Imagine estar caminhando pela areia em uma das praias do litoral norte gaúcho e encontrar, logo ali, na água, uma garrafa de vidro verde. Provavelmente, você ficará irritado, relacionando o objeto às pessoas que não respeitam a natureza, fazendo o descarte incorreto. Mas se isto acontecer nos próximos dias, a origem das garrafas pode ser diferente – vindas de biólogos preocupados com a preservação do ambiente.
Nesta terça-feira (5), uma equipe coordenada pelo Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos
e Marinhos (Ceclimar) lançou 150 garrafas em alto-mar, entre as praias de Tramandaí e Cidreira. Dentro delas, um bilhete informando que se trata de um estudo do Ceclimar e um número de telefone para ligar.
O projeto, inédito no Rio Grande do Sul, é um estudo para identificar a rota de um objeto flutuador com as influências da corrente marítima e do vento e quantos acabarão parando na beira da praia. Os biólogos entendem que o trajeto da garrafa pode ser comparado ao da carcaça de um animal. A suspeita deles é de que o número conhecido sobre a mortalidade de espécies seja muito inferior ao real.
O projeto tem como foco a descoberta sobre a mortalidade das toninhas, a espécie de pequenos golfinhos mais ameaçada de extinção em todo o Brasil. O animal, que se distribui apenas no sudeste e sul brasileiros, além de trechos da Argentina e do Uruguai, corre alto risco por ser alvo da captura acidental de redes de pesca. A toninha se alimenta muito próximo das costas e acaba sendo recolhida junto com os peixes.
Somente entre domingo (3) e segunda-feira (4), foram localizadas carcaças de quatro toninhas nas praias de Nova Tramandaí, Imbé e Xangri-lá. Uma delas tinha um corte, o que indica, segundo os biólogos do Ceclimar, que ela morreu após ficar presa em uma rede de pesca.
— Em todo o mundo, os golfinhos têm interação com a pesca, já que eles usam o mesmo espaço. É onde está o recurso, onde está o peixe. Os pescadores colocam as redes no mar para pegar peixes de valor comercial, mas as toninhas não conseguem perceber a presença da rede. Com isso, elas acabam ficando presas e morrendo — comenta Paulo Ott, coordenador do projeto Conservação da Toninha.
Alguns animais têm rastreadores com GPS
Em 2017, 48 toninhas foram encontradas mortas no Litoral Norte. Os dados de 2018 ainda não foram finalizados, mas, até 25 de outubro, haviam sido localizadas 30. Neste verão, o número tende a ser maior, já que o Ceclimar orientou guarda-vidas e trabalhadores contratados para limpar as praias a informarem o encontro de animais como as toninhas mortas na praia.
Além das 150 garrafas, os 13 pesquisadores que viajaram pela costa do Litoral Norte também colocaram na água a carcaça congelada de 45 animais, entre golfinhos, lobos-marinhos e tartarugas. Eles estão com uma etiqueta informando que fazem parte do estudo, com um número de telefone para que a pessoa que o encontre faça contato. Três dos animais também contam com rastreadores com GPS, para mostrar o trajeto que farão.
A equipe de pesquisadores saiu às 6h desta terça-feira da Barra de Imbé e navegou até alto-mar, em um ponto a 25 quilômetros da plataforma de Cidreira. Esse é o primeiro de quatro lançamentos que serão realizados durante o ano, em momentos com outras condições climáticas.
O biólogo do Ceclimar e integrante do estudo Maurício Tavares explica que as garrafas foram escolhidas pensando em minimizar o dano ao ambiente. Todas elas são verde e de vidro, reduzindo a chance de serem engolidas por animais. A expectativa dele é de que elas comecem a ser encontradas já nos próximos dias:
— Pode ser que, no final desta terça ou na própria quarta-feira, elas já comecem a aparecer. Como é um experimento inédito que estamos fazendo, ainda não temos nenhum outro para se basear aqui no nosso Litoral. Assim que começar a aparecer um flutuador em alguma praia, vamos concentrar neste local o nosso esforço de observação.
Conservação das toninhas
Além de estudos como o do lançamento de garrafas e o monitoramento das praias, o projeto Conservação da Toninha também realiza contatos com comunidades de pescadores para explicar formas menos nocivas do uso de redes de pesca, tentando evitar a mortalidade dos animais.
— Nós temos hoje os pescadores como aliados para tentar achar uma solução para o problema e não uma ideia de que eles são os culpados por isso. Estamos tentando pensar junto em uma solução. Nenhum deles gosta de pegar uma ave, já que é uma captura acidental — comenta Ott.
O projeto é mantido por meio de uma parceria entre UFRGS, Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) e Unisinos.
Se você localizar uma garrafa
Os pesquisadores pensam que as garrafas podem ser encontradas não só nas proximidades das praias onde foram deixadas, mas até mais ao norte, como em Capão da Canoa ou Torres. Para as outras etapas do projeto, os biólogos pretendem reutilizar as mesmas garrafas. Por isso, a participação da comunidade e o alerta da localização é considerado essencial para o projeto dar certo.
Nesta terça-feira (5), uma equipe coordenada pelo Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos
e Marinhos (Ceclimar) lançou 150 garrafas em alto-mar, entre as praias de Tramandaí e Cidreira. Dentro delas, um bilhete informando que se trata de um estudo do Ceclimar e um número de telefone para ligar.
