É triste!!!!! nossas estradas estão matando e matando muitos animais silvestres e domésticos. Há que se ter uma solução para isto....
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Expansão das cidades e devastação dos ambientes naturais são as principais causas dos acidentes, afirma representante da Mata Ciliar, de Jundiaí (SP).
Uma estimativa do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE) aponta que, por ano, cerca de 475 milhões de animais devem morrer vítimas de atropelamento nas rodovias brasileiras. Segundo o representante da Associação Mata Ciliar de Jundiaí (SP), Samuel Nunes, a expansão das cidades e a devastação dos ambientes naturais são as principais causas do problema.
“Os animais ficam ilhados e sem alternativa. Em busca de alimento e água, acabam se arriscando e tentam atravessar as estradas ou rodovias”, afirma.
De acordo com Nunes, os animais mais vítimas de atropelamentos são gambás, tatus e répteis. Também há registro de acidentes com capivaras, veados, lobos e onças. A ONG não possui um levantamento de quantos atropelamentos de animais são registrados na região.
"Atualmente, a associação conta com 850 animais silvestres resgatados. O número de animais resgatados é flutuante, mais de 12 animais chegam todos os dias.” Entretanto, Nunes diz que 25% dos animais resgatados apresentam ferimentos causados pelos acidentes.
Para evitar atropelamento de animais nas rodovias, o representante da Associação Mata Ciliar passou dicas ao G1 que devem ser seguidas pelos motoristas.
Velocidade
Respeite os limites de velocidade, principalmente nos trechos com placas indicativas sobre animais na pista. É importante que o motorista também redobre a atenção nas estradas com matas ao redor e áreas que possuam cursos d’água, locais mais frequentados por animais silvestres.
Buzina e farol
Segundo Nunes, a buzina assusta os animais e o farol dificulta a visão, contribuindo para que ele fique paralisado no meio da pista. Por isso, ao avistar um animal atravessando na rodovia ou estrada, o ideal é não buzinar e diminuir o farol até ele passar.
Resgate
Em caso de acidente, evite tocar no animal machucado. “Nunca tente pegá-lo, não sabemos como ele irá reagir nessas condições. Além de oferecer risco ao animal machucado, não se sabe quais os danos decorrentes do impacto”, diz Nunes.
- O que fazer? Sinalize o local do acidente e entre em contato com a concessionária responsável ou acione a Polícia Ambiental e Corpo de Bombeiros mais próximo.
Associação Mata Ciliar
A Associação Mata Ciliar foi criada com objetivo de conservar os cursos de água e recuperar as áreas degradadas no interior do estado de São Paulo. No entanto, em 1997 a associação iniciou os trabalhos voltados para o resgate de animais silvestres, por meio do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS).
Durante o tratamento, os animais vítimas de acidentes passam pelo processo de reabilitação com veterinários especialistas e em recintos específicos. De acordo com Samuel Nunes, durante esse período o animal fica sob observação e, caso o quadro evolua bem e ele se recupere, é solto em seu hábitat.
“Nesse recinto o animal consegue se exercitar, além de apurar seus comportamentos naturais antes de voltar à natureza." O animal resgatado, muitas vezes, chega sem chance de sobrevivência. No entanto, alguns conseguem se recuperar, mas não voltam a ter as mesmas condições de saúde, portanto não podem ser soltos na natureza.
“Como é o caso da onça atropelada na Rodovia dos Bandeirantes. Ela fraturou uma perna e a bacia e seu futuro era incerto. Mas com o empenho da equipe e a superação do próprio felino, após nove meses de tratamento e reabilitação, ele pode voltar à natureza.”
FONTE:
g1.globo