viabilizar propostas para suavizar os efeitos da alta taxa de mortalidade de animais silvestres nas estradas brasileiras.
Para Julio, tanto dados antigos quanto recentes comprovam a mesma coisa: a ineficiência das medidas tomadas e a falta de uma estrutura correta para conter a travessia dos animais.
"O bordo da estrada com mato alto funciona como um corredor de floresta para o animal, que avista o mesmo espaço do outro lado da estrada, e atravessa. Enquanto não houver uma solução para isso, os números continuarão assustadores", ressalta.
O professor Fischer aponta que, em 18 anos, os pesquisadores observaram também que o comportamento dos motoristas não mudou: "A alta velocidade na região é um risco para animais e homens. O Pantanal é um bioma muito rico, cheio de animais de diversas espécies, que por diferentes hábitos, morrem nas mesmas circunstâncias".
"Em 18 anos, muitas espécies que na época haviam em abundância, hoje não aparecem mais nas estradas e isso não é um bom sinal. A mortandade vai acabando com a diversidade, com o estoque de fauna que tem no local, desequilibra a população. Chega um ponto em que não tem mais bicho para morrer."
Na cheia ou na seca, os animais incorporam a existência da rodovia aos hábitos de sua natureza. "Eles ficam atravessando de um lado a outro, para conseguir parceiros sexuais, fazer seus ninhos, é uma série de interações entre a fauna que vai trocando de protagonista", explica Fischer.
Espécies mais atingidas
O pesquisador Julio César explica que os hábitos dos animais tem relação direta com sua presença na rodovia, e a taxa de mortalidade de cada espécie.
FONTE: G1
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No trecho da BR-262, entre Aquidauana e Miranda, estudos apontam a morte de seis animais silvestres atropelados por dia.
O Ministério Público Federal (MPF) entrou
com uma ação civil pública para que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) cumpra com as medidas previstas no licenciamento ambiental da BR-262, no trecho entre as cidades de Aquidauana e Corumbá, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, para evitar o atropelamento de animais silvestres. O G1 entrou em contado com a superintendência regional do DNIT, mas até a publicação da matéria não obteve retorno.
Segundo o MPF, neste trecho, a BR-262 tem o pejorativo título de “rodovia da morte da fauna silvestre”. Uma pesquisa publicada pelo Instituto Homem Pantaneiro aponta que seis animais silvestres morrem atropelados diariamente na estrada. A estimativa dos pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) é que, entre reportados e não reportados, o número possa chegar a 3 mil mortes por ano, atingindo 88 espécies, entre elas algumas ameaçadas de extinção, como o macaco prego e o cervo do Pantanal.
O MPF destaca no processo, que foi aberto em Corumbá, que embora as obras da estrada não tenham sido finalizadas as obrigações assumidas pelo DNIT para receber a Licença de Instalação (733) em 2010, continuam sendo descumpridas.
O Ministério Público aponta que o DNIT chegou a promover algumas medidas para diminuir a mortalidade de animais na rodovia, como a instalação de radares e sinalização horizontal e vertical (placas), nos trechos mais críticos. Porém, as medidas não foram suficientes para conter os problemas.
Entre as obrigações ainda pendentes estão, por exemplo, a instalação de cercas de passagem e condução para os animais pelas pontes de vazantes, de defensas metálicas, de passagens superiores, mudança de locais e instalação de mais radares, além da apresentação de um cronograma para a execução dos trabalhos.
O MPF também pede uma liminar à Justiça para que o DNIT retome imediatamente a limpeza sistematizada de 7 metros, a partir do acostamento, em todo esse trecho da rodovia. Com essa medida, que impedir que essa área próxima a estrada seja ocupada pelos animais.
MPF pede decisão liminar à Justiça obrigando o DNIT a retomar imediatamente o serviço de limpeza sistematizada de 7 metros, a partir do acostamento, ao longo de todo o trecho da rodovia, de forma a evitar a ocupação (abrigo, reprodução e alimentação) da fauna local neste perímetro. A multa diária por descumprimento deve ser de no mínimo mil reais.
