Nossas ironias derrubam conceitos.... Não se esqueçam que quem escreveu este artigo é um teólogo e diácono (Salathiel de Souza).... Será que o Papa Francisco aprovaria este texto?
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Na quase infinitude de conteúdos das redes sociais, há a foto de uma mulher com seu gato de estimação. Na camiseta dela, consta a frase: “Nós nos livramos das crianças. O gato era alérgico”. A obviedade da ironia ninguém nega. Porém, em toda piada sempre existe um
fundo de verdade e na referida frase manifesta-se uma das confusões que mais embaralham a mente das pessoas dos nossos tempos: a idolatria aos animais. Essa forma de paganismo moderno afeta até mesmo os católicos desavisados, que não são poucos.
Particularmente, creio que não há nada tão legal do que ter um animal de estimação. É algo que faz parte da vida do ser humano desde sempre. Pesquisas arqueológicas comprovam que, lá na pré-história, o homem aprendeu a domesticar animais, principalmente os lobos e os cães que passavam a ajudar na defesa do grupo e, depois, da propriedade, do rebanho, etc. Ter um animalzinho por perto ajuda até mesmo em relação a algumas patologias, notadamente a depressão. Acontece que o mundo anda de cabeça para baixo e a inversão de valores também vem afetando a relação dos seres humanos com os chamados pets.
O Catecismo da Igreja Católica (CIC), que deveria ser mais conhecido pelos próprios católicos, toca no assunto em quatro breves e esclarecedores parágrafos (2415 a 2418). Em suma, reconhece que os animais podem e devem estar a serviço da humanidade, seja como alimento, cobaias para experimentos e outros fins. Mas ressalta que os animais, enquanto criaturas de Deus, também têm sua própria dignidade. A doutrina, porém, é clara no seguinte:
“É contrário à dignidade humana fazer os animais sofrerem inutilmente e desperdiçar suas vidas. É igualmente indigno gastar com eles o que deveria prioritariamente aliviar a miséria dos seres humanos. Pode-se amar os animais, porém não se deve orientar para eles o afeto devido exclusivamente às pessoas” (parágrafo 2418).
Humanos que tratam seus pets como “filhos”, enchendo-os de mimos como roupinhas e festinhas de aniversário são, portanto, vítimas dessa confusão modernosa. Assim como casais que dispensam a concepção e a criação de filhos “porque dá muito trabalho”, mas “adotam” três ou quatro pets. Aquele seu conhecido que diz gostar mais dos animais do que dos seres humanos, também. E aquela sua colega que move céus e terras para cuidar de cãezinhos abandonados, mas não move um palito em favor de um ser humano enfermo ou de uma criança passando fome, idem. Essa é a idolatria: o ser humano, feito à imagem e semelhança de Deus, é rebaixado de condição, sendo menos considerado que um cão, um gato, um rato, um golfinho, etc.
Outra confusão em relação aos bichinhos diz respeito ao seu destino após a morte. À pergunta “Meu pet vai pro céu quando morrer?” a resposta breve e real é: “NÃO”. Como dizem, a verdade dói. Muita gente arranca os cabelos e se desespera, qual personagem de novela mexicana, diante desse fato que, com um pouco de filosofia e outro tanto de teologia, pode e deve ser completamente entendido por qualquer pessoa de boa vontade.
São Tomás de Aquino aborda esse tema na Suma Teológica (Volume III, parte 2, Coleção BAC, I Q. 75 a 86). Ele afirma, basicamente, que os animais não possuem uma alma racional e que, sendo a alma a forma metafísica do ser humano, dizer que os animais têm “alma” é praticamente afirmar que não existem diferenças entre nós e os pets.
A alma humana é capaz de entender, querer e sentir. Portanto, possui a razão e o livre-arbítrio. Os animais, porém, têm uma “alma animal” que não é racional e nem imortal. Eles não têm livre-arbítrio, são dominados por seus instintos. E tampouco têm razão, agindo praticamente por reflexos. Embora tenham uma alma “sensível”, capaz de sentir dor, fome, frio ou prazer, somente isso não basta para igualar sua condição ontológica à dos seres humanos.
