Acho super justo a imprensa conhecer estas pessoas que na linha de frente da defesa animal, fazem de suas vidas todas dedicadas à recuperação dos animais.
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O EM TEMPO entrevistou pessoas que resgatam cães e gatos abandonados ou rejeitados. Os 'pets' recebem amor e tratamento veterinário antes de serem disponibilizados à adoção
Careiro Castanho - Um recente dado da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima que pelo menos 30 milhões de animais vivam abandonados em todo o Brasil. Nas ruas, eles se alimentam de restos de comidas escondidos entre o lixo, geram novos filhotes e aumentam a população. A situação é tão preocupante que ao longo dos anos ONGs foram surgindo com o proposito de ampará-los e dar uma qualidade de vida melhor por meio da adoção.
Se tratando de proteger os animais, o relato que iremos contar vem do interior do Amazonas, de uma cidade chamada Careiro, município distante 90 km de Manaus. Entre rios e florestas, a cidade é conhecida por promover, em setembro, um dos mais famosos rodeios agropecuários da região, o Agropec. Mas essa história não é sobre a cidade e sim sobre uma professora da rede estadual de ensino. O nome dela é Fábia Fernandes, e se considera uma ferrenha protetora dos animais. "Me defino como um ser humano que, se pudesse, protegeria todos animais e as pessoas, de tudo que existe de ruim".
Mas este gesto, segundo ela, não aconteceu por acaso. O sentimento surgiu ainda na infância e evoluiu na fase adulta. "Sempre gostei de animais, sempre gostei de cachorros e sempre que posso ajudo, desde quando ainda era criança, acho que já gostava. O que não gosto são das injustiças que praticam contra os animais. Eles também tem sentimentos" disse.
Não existe canil em Careiro
No entanto, esse não é o único 'x' da questão que Fábia tem que enfrentar. Na cidade onde mora, existem pouco mais de 50 mil habitantes, porém não existe um controle de zoonoses, muito menos um canil, onde os animais de rua possam ser recolhidos para passar pelos cuidados necessários. "Tem época aqui na cidade que enche de animais nas ruas. A praça fica cheia. Esses dias, por exemplo, estava passando e tinha muitos cachorros abandonados. A prefeitura bem que poderia criar uma centro de recolhimento e controle. É triste ver essa situação. Muitos dos que estão ali é porque os donos não quiseram mais e abandonaram" disse.
Apesar da Prefeitura ser ausente nesta questão, a professora resolveu, por conta própria, tentar ajudar os pets. Com poucos recursos, mas com ajuda de muitas pessoas que apoiam a causa, Fábia hoje cuida de mais de 10 cachorros. "Eu sinto que se fosse uma pessoa ali, jogada, precisando de ajuda, alguém teria que ajuda. Eu estou fazendo o que faria numa situação dessa. Eles precisa de ajuda, de amor, carinho, atenção, de comida e cuidados com a saúde, igual a nós", comentou.
Canil particular
Devido a quantidade de animais vivendo nas ruas da cidade, a ideia foi então criar uma especie de canil particular, mas o custo se tornou alto demais. "Gasto por mês quase R$3 mil com ração, medicamentos e outras coisinhas. Quando um animal fica doente, recorro a amigos. Minha mãe me ajuda muito, apesar da idade que ela tem. Minha amiga Daniele Costa, que mora comigo, também me ajuda e, assim vou levando", afirmou.
História da "Sorriso"
Uma das histórias mais comoventes que Fábia relatou foi sobre a cadela que atende pelo nome de 'Sorriso'. "Ela tem um ano e pouco de idade. Nós a encontramos na rua, jogada na sarjeta. Todas as noites, quando íamos alimentar os cachorros na praça, ela estava lá e sempre mostrava os dentes quando nos via. Então, a Daniele resolveu pôr o nome de 'Sorriso' nela'', conta.
