Achei a matéria bem interessante e contribui para nosso conhecimento.
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Meu cachorro desmaiou, e agora? Saiba o que fazer para reanimar seu pet
Se seu cachorro desmaiar ou passar mal, é possível observar os sinais para entender qual é a melhor forma de responder à emergência e salvá-lo. O G1 foi até a Universidade de São Paulo (USP), na Faculdade de Medicina Veterinária, para conversar com as profissionais que atendem à comunidade no centro cirúrgico da instituição. A notícia é boa: se o dono agir de acordo com as dicas, as chances de sobrevivência sem lesão são maiores.
As médicas veterinárias Patrícia Bonifácio Flôr e Aline Magalhães Ambrósio trabalham no centro cirúrgico e usam bichos de pelúcia para ensinar os alunos (Foto acima: Fábio Tito/G1)
Quais são os sinais e o que eu posso fazer?
1 - Seu cachorro está correndo no parque e tem o focinho "achatado"? Fique atento à respiração do animal - se estiver muito frenética ou com ruídos é melhor dar uma pausa no passeio. Essas raças podem ter colapsos respiratórios com o cansaço e desmaiar. Isso é facilmente solucionado: evite o calor extremo, leve sempre água e faça alguns intervalos com o pet durante a caminhada.
2 - O animal (cachorro ou gato) apagou, parece que desmaiou. O que aconteceu? É importante verificar se ele está respirando. Se sim, leve com cuidado o animal para o médico veterinário mais próximo. Os desmaios podem ter diversas razões e só um profissional pode ajudar.
3 - Ele desmaiou, tem batimentos, mas não está respirando – é possível checar isso olhando se o tórax do animal está mexendo no ritmo do pulmão, ou colocando a mão na frente do focinho. No vídeo acima, as médicas demonstram onde ver o pulso dos cães e animais menores, como filhotes e gatos. Leve seu animal o mais rápido possível ao veterinário, pois o cérebro só aguenta cerca de 4 minutos sem receber novo oxigênio.
4 - O pior cenário: o bichinho não está respirando, nem tem batimentos cardíacos. Segundo as médicas, ele teve uma parada cardiorrespiratória. O melhor a fazer é uma massagem cardíaca para ajudar na circulação do sangue. Os movimentos devem ser feitos com os braços esticados sobre a região do tórax. Em cachorros grandes, a intensidade da força pode ser similar à usada em pessoas. Já em gatos e cães pequenos, você pode fazer a massagem usando os polegares na mesma região.
5 - Depois disso, se não acordar, você tem cerca de 4 minutos para chegar até o médico mais próximo. É o tempo que o cérebro aguenta, mas mesmo assim poderão ocorrer danos.
6 - Funciona fazer boca a boca no pet para ele voltar a respirar? Não. A médica veterinária Aline Ambrósio diz que dificilmente o ar chegará aos pulmões do animal devido ao formato cumprido do focinho.
7 - Assoprar o focinho ajuda? Não. Segue a mesma lógica do boca a boca.
Tom e Jerry são bichos de pelúcia usados para demonstrações nas aulas da Faculdade de Medicina Veterinária da USP (Foto: Fábio Tito/G1)
Convulsão
As explicações acima valem para os casos de desmaio em que o cachorro ou gato apaga sem movimentos. As médicas Patrícia Flôr e Aline Ambrósio explicam uma outra situação que gera pânico nos donos: a convulsão.
É diferente de quando ocorre uma parada cardiorrespiratória. O bichinho em convulsão apresenta algumas características: mexe as patas de forma involuntária, com os membros e pescoço bem esticados, e um olhar vidrado. Pode durar segundos e passar em seguida, ou a crise pode ser mais longa. "A parte mais crítica da convulsão é que o cérebro está sofrendo uma falta de oxigenação. Tem que levar o animal rápido para o médico, porque ele precisa de medicações para parar a crise".
Desenrolar a língua ajuda? Não. É arriscado, porque o animal pode prender os dentes na mão e não soltar. "A recomendação é de não enfiar a mão na boca. Existem contrações muito fortes na musculatura, principalmente na mandíbula. No momento em que você for desenrolar a língua, ele pode travar a mandíbula e a mão ficar dentro", disse Ambrósio.
Atendimento
Depois da parada cardirrespiratória, quando o animal chegar à clínica, as médicas irão entubá-lo e fazer exames para ter uma noção do estado da crise. No caso da convulsão, ele vai receber medicamentos e também será analisado.
DICA: Quem mora em São Paulo pode levar os pets para atendimento emergencial na faculdade: o valor para as cirurgias é menor que o encontrado nas clínicas particulares, com médicos que continuam estudando na universidade. A consulta simples, por exemplo, custa R$ 60.
Centro cirúrgico da Faculdade de Medicina Veterinária da USP recebe animais em situações de emergência (Foto: Fábio Tito/G1)