Por essas e outras, na mais pura e simples lógica, o destino de homens e animais é completamente diferente. Nós, que temos uma alma imortal, continuaremos existindo na eternidade (seja no céu, no purgatório ou no inferno). Um animal, não. Morreu aqui, acabou. E nisso também há muita gente dita “espiritualizada” dando cabeçada em contradições. Como aquele seu amigo que é ateu, mas fala de um “céu” para o cachorrinho falecido. Ou aquela sua amiga que não acredita em vida após a morte, mas concebe na imaginação um “paraíso” só para os felinos. Estranha e hipocritamente, essa mesma turma não manifesta a mesma preocupação por bichinhos menos fofos. Cadê a compaixão por baratinhas, lesminhas e escorpiõezinhos?
Alguns anos atrás, respondendo pergunta feita por uma criança de oito anos de idade, o Papa Francisco deu a entender que todas as criaturas têm lugar na eternidade. Como sempre, o Santo Padre foi mal interpretado. A mídia sensacionalista distorce, quando interessa, tudo quanto sai da boca do Papa. Longe de manifestar uma afirmação academicamente teológica, ficou claro que a intenção de Francisco foi consolar a criança, cujo cachorrinho havia morrido. Ou seja, foram palavras de consolo para uma mente infantil e nada mais. É triste, mas há muito adultos com mente e fé infantilizadas, com má vontade para diferenciar lé de cré.
Se você tem um animal de estimação, cuide muito bem dele e sem exageros. Não deixe de agradecer a Deus, o Criador de todas as coisas, pela grata oportunidade de ter em sua companhia um bichinho para animar o seu dia. Aproveite ao máximo as brincadeiras e os passeios com ele. E, quando ele morrer, é claro que pode e deve chorar de saudade, mas sem idolatrias. Não, o seu pet não vai pro Céu. Mas isso não significa que a lembrança dele não ficará para sempre no seu coração.
Amém.
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Na quase infinitude de conteúdos das redes sociais, há a foto de uma mulher com seu gato de estimação. Na camiseta dela, consta a frase: “Nós nos livramos das crianças. O gato era alérgico”. A obviedade da ironia ninguém nega. Porém, em toda piada sempre existe um
fundo de verdade e na referida frase manifesta-se uma das confusões que mais embaralham a mente das pessoas dos nossos tempos: a idolatria aos animais. Essa forma de paganismo moderno afeta até mesmo os católicos desavisados, que não são poucos.
Particularmente, creio que não há nada tão legal do que ter um animal de estimação. É algo que faz parte da vida do ser humano desde sempre. Pesquisas arqueológicas comprovam que, lá na pré-história, o homem aprendeu a domesticar animais, principalmente os lobos e os cães que passavam a ajudar na defesa do grupo e, depois, da propriedade, do rebanho, etc. Ter um animalzinho por perto ajuda até mesmo em relação a algumas patologias, notadamente a depressão. Acontece que o mundo anda de cabeça para baixo e a inversão de valores também vem afetando a relação dos seres humanos com os chamados pets.
O Catecismo da Igreja Católica (CIC), que deveria ser mais conhecido pelos próprios católicos, toca no assunto em quatro breves e esclarecedores parágrafos (2415 a 2418). Em suma, reconhece que os animais podem e devem estar a serviço da humanidade, seja como alimento, cobaias para experimentos e outros fins. Mas ressalta que os animais, enquanto criaturas de Deus, também têm sua própria dignidade. A doutrina, porém, é clara no seguinte:
“É contrário à dignidade humana fazer os animais sofrerem inutilmente e desperdiçar suas vidas. É igualmente indigno gastar com eles o que deveria prioritariamente aliviar a miséria dos seres humanos. Pode-se amar os animais, porém não se deve orientar para eles o afeto devido exclusivamente às pessoas” (parágrafo 2418).
Humanos que tratam seus pets como “filhos”, enchendo-os de mimos como roupinhas e festinhas de aniversário são, portanto, vítimas dessa confusão modernosa. Assim como casais que dispensam a concepção e a criação de filhos “porque dá muito trabalho”, mas “adotam” três ou quatro pets. Aquele seu conhecido que diz gostar mais dos animais do que dos seres humanos, também. E aquela sua colega que move céus e terras para cuidar de cãezinhos abandonados, mas não move um palito em favor de um ser humano enfermo ou de uma criança passando fome, idem. Essa é a idolatria: o ser humano, feito à imagem e semelhança de Deus, é rebaixado de condição, sendo menos considerado que um cão, um gato, um rato, um golfinho, etc.
