Lembra aquela postagem que eu publiquei sobre muçulmanos estarem sendo aproveitados neste setor? Confere: Refugiados muçulmanos mudam cidades do interior do país.... Vai ter matança de animais?
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Maior produtor e exportador mundial de carne bovina e segundo maior de frangos, o Brasil é também líder nas vendas de carne halal, especialmente cortada para muçulmanos. O país exporta para 22 países islâmicos, num total de 2 milhões de toneladas ao ano. Ainda assim, as entidades representativas consideram que o setor é subestimado no país, ao produzir apenas 33% da capacidade. O potencial estimado de crescimento das exportações é de 60% até 2020.
Na semana passada, o Brasil venceu na Organização Mundial do Comércio (OMC) um contencioso movido contra a Indonésia, que impunha medidas restritivas ao comércio internacional e dificultava a entrada do frango halal brasileiro. Com a vitória, as portas de um mercado de 250 milhões de habitantes e pelo menos U$S 70 milhões começam a se abrir.
“Nós vamos ver agora, já que havia tantas barreiras antes de chegar no ponto da negociação propriamente dita”, espera o subsecretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, Carlos Cozendey. “Temos venda de produtos halal para vários países muçulmanos, como Malásia, Arabia Saudita. Nem todos têm o mesmo tipo de certificação de produto halal mas o Brasil tem a capacidade de cumprir as exigências feitas.”
Ritual descrito no Alcorão
O corte halal segue um ritual rigidamente enquadrado por instituições islâmicas, desde a recepção do animal, até o transporte. O abatedor precisa ser muçulmano e pronunciar frases sagradas na hora do sacrifício, feito em condições rigorosas de segurança sanitária. A sequência, descrita no Alcorão, pode ser desconhecida pela maioria dos brasileiros, mas é aplicada em mais de 150 frigoríficos do país. A maior parte deles produz carne convencional e separa plantas específicas para o corte halal.
O Brasil entrou nesse ramo no fim dos anos 1970, para atender ao pequeno mercado interno. A partir de 2002, porém, os produtores brasileiros perceberam o imenso potencial mundial do setor.
“Os pequenos e médios produtores começaram a entender a importância do Oriente Médio. Estamos falando do consumo de 800 milhões de habitantes”, lembra Tamer Mansour, assessor para assuntos estratégicos da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira. “Mas se abrirmos para todo o mercado islâmico, falamos de 1,6 bilhão de pessoas que procuram o corte halal. Por isso, o Brasil começou a mudar completamente a visão sobre esses mercados, que se tornaram prioritários.”
Quase 40 anos depois, as certificadoras de produção halal estão estabelecidas no Brasil e contam com o aval de entidades internacionais islâmicas. A Câmara de Comércio Árabe-Brasileira espera que a realização de grandes eventos no Oriente Médio nos próximos anos, como a Expo 2020, em Dubai, e Copa do Mundo no Catar, em 2022, vai alavancar uma nova fase do comércio halal brasileiro.
Missão: ir além da carne
O objetivo é introduzir uma gama mais variada de produtos alimentícios com a certificação para o consumo dos muçulmanos, com agregação de valor. Os maiores mercados visados são o Egito, Arábia Saudita e Emirados Árabes, observa Ali Saifi, diretor-executivo da certificadora Cdial Halal.
“Acho que outro país não conseguiria abastecer o mercado como nós. Temos muçulmanos, temos certificadoras reconhecidas no mundo islâmico e todo o suporte das entidades islâmicas. Ou seja, basta querer – e não apenas carne e proteína animal, como todo o tipo de alimento, para o qual vai passar a ser exigida a certificação halal”, afirma. “Haverá um boom muito grande no setor e acho que o Brasil é o país que mais tem condições de oferecer tudo isso.”
Saifi nota que, além de haver espaço para crescimento na indústria de carnes, o povo brasileiro se mostra muito aberto a um negócio que, em outros países, encontra barreiras culturais, a exemplo da Europa.
“O povo brasileiro não é engessado, ao contrário de outros países que dizem que não vão aceitar fazer certas coisas, ou julgam o procedimento como certo ou errado. Muitas vezes, eles não compreendem a questão da religiosidade e a importância para os muçulmanos”, comenta. “O brasileiro é muito aberto e respeita todo mundo. Essa facilidade tem que ser aproveitada.”
Mansour pondera que, para ter sucesso nesse desafio, o Brasil ainda precisa ampliar as certificadoras e desenvolver um trabalho educativo junto aos produtores. Muitos ainda desconhecem o potencial do mercado islâmico.