Apesar da alegria que a pequena sente ao ver a professora, algo lhe tira a felicidade. Por trás desse "sorriso" existe uma doenças ameaçadora tanto para os seres humanos, quanto para os animais: o câncer. A cadela possui um tumor cancerígeno próximo ao órgão genital, o que ocasiona muito sangramento. "Notamos que tinha algo muito errado com ela. Ela sagrava muito. Então resolvemos ajudá-la. Compramos remédios, mas como a medicação é muito cara, chegamos no momento de ter que fazer um empréstimo, apenas para levá-la até Manaus".
"Estamos fazendo o possível para ajudá-la, pois o tratamento é muito caro. Então toda ajuda é bem vinda", finalizou.
Manaus
Apesar de sempre ter sido apaixonado por bichos e de cuidar de sete animais, Darlan Ramos Pereira, de 33 anos, não exita em querer ajudar outros que ele encontra nas ruas de Manaus.
Natural de Santarém/PA, vive em Manaus há quase 6 anos. Ele conta que ajudar os animais não seria possível se não tivesse apoio dos amigos. "Essa ação com os animais não seria possível, sem ajuda de amigos. Resgato, levo nos veterinários, eles pegam alta, trago para casa para da continuidade ao tratamento. Não apenas resgado das ruas, mando castrar também, e vou doando, pois não posso ficar com todos", disse.
Red é o nome de um cachorro vira lata, que segundo Darlan, foi abandonado quando ainda era filhote e foi o primeiro a ser resgatado pelo autônomo. "Deixaram ele preso a uma corda dentro de um uma construção. Ele passou o final de semana todo e só foi solto quando os pedreiros que trabalhavam na obra o encontraram no dia seguinte, deram água e comida".
De acordo com Darlan, um dos homens que trabalhavam no local morava próximo de sua residência. "Eu vi que ele havia trazido um cãozinho, me inteirei da situação, e ele me contou o fato, resolvi levar o cãozinho. Como morava em um apartamento, tive que me mudar pra uma espaço maior. Depois vieram os demais", contou.
Um outro animal que está sobre seus cuidados é a Eva, uma cadela idosa e muito especial. "Ela foi abandonada num terreno baldio e tinha uma doença chamada Cinomose. Quando fiquei sabendo, fui de mototáxi até o local. Pulei o muro e a levei para a clínica," finaliza.
FONTE: emtempo----------------
O EM TEMPO entrevistou pessoas que resgatam cães e gatos abandonados ou rejeitados. Os 'pets' recebem amor e tratamento veterinário antes de serem disponibilizados à adoção
Careiro Castanho - Um recente dado da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima que pelo menos 30 milhões de animais vivam abandonados em todo o Brasil. Nas ruas, eles se alimentam de restos de comidas escondidos entre o lixo, geram novos filhotes e aumentam a população. A situação é tão preocupante que ao longo dos anos ONGs foram surgindo com o proposito de ampará-los e dar uma qualidade de vida melhor por meio da adoção.
Se tratando de proteger os animais, o relato que iremos contar vem do interior do Amazonas, de uma cidade chamada Careiro, município distante 90 km de Manaus. Entre rios e florestas, a cidade é conhecida por promover, em setembro, um dos mais famosos rodeios agropecuários da região, o Agropec. Mas essa história não é sobre a cidade e sim sobre uma professora da rede estadual de ensino. O nome dela é Fábia Fernandes, e se considera uma ferrenha protetora dos animais. "Me defino como um ser humano que, se pudesse, protegeria todos animais e as pessoas, de tudo que existe de ruim".
Mas este gesto, segundo ela, não aconteceu por acaso. O sentimento surgiu ainda na infância e evoluiu na fase adulta. "Sempre gostei de animais, sempre gostei de cachorros e sempre que posso ajudo, desde quando ainda era criança, acho que já gostava. O que não gosto são das injustiças que praticam contra os animais. Eles também tem sentimentos" disse.
Não existe canil em Careiro
No entanto, esse não é o único 'x' da questão que Fábia tem que enfrentar. Na cidade onde mora, existem pouco mais de 50 mil habitantes, porém não existe um controle de zoonoses, muito menos um canil, onde os animais de rua possam ser recolhidos para passar pelos cuidados necessários. "Tem época aqui na cidade que enche de animais nas ruas. A praça fica cheia. Esses dias, por exemplo, estava passando e tinha muitos cachorros abandonados. A prefeitura bem que poderia criar uma centro de recolhimento e controle. É triste ver essa situação. Muitos dos que estão ali é porque os donos não quiseram mais e abandonaram" disse.