Outra confusão em relação aos bichinhos diz respeito ao seu destino após a morte. À pergunta “Meu pet vai pro céu quando morrer?” a resposta breve e real é: “NÃO”. Como dizem, a verdade dói. Muita gente arranca os cabelos e se desespera, qual personagem de novela mexicana, diante desse fato que, com um pouco de filosofia e outro tanto de teologia, pode e deve ser completamente entendido por qualquer pessoa de boa vontade.
São Tomás de Aquino aborda esse tema na Suma Teológica (Volume III, parte 2, Coleção BAC, I Q. 75 a 86). Ele afirma, basicamente, que os animais não possuem uma alma racional e que, sendo a alma a forma metafísica do ser humano, dizer que os animais têm “alma” é praticamente afirmar que não existem diferenças entre nós e os pets.
A alma humana é capaz de entender, querer e sentir. Portanto, possui a razão e o livre-arbítrio. Os animais, porém, têm uma “alma animal” que não é racional e nem imortal. Eles não têm livre-arbítrio, são dominados por seus instintos. E tampouco têm razão, agindo praticamente por reflexos. Embora tenham uma alma “sensível”, capaz de sentir dor, fome, frio ou prazer, somente isso não basta para igualar sua condição ontológica à dos seres humanos.
Por essas e outras, na mais pura e simples lógica, o destino de homens e animais é completamente diferente. Nós, que temos uma alma imortal, continuaremos existindo na eternidade (seja no céu, no purgatório ou no inferno). Um animal, não. Morreu aqui, acabou. E nisso também há muita gente dita “espiritualizada” dando cabeçada em contradições. Como aquele seu amigo que é ateu, mas fala de um “céu” para o cachorrinho falecido. Ou aquela sua amiga que não acredita em vida após a morte, mas concebe na imaginação um “paraíso” só para os felinos. Estranha e hipocritamente, essa mesma turma não manifesta a mesma preocupação por bichinhos menos fofos. Cadê a compaixão por baratinhas, lesminhas e escorpiõezinhos?
Alguns anos atrás, respondendo pergunta feita por uma criança de oito anos de idade, o Papa Francisco deu a entender que todas as criaturas têm lugar na eternidade. Como sempre, o Santo Padre foi mal interpretado. A mídia sensacionalista distorce, quando interessa, tudo quanto sai da boca do Papa. Longe de manifestar uma afirmação academicamente teológica, ficou claro que a intenção de Francisco foi consolar a criança, cujo cachorrinho havia morrido. Ou seja, foram palavras de consolo para uma mente infantil e nada mais. É triste, mas há muito adultos com mente e fé infantilizadas, com má vontade para diferenciar lé de cré.
Se você tem um animal de estimação, cuide muito bem dele e sem exageros. Não deixe de agradecer a Deus, o Criador de todas as coisas, pela grata oportunidade de ter em sua companhia um bichinho para animar o seu dia. Aproveite ao máximo as brincadeiras e os passeios com ele. E, quando ele morrer, é claro que pode e deve chorar de saudade, mas sem idolatrias. Não, o seu pet não vai pro Céu. Mas isso não significa que a lembrança dele não ficará para sempre no seu coração.
Amém.
