É de uma crueldade sem tamanho a exploração destes animais pela China. Ainda bem que ao menos, um país asiático vai proibir isto.....
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O comércio da bílis de urso fatura milhões por ano no leste asiático. O Vietname vai acabar com a barbaridade que fazem aos animais, mas a China nem quer ouvir falar disso
A indústria da bílis de urso tem os dias contados no Vietname, mas noutros países da Ásia de leste, como a China e o Japão, o negócio fatura milhões todos os anos.
Falar da utilização de bílis de urso é tão invulgar como outras idiossincrasias destes países, cuja cultura difere muito da ocidental. Mas falar de maus tratos a animais é tema universal. Nestes países existem quintas de ursos cuja única finidade é a extração da bílis dos animais para ser vendida como cura para as hemorroidas ou a ressaca, por exemplo.
Os animais são mantidos em jaulas, demasiado pequenas para que se consigam mexer alguém de poucos centímetros, e persistem num estado apático devido aos medicamentos que lhes dão. De poucos em poucos dias, são sedados e é-lhe injetada uma agulha na vesícula biliar para lhes extrair a bílis.
Mais de 20 mil ursos, segundo a reportagem do The Washington Post, são mantidos nestas condições, no leste da Ásia, para satisfazer “as necessidades” de quem vive obstinado com os poderes mágicos dos produtos feitos a partir de animais exóticos.
Se, no ano passado, o governo do Vietname se comprometeu a acabar com as quintas de ursos até 2022, através de um protocolo assinado com a Asia Animal (associação de defesa dos animais), já na China o caso muda de figura. Os cerca de 10 mil ursos, mantidos por 70 produtores, têm muita procura, e a extração de bílis continua a ser legal.
A estranha ideia de tirar bílis começou na chamada Dinastia Tang, à volta do ano 650, mas só nos anos 1980, na Coreia do Sul, começaram a existir as quintas de ursos que rapidamente se expandiram a outros países. Alguns estudos dizem que o ácido da bílis tem benefícios médicos na dissolução de cálculos biliares ou no tratamento de algumas doenças do fígado, assim como algumas propriedades anti-inflamatórias e anti microbianas. A crença popular também diz que um pouco de bílis misturada com vinho de arroz trava as ressacas
No Vietname, o governo proibiu a caça furtiva de animais selvagens, em 1992, mas permitiu que a criação de ursos continuasse – embora se soubesse que a indústria continuava a ser mantida através das populações selvagens. Mas o interesse pelo produto começou a decrescer e houve pressão da população para que terminasse de vez.
Já na China, quando, em 2006, uma carta do Parlamento Europeu a pedir ao governo chinês que acabasse com agricultura da bílis, fez efeito boomerang. Nada aconteceu. “O governo chinês tem um péssimo hábito: quando percebem que alguma coisa está errada, mudam-na, a não ser que isso seja apontado por estrangeiro”, refere, ao The Washington Post, Toby Zhang, um ativista chinês que luta há 10 anos pelo fim destas quintas. Aliás, cientistas da Shenyang University criaram uma alternativa sintética à bílis de urso, mas as autoridades nunca aprovaram a sua utilização.
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O comércio da bílis de urso fatura milhões por ano no leste asiático. O Vietname vai acabar com a barbaridade que fazem aos animais, mas a China nem quer ouvir falar disso
A indústria da bílis de urso tem os dias contados no Vietname, mas noutros países da Ásia de leste, como a China e o Japão, o negócio fatura milhões todos os anos.
Falar da utilização de bílis de urso é tão invulgar como outras idiossincrasias destes países, cuja cultura difere muito da ocidental. Mas falar de maus tratos a animais é tema universal. Nestes países existem quintas de ursos cuja única finidade é a extração da bílis dos animais para ser vendida como cura para as hemorroidas ou a ressaca, por exemplo.
Os animais são mantidos em jaulas, demasiado pequenas para que se consigam mexer alguém de poucos centímetros, e persistem num estado apático devido aos medicamentos que lhes dão. De poucos em poucos dias, são sedados e é-lhe injetada uma agulha na vesícula biliar para lhes extrair a bílis.
Mais de 20 mil ursos, segundo a reportagem do The Washington Post, são mantidos nestas condições, no leste da Ásia, para satisfazer “as necessidades” de quem vive obstinado com os poderes mágicos dos produtos feitos a partir de animais exóticos.
Se, no ano passado, o governo do Vietname se comprometeu a acabar com as quintas de ursos até 2022, através de um protocolo assinado com a Asia Animal (associação de defesa dos animais), já na China o caso muda de figura. Os cerca de 10 mil ursos, mantidos por 70 produtores, têm muita procura, e a extração de bílis continua a ser legal.
A estranha ideia de tirar bílis começou na chamada Dinastia Tang, à volta do ano 650, mas só nos anos 1980, na Coreia do Sul, começaram a existir as quintas de ursos que rapidamente se expandiram a outros países. Alguns estudos dizem que o ácido da bílis tem benefícios médicos na dissolução de cálculos biliares ou no tratamento de algumas doenças do fígado, assim como algumas propriedades anti-inflamatórias e anti microbianas. A crença popular também diz que um pouco de bílis misturada com vinho de arroz trava as ressacas
No Vietname, o governo proibiu a caça furtiva de animais selvagens, em 1992, mas permitiu que a criação de ursos continuasse – embora se soubesse que a indústria continuava a ser mantida através das populações selvagens. Mas o interesse pelo produto começou a decrescer e houve pressão da população para que terminasse de vez.
Já na China, quando, em 2006, uma carta do Parlamento Europeu a pedir ao governo chinês que acabasse com agricultura da bílis, fez efeito boomerang. Nada aconteceu. “O governo chinês tem um péssimo hábito: quando percebem que alguma coisa está errada, mudam-na, a não ser que isso seja apontado por estrangeiro”, refere, ao The Washington Post, Toby Zhang, um ativista chinês que luta há 10 anos pelo fim destas quintas. Aliás, cientistas da Shenyang University criaram uma alternativa sintética à bílis de urso, mas as autoridades nunca aprovaram a sua utilização.
FONTE: visao.sapo.pt