Que coisinhas mais lindinhas, modeusus!!!!
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Há três meses começava uma história improvável de amizade. Ricardo Presta recebeu a visita de sete irerês (Dendrocygna viduata) no terreno da casa onde mora, em Monte Mor (SP).
Inicialmente, os filhotes foram levados a uma ONG da cidade, mas a mãe dos marrequinhos mostrava-se incomodada com a falta dos animais. “Ela sobrevoava a minha casa e procurava os filhotes desesperadamente. Aí, no dia seguinte, trouxe eles de volta”, conta o advogado.
Sem a companhia da mãe, os marrecos se acomodaram na residência da família e foram alimentados com papinha especial para aves. “Antes eu dava só a papinha, mas depois comecei a introduzir na alimentação minhocas e outros bichinhos”, explica Ricardo, que “treinou” a caça com os filhotes. “Eu colocava os insetos na água para eles aprenderem a caçar. Agora eles caçam em conjunto, ciscando na grama”.
Dos seis marrecos que chegaram à casa, quatro se desenvolveram e tiveram acompanhamento integral do novo amigo. “É maravilhoso e muito emocionante ver que eles preservam o instinto selvagem e convivem em total harmonia conosco. Toda vez que chego do trabalho, eles me recepcionam muito bem”.
O advogado se surpreende com as demonstrações de carinho dos animais, que agora são jovens. “Parece que a cada dia eles querem devolver o carinho, inclusive me mostram que estão aprendendo a voar e mergulhar no tanque”.
Os marrecos se aproximaram da cadela Lua
A amizade entre homem e ave pode ser pouco comum, mas a história é ainda mais curiosa. Os marrecos se aproximaram da cadela Lua, que brinca com as aves sem machucar ou assustar os bichinhos. “Antes, eles eram supervisionados em cem por cento do tempo, mas hoje a convivência demonstra exatamente a situação mais linda da natureza que é o convívio dos animais”.
Ricardo respeita o contato com os bichos e ressalta a importância de mantê-los livres. “Aqui eles ficam soltos, no tanque que temos em casa e no jardim. Os animais selvagens têm que viver livres no ambiente natural e acredito que foi essa liberdade que manteve eles aqui em casa, transmitindo tanto amor”.
O irerê é uma espécie de marreco que emite um canto alto e agudo. Também conhecida como paturi, siriri e marreca-piadeira, vive em áreas de brejos, rios, corixos e baías.