No mês de outubro, o Ibama aplicou uma multa de R$ 8 milhões ao DNIT por não instalar redutores de velocidade na região. Na época, o DNIT afirmou por meio de nota que "pretende ampliar o número de controladores de velocidade no trecho em questão, porém, aguarda disponibilização de recursos financeiros".
Pesquisas monitoram o situação na “rodovia da morte”
A primeira pesquisa sobre a mortalidade de animais silvestres na BR-262 começou em 1996, com a dissertação de mestrado do pesquisador Wagner Fischer, citado em uma matéria do New York Times no dia 12 de novembro. Na época, a precariedade da sinalização e as condições da rodovia que corta a maior planície alagável do mundo eram a explicação para o alto número de carcaças à beira da estrada.
Em 2014, o professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Julio César de Souza, também citado pelo New York Times, refez o caminho. Na ocasião, já com a rodovia asfaltada, sinalizada com placas de aviso e 21 radares instalados de Anastácio a Corumbá, encontrou centenas de carcaças pela estrada.
O mais recente estudo foi publicado em 2017 pelo pesquisador Arnaud Desbiez, do Instituto de Pesquisa de Animais Silvestres (ICAS). A conclusão, após anos e anos de monitoramento e pesquisa, é que a evolução na redução desses acidentes foi mínima.
Fischer, Julio César e Arnaud fazem parte de um time de pesquisadores do centro-oeste, sul, sudeste e região de Mata Atlântica que busca, por meio de dados científicos, viabilizar propostas para suavizar os efeitos da alta taxa de mortalidade de animais silvestres nas estradas brasileiras.
Para Julio, tanto dados antigos quanto recentes comprovam a mesma coisa: a ineficiência das medidas tomadas e a falta de uma estrutura correta para conter a travessia dos animais.
"O bordo da estrada com mato alto funciona como um corredor de floresta para o animal, que avista o mesmo espaço do outro lado da estrada, e atravessa. Enquanto não houver uma solução para isso, os números continuarão assustadores", ressalta.
O professor Fischer aponta que, em 18 anos, os pesquisadores observaram também que o comportamento dos motoristas não mudou: "A alta velocidade na região é um risco para animais e homens. O Pantanal é um bioma muito rico, cheio de animais de diversas espécies, que por diferentes hábitos, morrem nas mesmas circunstâncias".
"Em 18 anos, muitas espécies que na época haviam em abundância, hoje não aparecem mais nas estradas e isso não é um bom sinal. A mortandade vai acabando com a diversidade, com o estoque de fauna que tem no local, desequilibra a população. Chega um ponto em que não tem mais bicho para morrer."
Na cheia ou na seca, os animais incorporam a existência da rodovia aos hábitos de sua natureza. "Eles ficam atravessando de um lado a outro, para conseguir parceiros sexuais, fazer seus ninhos, é uma série de interações entre a fauna que vai trocando de protagonista", explica Fischer.
Espécies mais atingidas
O pesquisador Julio César explica que os hábitos dos animais tem relação direta com sua presença na rodovia, e a taxa de mortalidade de cada espécie.
- Ele comenta que na época da cheia muitas capivaras, usam a estrada como refúgio seco, porque o Pantanal alaga:
- No período de seca, os peixes aparecem em pequenas áreas alagadas, e os jacarés vêm atraídos pela abundância de alimento, são animais lentos em terra firme;
- No alto a mesma coisa, tuiuiús e outras aves fazem seus ninhos perto da estrada, e gaviões e urubus vivem no entorno por conta das carcaças;
- À noite, os insetos são atraídos pelos faróis dos carros e quando mortos, soltam um cheiro que atrai o tamanduá, que também é lento e tem a visão ruim;
- Da mesma forma sapos, cobras e pequenos mamíferos cruzam a rodovia e, por serem pequenos e difíceis de visualizar, são vítimas certeiras dos veículos;
- Também onças, jaguatiricas e outros felinos que até são velozes, mas não tem chance alguma diante de um carro em alta velocidade.
E vão levar quantas décadas para tomar providências. No papel tudo parece fácil, quero ver ação.
ResponderExcluirNa verdade, ninguém se importa com os animais. São estorvos. Tudo que não é como eles querem é pra sair da frente.
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