FONTE: Itu
Não acredito no CIC (Catecismo da Igreja Católica) embora tenha estudado em colégio de freiras por oito anos. Conheço de cabo a rabo as perguntas sem respostas que não sabiam me responder e o pavor que a gente sentia de ir para o inferno só porque não assistiu à missa ou omitiu essa falta na confissão ao padre. De lá para cá a Igreja Católica Romana perdeu créditos por conta dos seus próprios pecados “mortais”, de suas omissões, de sua pose e proselitismo principalmente quando seu orgulho milenar hierárquico a impede de ter a humildade de reconhecer que animais possuem direitos semelhantes às majestades humanas e vão, SIM, para o Céu, principalmente aqueles situados nos últimos degraus da Evolução, próximos aos seres humanos, como por exemplo, o cão, o gato, o elefante, o macaco. Isto porque Deus, absolutamente justo, ao julgar pensamentos e sentimentos de seres criados por Ele, inclusive os animais, pode pesar com absoluta idoneidade todos as emoções dos animais que originaram atos bons ou nem tanto. Animais têm dado prova de altruísmo salvando humanos que nem sempre merecem ser salvos Animais têm dado à própria vida por seus filhos e os de outras espécies, provando que não agem apenas por instinto mas escolhem até mesmo morrer, protegendo outras vidas. Não se pode aceitar de olhos fechados os dogmas e preceitos de qualquer religião, sem usar a própria razão e discernimento com a liberdade de pensar e sentir. Não se pode aceitar, porque religiões falham em seus julgamentos, levam para a fogueira humanos bons que pensam diferente sobre Deus, embora creiam Nele. Religiões ostentam uma cruz em sua bandeira, nas chamadas Guerras Santas onde irmãos matam irmãos em nome de Deus. Isso significa que apesar de rezar tanto, a Igreja Católica caiu na tentação dos pecados comuns a todo mundo, prevaricou feio mesmo diante dos altares sagrados onde supõe-se esteja sua mais sagrada Fé.Ignoro se o Sr. teólogo e diácono Salathiel de Souza irá para o Céu quando morrer, porque não conheço seus erros e acertos tanto quanto Deus conhece. Mas tenho a certeza absoluta de que tutores encontrarão em Outra Dimensão os seus Pets amados, felizes, recuperados de suas doenças e paraplegias, sem os seus traumas de cegueira, reconstruídos em sua integridade com as pernas e braços que foram amputados nessa vida, PORQUE DEUS É JUSTO. Ele não joga fora sentimentos valiosos, emoções duradouras e amores eternos, sejam de pessoas ou de animais porque “na Casa de meu Pai há muitas moradas” e não falta lugar de paz e felicidade para aqueles animais superiores aos humanos, em dignidade, em ética e em misericórdia que Deus sabe quem são e os espera para “aquele abraço”.
ResponderExcluirEu li esse comentário todo e a cada instante, eu já queria dar minha resposta, talvez 3 vezes maior em linhas do que a Sandra escreveu, más li e achei muito sábia as palavras que a Sandra usou, porque ela conseguiu transmitir as minhas palavras de forma mais completa e acertada, por isso, PARABENS SANDRA PELO SEU COMENTÁRIO. e agora alguma coisa que eu quero falar também. O mundo em seu todo evolui, isto é todas as coisas passam por uma evolução, e tudo que aconteceu no passado não serve para os dias de hoje, a não ser como base a nós aprendizes que somos, na verdade todos os seres passam por uma evolução, essa pessoa que escreveu esse texto acima, DIÀCOMO, parou no tempo, tudo mudou, tudo evoluiu, os seres humanos e os animais também, visto que segundo estudiosos do momento, afirmam que alguns pets após sua desencarnação, retornaram como seres humanos quando reencarnarem de novo no nosso mundo terra.e o restante eu aplaudo a minha amiga Sandra, que soube passar muito bem a resposta ao DIACOMO.
ResponderExcluirGrata, Ademar. É realmente muita presunção humanos religiosos se considerarem com direito ao Céu, quando muitos animais têm dado provas de desprendimento e altruísmo que esses humanos jamais conseguiriam ter. Mesmo porque um Céu sem a presença de animais seria um purgatório nada bom
ResponderExcluirde se viver nele, a não ser como castigo. Muita paz para você.
Sinto muito por todos vocês, por terem aprendido com pessoas que distorceram a palavra. O amor vem Deus, só quem ama conhece a Deus. É isso, não nos cabe julgamento, nem viver no egocentrismo porque esse caminho não se vive em sociedade.
ResponderExcluirUma questão de ponto de vista, amigo anônimo. A pergunta é: que pessoas distorceram a palavra, quem está com a verdade, quem interpretou errado o amor de Deus? Também sinto muito quando encontro religiosos que consideram sua religião a verdadeira e as outras nem tanto, porque os chamados ateus costumam ser mais convincentes quando falam de Amor e a História não registra que mataram irmãos por causa do seu ateísmo já que não estão nem um pouco preocupados em salvar a própria alma mas sim, em serem bons sem interesse, porque nasceram bons de coração. Quem sabe Deus prefira estes à sua direita, e não nós.
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