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4/02/2019

Ruralistas querem liberar caça no Brasil. Inclusive em áreas de conservação

O PL teve uma movimentação demonstrando que há uns interesses claros de que este projeto seja rapidamente avaliado.....
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Fortalecida, a bancada ruralista quer aproveitar o momento favorável para aprovação de um projeto de lei que libera a caça no Brasil, incluindo áreas de conservação.
O projeto é de autoria do deputado Valdir Colatto (MDB), recém nomeado chefe do Serviço Florestal Brasileiro.

O PL 6268/2016 prevê alterações na Política Nacional de Fauna. Na prática, isso quer dizer que o abate de animais silvestres será permitido em todo o território nacional e nas chamadas Unidades de Conservação.

O novo membro do governo de Jair Bolsonaro (PSL) tem planos de instaurar espaços de caça esportiva e comercial, que aos olhos de ambientalistas aumenta os riscos de extinção de espécies. Ele quer ainda proibir o porte de armas de fiscais ambientais e autorizar a comercialização de animais silvestres.

O PL é visto com um retrocesso para a biodiversidade do Brasil e criticado pela entidade de defesa do meio ambiente, WWF-Brasil, que elencou riscos para a natureza e pessoas.

Valdir Colatto não foi reeleito deputado federal. O político é dono de fazendas em Rondônia e no Tocantins. Além da flexibilização da caça, Colatto é autor projeto de lei que descaracteriza como improbidade administrativa atos de apoio de agentes públicos a produtores rurais em demandas apresentadas por associações e cooperativas.

Valdir Colatto usou as redes sociais para criticar a nomeação de Franklimberg Ribeiro de Freitas para a presidência da Funai. O chefe do Serviço Florestal Brasileiro chamou Ribeiro de “ongunista e petista”. “Começamos mal na Funai”, disse.

Bancada ruralista forte na gestão Bolsonaro
Desde a eleição, Jair Bolsonaro demonstrou que seguirá os objetivos traçados pela bancada ruralista. Além de Valdir Colatto, o Ministério da Agricultura é chefiado por Tereza Cristina (DEM-MS), ex-líder da bancada ruralista.

O Repórter Brasil mostra que cinco deputados federais membros da Frente Parlamentar Agropecuária rejeitados pelas urnas ganharam cargos no segundo escalão do governo Bolsonaro.

A postura dos parlamentares é vista como ameaça aos indígenas e quilombolas e os próprios trabalhadores rurais. Colatto, por exemplo, deu nove votos contrários a questões socioambientais. A demarcação de terras indígenas e quilombolas já está sob o guarda-chuva do Ministério da Agricultura.

Bolsonaro chegou a dizer que não demarcaria um centímetro a mais de terras. “Se eu assumir, índio não terá um centímetro a mais de terra”, disse durante o período eleitoral.

Só em 2018, conflitos no campo mataram pelo menos 24 pessoas. Cinco delas, indígenas e quilombolas. 2017 acumulou 71 mortes. A Comissão Pastoral da Terra aponta líderes de movimentos sociais como principais vítimas. Em 2017, 22% dos mortos eram líderes. Já em 2018, o número saltou para 54% dos assassinados.

FONTE: hypeness

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