Vou repetir meu raciocínio: se não tem lugar para colocar os animais porque deixa cruzar?
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Alguns países preveem a eutanásia de animais para controle populacional; outros rejeitam a prática
Nove filhotes de leão foram mortos por um zoológico sueco desde 2012, depois de terem sido rejeitados por seu grupo. A instituição admitiu a prática à imprensa no início de janeiro de 2018.
O parque Boras Djurpark, perto de Gotemburgo, declarou que não havia como realocá-los para outro lugar. “Tentamos vendê-los ou transferi-los para outros zoológicos por bastante tempo, mas não havia lugares que os quisessem. As agressões se tornaram muito graves dentro do grupo e tivemos de remover alguns deles”, explicou o diretor do zoológico à imprensa sueca.
A medida provocou protestos de ativistas e amantes dos animais, além de questionamentos por parte de especialistas. “Precisamos pensar em por que é importante termos zoológicos e se vale diante do preço que os animais pagam”, indagou Helena Pedersen, pedagoga especializada em animais da universidade de Gotemburgo, em entrevista à imprensa sueca. “Existe um contraste em relação à percepção do público a respeito do papel de um zoológico. Creio que uma organização que mata animais incomoda bastante gente.”
“É uma ferramenta para ser usada quando estiverem eliminadas todas as outras alternativas que possam solucionar um problema de saúde do animal.” - Claudio Maas (Diretor da Sociedade de Zoológicos e Aquários do Brasil)
Em 2014, um zoológico de Copenhague, na Dinamarca, praticou a eutanásia em uma girafa chamada Marius. O animal era saudável, mas geneticamente impróprio para reprodução, pois havia super-representação de seus genes entre as girafas do estabelecimento. Ofertas de compra foram recusadas, pois as políticas do local não permitiam a venda de animais a particulares. A girafa foi morta e dissecada como parte de uma aula aberta para estudantes de várias idades. A carcaça virou alimento para outros animais do zoológico.
O que dizem as leis
A legislação e a prática da eutanásia variam de país para país. A “eutanásia de manejo”, realizada para controle de populações, é permitida em muitos países europeus. De acordo com dados de 2013 da Eaza, entidade de zoos e aquários do continente, com 340 instituições, calcula-se que de 3 a 5 mil animais são abatidos dessa forma todo ano, dentre os quais apenas 100 são de grande porte, tais como ursos, tigres e leões.
Em países como o Brasil, entretanto, a eutanásia só pode ser realizada nos seguintes casos, segundo a resolução nº 1000, do CFVM (Conselho Federal de Medicina Veterinária). Pratica-se a eutanásia se:
O bem-estar do animal estiver comprometido de forma irreversível, sendo um meio de eliminar a dor ou o sofrimento dos animais, os quais não podem ser controlados por meio de analgésicos, de sedativos ou de outros tratamentos;
O animal constituir ameaça à saúde pública;
O animal constituir risco à fauna nativa ou ao meio ambiente;
O animal for objeto de atividades científicas, devidamente aprovadas por uma Comissão de Ética para o Uso de Animais - CEUA;
O tratamento representar custos incompatíveis com a atividade produtiva a que o animal se destina ou com os recursos financeiros do proprietário.
De acordo com Claudio Maas, presidente da SZB (Sociedade de Zoológicos e Aquários do Brasil), entidade que representa alguns dos maiores zoológicos do país, as instituições filiadas têm de mandar relatórios anuais sobre o status dos animais que mantêm.
A cada cinco anos, uma auditoria e uma verificação in loco são realizadas. Maas diz que dessa forma é possível detectar qualquer eutanásia irregular que possa vir a acontecer. Além disso, estabelecimentos que mantêm animais estão sujeitos à fiscalização do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Maas explica que a SZB tem também um código de ética que deve ser seguido pelos membros e que não prevê a eutanásia para fins de controle demográfico. “É uma ferramenta para ser usada quando estiverem eliminadas todas as outras alternativas que possam solucionar um problema de saúde do animal”, disse ao Nexo.
Segundo as diretrizes do CVM, os métodos contraceptivos são os mais adequados para o controle populacional de animais em zoológicos. Nos EUA, a eutanásia também não é usada para manejar as populações de um zoo. “Emocionalmente, não consigo imaginar fazer isso e não consigo imaginar nossa cultura aceitando”, afirmou Cheryl Asa, diretora de uma associação de zoológicos e aquários em Missouri, ao jornal The New York Times em 2012. Assim como no Brasil, o gerenciamento populacional é realizado por meio de planejamento e contraceptivos.
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Alguns países preveem a eutanásia de animais para controle populacional; outros rejeitam a prática
Nove filhotes de leão foram mortos por um zoológico sueco desde 2012, depois de terem sido rejeitados por seu grupo. A instituição admitiu a prática à imprensa no início de janeiro de 2018.