O projeto, inédito no Rio Grande do Sul, é um estudo para identificar a rota de um objeto flutuador com as influências da corrente marítima e do vento e quantos acabarão parando na beira da praia. Os biólogos entendem que o trajeto da garrafa pode ser comparado ao da carcaça de um animal. A suspeita deles é de que o número conhecido sobre a mortalidade de espécies seja muito inferior ao real.
O projeto tem como foco a descoberta sobre a mortalidade das toninhas, a espécie de pequenos golfinhos mais ameaçada de extinção em todo o Brasil. O animal, que se distribui apenas no sudeste e sul brasileiros, além de trechos da Argentina e do Uruguai, corre alto risco por ser alvo da captura acidental de redes de pesca. A toninha se alimenta muito próximo das costas e acaba sendo recolhida junto com os peixes.
Somente entre domingo (3) e segunda-feira (4), foram localizadas carcaças de quatro toninhas nas praias de Nova Tramandaí, Imbé e Xangri-lá. Uma delas tinha um corte, o que indica, segundo os biólogos do Ceclimar, que ela morreu após ficar presa em uma rede de pesca.
— Em todo o mundo, os golfinhos têm interação com a pesca, já que eles usam o mesmo espaço. É onde está o recurso, onde está o peixe. Os pescadores colocam as redes no mar para pegar peixes de valor comercial, mas as toninhas não conseguem perceber a presença da rede. Com isso, elas acabam ficando presas e morrendo — comenta Paulo Ott, coordenador do projeto Conservação da Toninha.
Alguns animais têm rastreadores com GPS
Em 2017, 48 toninhas foram encontradas mortas no Litoral Norte. Os dados de 2018 ainda não foram finalizados, mas, até 25 de outubro, haviam sido localizadas 30. Neste verão, o número tende a ser maior, já que o Ceclimar orientou guarda-vidas e trabalhadores contratados para limpar as praias a informarem o encontro de animais como as toninhas mortas na praia.
Além das 150 garrafas, os 13 pesquisadores que viajaram pela costa do Litoral Norte também colocaram na água a carcaça congelada de 45 animais, entre golfinhos, lobos-marinhos e tartarugas. Eles estão com uma etiqueta informando que fazem parte do estudo, com um número de telefone para que a pessoa que o encontre faça contato. Três dos animais também contam com rastreadores com GPS, para mostrar o trajeto que farão.
A equipe de pesquisadores saiu às 6h desta terça-feira da Barra de Imbé e navegou até alto-mar, em um ponto a 25 quilômetros da plataforma de Cidreira. Esse é o primeiro de quatro lançamentos que serão realizados durante o ano, em momentos com outras condições climáticas.
O biólogo do Ceclimar e integrante do estudo Maurício Tavares explica que as garrafas foram escolhidas pensando em minimizar o dano ao ambiente. Todas elas são verde e de vidro, reduzindo a chance de serem engolidas por animais. A expectativa dele é de que elas comecem a ser encontradas já nos próximos dias:
— Pode ser que, no final desta terça ou na própria quarta-feira, elas já comecem a aparecer. Como é um experimento inédito que estamos fazendo, ainda não temos nenhum outro para se basear aqui no nosso Litoral. Assim que começar a aparecer um flutuador em alguma praia, vamos concentrar neste local o nosso esforço de observação.
Conservação das toninhas
Além de estudos como o do lançamento de garrafas e o monitoramento das praias, o projeto Conservação da Toninha também realiza contatos com comunidades de pescadores para explicar formas menos nocivas do uso de redes de pesca, tentando evitar a mortalidade dos animais.
— Nós temos hoje os pescadores como aliados para tentar achar uma solução para o problema e não uma ideia de que eles são os culpados por isso. Estamos tentando pensar junto em uma solução. Nenhum deles gosta de pegar uma ave, já que é uma captura acidental — comenta Ott.
O projeto é mantido por meio de uma parceria entre UFRGS, Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) e Unisinos.
Se você localizar uma garrafa
Os pesquisadores pensam que as garrafas podem ser encontradas não só nas proximidades das praias onde foram deixadas, mas até mais ao norte, como em Capão da Canoa ou Torres. Para as outras etapas do projeto, os biólogos pretendem reutilizar as mesmas garrafas. Por isso, a participação da comunidade e o alerta da localização é considerado essencial para o projeto dar certo.
FONTE: pioneiro.clicrbs
Garrafas de vidro jogadas no mar por biólogos preocupados com a preservação do Meio Ambiente se assemelha a curar fumantes acendendo cigarro para eles. Considerando que a decomposição total do vidro na natureza pode durar até 1 milhão de anos (!!!), as garrafas que não forem recolhidas, ficarão lá, testemunhando, mudas, ao longo dos séculos futuros, a ignorância humana e tirando sarro da nossa cara que nem nós mesmos sabemos onde andará, daqui a 1 milhão de anos.
ResponderExcluirNão tinha pensado neste aspecto, menina.... Vc. tem razão....
ExcluirMesmo "tentando" ajudar, o ser humano é uma desgraça pra natureza.
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