Apesar da Prefeitura ser ausente nesta questão, a professora resolveu, por conta própria, tentar ajudar os pets. Com poucos recursos, mas com ajuda de muitas pessoas que apoiam a causa, Fábia hoje cuida de mais de 10 cachorros. "Eu sinto que se fosse uma pessoa ali, jogada, precisando de ajuda, alguém teria que ajuda. Eu estou fazendo o que faria numa situação dessa. Eles precisa de ajuda, de amor, carinho, atenção, de comida e cuidados com a saúde, igual a nós", comentou.
Canil particular
Devido a quantidade de animais vivendo nas ruas da cidade, a ideia foi então criar uma especie de canil particular, mas o custo se tornou alto demais. "Gasto por mês quase R$3 mil com ração, medicamentos e outras coisinhas. Quando um animal fica doente, recorro a amigos. Minha mãe me ajuda muito, apesar da idade que ela tem. Minha amiga Daniele Costa, que mora comigo, também me ajuda e, assim vou levando", afirmou.
História da "Sorriso"
Uma das histórias mais comoventes que Fábia relatou foi sobre a cadela que atende pelo nome de 'Sorriso'. "Ela tem um ano e pouco de idade. Nós a encontramos na rua, jogada na sarjeta. Todas as noites, quando íamos alimentar os cachorros na praça, ela estava lá e sempre mostrava os dentes quando nos via. Então, a Daniele resolveu pôr o nome de 'Sorriso' nela'', conta.
Apesar da alegria que a pequena sente ao ver a professora, algo lhe tira a felicidade. Por trás desse "sorriso" existe uma doenças ameaçadora tanto para os seres humanos, quanto para os animais: o câncer. A cadela possui um tumor cancerígeno próximo ao órgão genital, o que ocasiona muito sangramento. "Notamos que tinha algo muito errado com ela. Ela sagrava muito. Então resolvemos ajudá-la. Compramos remédios, mas como a medicação é muito cara, chegamos no momento de ter que fazer um empréstimo, apenas para levá-la até Manaus".
"Estamos fazendo o possível para ajudá-la, pois o tratamento é muito caro. Então toda ajuda é bem vinda", finalizou.
Manaus
Apesar de sempre ter sido apaixonado por bichos e de cuidar de sete animais, Darlan Ramos Pereira, de 33 anos, não exita em querer ajudar outros que ele encontra nas ruas de Manaus.
Natural de Santarém/PA, vive em Manaus há quase 6 anos. Ele conta que ajudar os animais não seria possível se não tivesse apoio dos amigos. "Essa ação com os animais não seria possível, sem ajuda de amigos. Resgato, levo nos veterinários, eles pegam alta, trago para casa para da continuidade ao tratamento. Não apenas resgado das ruas, mando castrar também, e vou doando, pois não posso ficar com todos", disse.
Red é o nome de um cachorro vira lata, que segundo Darlan, foi abandonado quando ainda era filhote e foi o primeiro a ser resgatado pelo autônomo. "Deixaram ele preso a uma corda dentro de um uma construção. Ele passou o final de semana todo e só foi solto quando os pedreiros que trabalhavam na obra o encontraram no dia seguinte, deram água e comida".
De acordo com Darlan, um dos homens que trabalhavam no local morava próximo de sua residência. "Eu vi que ele havia trazido um cãozinho, me inteirei da situação, e ele me contou o fato, resolvi levar o cãozinho. Como morava em um apartamento, tive que me mudar pra uma espaço maior. Depois vieram os demais", contou.
Um outro animal que está sobre seus cuidados é a Eva, uma cadela idosa e muito especial. "Ela foi abandonada num terreno baldio e tinha uma doença chamada Cinomose. Quando fiquei sabendo, fui de mototáxi até o local. Pulei o muro e a levei para a clínica," finaliza.