“Para você executar o halal, tem de ter mão de obra especializada, muçulmana. Existe essa dificuldade de não encontrar tão facilmente a mão de obra para fornecer o corte”, pondera. “Mas, sem dúvida, o Brasil está se tornando um dos maiores líderes de halal no mundo.”
A câmara avalia que 90% dos frigoríficos brasileiros são habilitados para desenvolver a produção halal.
Na semana passada, o Brasil venceu na Organização Mundial do Comércio (OMC) um contencioso movido contra a Indonésia, que impunha medidas restritivas ao comércio internacional e dificultava a entrada do frango halal brasileiro. Com a vitória, as portas de um mercado de 250 milhões de habitantes e pelo menos U$S 70 milhões começam a se abrir.
“Nós vamos ver agora, já que havia tantas barreiras antes de chegar no ponto da negociação propriamente dita”, espera o subsecretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, Carlos Cozendey. “Temos venda de produtos halal para vários países muçulmanos, como Malásia, Arabia Saudita. Nem todos têm o mesmo tipo de certificação de produto halal mas o Brasil tem a capacidade de cumprir as exigências feitas.”
Ritual descrito no Alcorão
O corte halal segue um ritual rigidamente enquadrado por instituições islâmicas, desde a recepção do animal, até o transporte. O abatedor precisa ser muçulmano e pronunciar frases sagradas na hora do sacrifício, feito em condições rigorosas de segurança sanitária. A sequência, descrita no Alcorão, pode ser desconhecida pela maioria dos brasileiros, mas é aplicada em mais de 150 frigoríficos do país. A maior parte deles produz carne convencional e separa plantas específicas para o corte halal.
O Brasil entrou nesse ramo no fim dos anos 1970, para atender ao pequeno mercado interno. A partir de 2002, porém, os produtores brasileiros perceberam o imenso potencial mundial do setor.
“Os pequenos e médios produtores começaram a entender a importância do Oriente Médio. Estamos falando do consumo de 800 milhões de habitantes”, lembra Tamer Mansour, assessor para assuntos estratégicos da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira. “Mas se abrirmos para todo o mercado islâmico, falamos de 1,6 bilhão de pessoas que procuram o corte halal. Por isso, o Brasil começou a mudar completamente a visão sobre esses mercados, que se tornaram prioritários.”
Quase 40 anos depois, as certificadoras de produção halal estão estabelecidas no Brasil e contam com o aval de entidades internacionais islâmicas. A Câmara de Comércio Árabe-Brasileira espera que a realização de grandes eventos no Oriente Médio nos próximos anos, como a Expo 2020, em Dubai, e Copa do Mundo no Catar, em 2022, vai alavancar uma nova fase do comércio halal brasileiro.
Missão: ir além da carne
O objetivo é introduzir uma gama mais variada de produtos alimentícios com a certificação para o consumo dos muçulmanos, com agregação de valor. Os maiores mercados visados são o Egito, Arábia Saudita e Emirados Árabes, observa Ali Saifi, diretor-executivo da certificadora Cdial Halal.
“Acho que outro país não conseguiria abastecer o mercado como nós. Temos muçulmanos, temos certificadoras reconhecidas no mundo islâmico e todo o suporte das entidades islâmicas. Ou seja, basta querer – e não apenas carne e proteína animal, como todo o tipo de alimento, para o qual vai passar a ser exigida a certificação halal”, afirma. “Haverá um boom muito grande no setor e acho que o Brasil é o país que mais tem condições de oferecer tudo isso.”
Saifi nota que, além de haver espaço para crescimento na indústria de carnes, o povo brasileiro se mostra muito aberto a um negócio que, em outros países, encontra barreiras culturais, a exemplo da Europa.
“O povo brasileiro não é engessado, ao contrário de outros países que dizem que não vão aceitar fazer certas coisas, ou julgam o procedimento como certo ou errado. Muitas vezes, eles não compreendem a questão da religiosidade e a importância para os muçulmanos”, comenta. “O brasileiro é muito aberto e respeita todo mundo. Essa facilidade tem que ser aproveitada.”
Mansour pondera que, para ter sucesso nesse desafio, o Brasil ainda precisa ampliar as certificadoras e desenvolver um trabalho educativo junto aos produtores. Muitos ainda desconhecem o potencial do mercado islâmico.
“Para você executar o halal, tem de ter mão de obra especializada, muçulmana. Existe essa dificuldade de não encontrar tão facilmente a mão de obra para fornecer o corte”, pondera. “Mas, sem dúvida, o Brasil está se tornando um dos maiores líderes de halal no mundo.”
A câmara avalia que 90% dos frigoríficos brasileiros são habilitados para desenvolver a produção halal.
FONTE: br.rfi
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