No mercado negro, lhama custa R$ 120 mil em média, segundo a polícia
RIO - Negócios como a compra de animais exóticos e de imóveis já fazem parte do mundo dos milicianos. No mercado negro, uma lhama custa, em média, R$ 120 mil e seria uma boa forma de “lavar dinheiro”, segundo o delegado da Delegacia de Repressão às Ações do Crime Organizado (Draco), Alexandre Herdy. Para desbaratar as quadrilhas, a Draco tem um novo aliado: a Coordenadoria de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro. Apesar de saber da existência de dezenas de quadrilhas, a Polícia Civil concentra as investigações em cinco delas.
A polícia aponta Marco Antonio Figueiredo Martins, o Marquinho Catiri ou Marquinho do Ouro, como um dos chefes de milícias de Bangu. Ele é acusado de explorar mais de 400 vans e kombis na região. O miliciano seria dono ainda de um sítio em Sapucaia, na divisão do Rio com Minas Gerais. A propriedade tem piscina, lago com pedalinho e um mini-zoológico, com lhama e cavalos de raça.
Segundo a Draco, o imóvel já tinha sido do ex-prefeito de Teresópolis Arlei de Oliveira Rosa, que foi cassado. Em 2015, o Ministério Público abriu inquérito para investigar o suposto enriquecimento ilícito do político. A delegacia chegou ao sítio em fevereiro do ano passado e, desde então, Marquinho continua foragido. Por saberem que são alvos, os grupos com mais influência no crime organizado passaram a esconder a evolução patrimonial do fisco.
— Temos que focar naqueles casos em que percebemos um enriquecimento que é incompatível com a renda. Para isso, temos que pedir a quebra de sigilo fiscal e bancário dos alvos — explicou o delegado da núcleo, Flávio Porto, delegado da coordenadoria.
FONTE:
oglobo