O parque Boras Djurpark, perto de Gotemburgo, declarou que não havia como realocá-los para outro lugar. “Tentamos vendê-los ou transferi-los para outros zoológicos por bastante tempo, mas não havia lugares que os quisessem. As agressões se tornaram muito graves dentro do grupo e tivemos de remover alguns deles”, explicou o diretor do zoológico à imprensa sueca.
A medida provocou protestos de ativistas e amantes dos animais, além de questionamentos por parte de especialistas. “Precisamos pensar em por que é importante termos zoológicos e se vale diante do preço que os animais pagam”, indagou Helena Pedersen, pedagoga especializada em animais da universidade de Gotemburgo, em entrevista à imprensa sueca. “Existe um contraste em relação à percepção do público a respeito do papel de um zoológico. Creio que uma organização que mata animais incomoda bastante gente.”
“É uma ferramenta para ser usada quando estiverem eliminadas todas as outras alternativas que possam solucionar um problema de saúde do animal.” - Claudio Maas (Diretor da Sociedade de Zoológicos e Aquários do Brasil)
Em 2014, um zoológico de Copenhague, na Dinamarca, praticou a eutanásia em uma girafa chamada Marius. O animal era saudável, mas geneticamente impróprio para reprodução, pois havia super-representação de seus genes entre as girafas do estabelecimento. Ofertas de compra foram recusadas, pois as políticas do local não permitiam a venda de animais a particulares. A girafa foi morta e dissecada como parte de uma aula aberta para estudantes de várias idades. A carcaça virou alimento para outros animais do zoológico.
O que dizem as leis
A legislação e a prática da eutanásia variam de país para país. A “eutanásia de manejo”, realizada para controle de populações, é permitida em muitos países europeus. De acordo com dados de 2013 da Eaza, entidade de zoos e aquários do continente, com 340 instituições, calcula-se que de 3 a 5 mil animais são abatidos dessa forma todo ano, dentre os quais apenas 100 são de grande porte, tais como ursos, tigres e leões.
Em países como o Brasil, entretanto, a eutanásia só pode ser realizada nos seguintes casos, segundo a resolução nº 1000, do CFVM (Conselho Federal de Medicina Veterinária). Pratica-se a eutanásia se:
O bem-estar do animal estiver comprometido de forma irreversível, sendo um meio de eliminar a dor ou o sofrimento dos animais, os quais não podem ser controlados por meio de analgésicos, de sedativos ou de outros tratamentos;
O animal constituir ameaça à saúde pública;
O animal constituir risco à fauna nativa ou ao meio ambiente;
O animal for objeto de atividades científicas, devidamente aprovadas por uma Comissão de Ética para o Uso de Animais - CEUA;
O tratamento representar custos incompatíveis com a atividade produtiva a que o animal se destina ou com os recursos financeiros do proprietário.
De acordo com Claudio Maas, presidente da SZB (Sociedade de Zoológicos e Aquários do Brasil), entidade que representa alguns dos maiores zoológicos do país, as instituições filiadas têm de mandar relatórios anuais sobre o status dos animais que mantêm.
A cada cinco anos, uma auditoria e uma verificação in loco são realizadas. Maas diz que dessa forma é possível detectar qualquer eutanásia irregular que possa vir a acontecer. Além disso, estabelecimentos que mantêm animais estão sujeitos à fiscalização do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Maas explica que a SZB tem também um código de ética que deve ser seguido pelos membros e que não prevê a eutanásia para fins de controle demográfico. “É uma ferramenta para ser usada quando estiverem eliminadas todas as outras alternativas que possam solucionar um problema de saúde do animal”, disse ao Nexo.
Segundo as diretrizes do CVM, os métodos contraceptivos são os mais adequados para o controle populacional de animais em zoológicos. Nos EUA, a eutanásia também não é usada para manejar as populações de um zoo. “Emocionalmente, não consigo imaginar fazer isso e não consigo imaginar nossa cultura aceitando”, afirmou Cheryl Asa, diretora de uma associação de zoológicos e aquários em Missouri, ao jornal The New York Times em 2012. Assim como no Brasil, o gerenciamento populacional é realizado por meio de planejamento e contraceptivos.
FONTE: nexojornal
Se vocês acharam um absurdo a morte (eutanásia) de 9 filhotes de leões, acumulada desde 2012, é porque ainda não leram os artigos 18 (iii), 20 e 21 (da eutanásia e abate de animais silvestres) do PL 6.268;2016, de autoria do deputado Valdir Colatto (PMDB/SC).
ResponderExcluirEsses artigos irão legalizar a morte de centenas ou mesmo milhares de animais silvestres em práticas, hoje, proibidas por lei (ou ao menos com maior rigor para autorização). Ah, e pelo PL, a eutanásia e abate dos animais poderá ser realizada por terceiros, não necessariamente por especialistas como os médicos veterinários.
Leia o PL 6.268/2016: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1497510&filename=PL+6268/2016