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1/28/2019

Zoológicos apresentam à sociedade uma realidade falsa da vida selvagem

A vida em cativeiro leva a comportamentos anormais e, muitas vezes, autodestrutivos.
Uma reflexão torna-se necessária: qual é o papel dos zoológicos atualmente? Quando foi criado o primeiro zoológico em Londres, em 1847, no auge da expansão colonialista, surgiu à ideia do "museu vivo de animais", uma "coleção de bichos".


Muito pouco mudou, o passado se impõe sobre os dias atuais, informa Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News (www.revistaecotour.news).

Um jardim zoológico é um local específico para se manter animais, selvagens e domesticados, que podem ser exibidos ao público. No zoológico existem profissionais especializados, que cuidam da alimentação, das jaulas, da saúde mental e física dos animais, entre muitas outras atividades. Segundo a Sociedade Zoológica do Brasil, 50% destas instituições no país não cobram entrada.

A proposta dos zoológicos é promover a educação, lazer, conservação e pesquisa, sendo que, as duas primeiras estão intimamente ligadas às crianças, que passam a enxergá-los como uma opção aceitável de vida para os animais. "Desconhecem que a vida em cativeiro leva a comportamentos anormais e, muitas vezes, autodestrutivos", enfatiza Vininha F. Carvalho.

O Brasil possui o maior acervo de animais da América Latina. Ressalva-se que apenas 37,5% dos Zoológicos brasileiros são licenciados pelo IBAMA e oferecem estrutura mínima de abrigo para os animais. O censo de 2000 da Sociedade de Zoológicos do Brasil contabilizou 31.096 animais nestas instituições. Existem cerca de 120 instituições no Brasil, sendo que cerca de 5% são privados, 90% são mantidos por municípios e 5% sobrevivem com recursos do Estado.

Recebem o licenciamento os zoológicos que se adequarem aos padrões de exigência mínimos determinados pela instrução normativa 04, implantada em 2002.

Correspondem a ter:
  • - Pelo menos um biólogo e um veterinário por instituição.
  • - Convênio de assistência laboratorial ou manutenção de um laboratório próprio.
  • - Fichas biológicas e veterinárias individuais dos animais
  • - Local especial para o preparo dos alimentos dos animais
  • - Registro do plantel, ou seja, controle de entrada e saída de animais.
  • - Realização de laudos de necropsia
  • - Recintos dos animais equipados com ponto de fuga, área de manejo e objetos para atividades (como cordas para primatas).
  • - Maternidade e solário.
Os planos de manejo são fundamentais como alternativas para o aprofundamento de trabalhos científicos sobre determinada espécie ou família de animais silvestres, com a característica principal de congregar vários técnicos de algumas instituições que se destaquem em pesquisa sobre o tema proposto ou pesquisadores de áreas próximas como universidades, faculdades e institutos de pesquisa, com um objetivo comum, que é na maioria das vezes oferecermos ao animal opções de sobrevivência no cativeiro de forma mais adequada e apoiar os trabalhos em vida livre.

Algumas pessoas argumentam que os zoológicos são essenciais na preservação das espécies, mas, existem situações que contrariam esta teoria. Os defensores dos zoológicos alegam que o avanço científico e tecnológico, a poluição e o desmatamento aumentaram drasticamente, afetando o habitat de certos animais, por este motivo para alguns animais à única forma de evitar a extinção é viver em cativeiro.

Os zoológicos apresentam à sociedade uma realidade falsa da vida selvagem, através de animais confinados, fora do seu habitat, sem as características comportamentais inerentes ao seu ambiente natural.

A Declaração Universal dos Direitos dos Animais, carta de princípios de relevância internacional aborda :

Artigo 10º :

1 - Nenhum animal deve de ser explorado para divertimento do homem.

2 - As exibições de animais e os espetáculos que utilizem animais são incompatíveis com a dignidade do animal.

"Os humanos não têm o direito de privar da liberdade e expor a vulnerabilidade outro ser. A cada animal retirado do seu habitat dá um passo para destruição de todo o ecossistema. A natureza não perdoa e, age," conclui Vininha F. Carvalho.

FONTE: terra

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