A ciclista de aventura Ishbel Holmes tem competido e viajado sozinha ao redor do mundo, mas o início da sua vida foi difícil. Abandonada pela mãe quando tinha 16 anos, ela foi tomada por pensamentos suicidas. Tudo mudou após uma parceria improvável com uma cachorra de rua. Abaixo, a ciclista conta sua história.
Uma das minhas primeiras experiências com uma bicicleta foi em Manchester, na Inglaterra. Meu pai pedalava para comprar um saco de 20 quilos de batata e economizar alguns centavos e me levava com ele. Eu ainda era muito pequena e usava fraldas. Me sentava em uma cadeirinha, ao lado do selim do meu pai, com as batatas atrás de mim.
Meu pai, iraniano, estava estudando na cidade. Era o período da Revolução Iraniana. O Irã, subitamente, parou de pagar bolsas para estudantes que estavam no exterior, como forma de tentar encorajar seus cidadãos a voltarem para o país. Assim, o dinheiro do meu pai secou e a bicicleta logo se transformou em uma importante ferramenta de sobrevivência.
Quando eu tinha dois anos, nós nos mudamos para a Escócia para que meu pai pudesse encontrar trabalho. Mas o casamento dele com minha mãe não deu certo e eles acabaram se separando.
Uma vez quando eu estava visitando meu pai, um conhecido dele pediu que eu me sentasse no seu colo e fui subindo a mão pela minha perna. Eu tinha uns sete anos. Depois disso, eu apenas me lembro de me sentir muito mal, de pensar que eu era uma menina horrível. Eu acho que foi a partir desse momento que eu passei a me odiar.
Depois disso, meu pai me visitou apenas uma vez. Em seguida, desapareceu. Eu pensei que a culpa por ele ter ido embora era minha.
Conforme eu e meus dois irmãos crescíamos, minha mãe passou a ter cada vez mais dificuldade para lidar conosco. Ela passou a me culpar por todos os problemas da família. A nossa relação era terrível e tensa. E eu me afastei cada vez mais.
Conforme meu aniversário de 16 anos se aproximava, eu ficava cada vez mais ansiosa. O motivo era que, a partir daquela idade, minha mãe não seria mais responsável por mim.
Então, logo depois do meu aniversário, minha mãe me botou para fora de casa, para sempre. O momento em que ela fechou a porta na minha frente foi um dos mais difíceis da minha vida. Eu não tinha outra escolha a não ser caminhar para longe de casa. Era como se tudo estivesse em câmera lenta.
Estupro, abandono, expulsão de abrigo
Num dado momento, encontraram uma família adotiva para mim. Mas tudo que eu queria era voltar para casa. Eu rezava para todos os deuses que eu conhecia para que minha família me aceitasse de volta.
Um dia eu estava voltando do meu trabalho e um carro parou para me pedir informações. Era um grupo de homens que queria saber como chegar até o lago. Eles me perguntaram se eu poderia lhes mostrar o caminho, dizendo que depois me trariam de volta. Eu entrei no carro. Eles me levaram para longe e me estupraram.
Os homens voltaram a me procurar e eu me recusei a entrar no carro. Eu corri. Eu estava tão desesperada que fui para um telefone público e liguei para minha mãe. Eu estava implorando, chorando, soluçando, dizendo que faria qualquer coisa que ela quisesse.
"Eu posso ser a garota que você quiser que eu seja", eu falei. "Coisas ruins estão acontecendo." Então, eu contei para ela o que havia ocorrido. E tudo que ela disse foi que era minha culpa e que eu precisava mudar.
Naquela época, eu estava acostumada que as pessoas fizessem o que quisessem comigo. Eu não tinha nenhuma auto-estima. Eu não comia direito. Eu me odiava tanto que queria morrer. Em certa época, eu estava ligando para o número de prevenção de suicídio a cada 20 minutos.
Aos 21 anos, eu fui despejada de um abrigo para sem-teto. A principal funcionária do local gritou comigo, dizendo que eu ficaria na sarjeta para sempre. Então, algo me fez pensar: "eu não posso deixar que isso ocorra". Eu sabia que precisava tomar uma decisão. Eu precisava assumir um compromisso comigo mesma de que eu iria viver e não seria mais consumida por pensamentos de morte.
Ciclismo como válvula de escape
Reerguer-me foi uma das coisas mais difíceis. Eu não simplesmente me transformei em uma Super-Mulher, eu tive que rastejar até sair do estado em que eu estava. Eu me matriculei na escola. Comprei uma bicicleta usada porque era mais barata e rápida do que o ônibus.
Depois, comecei a pedalar em um clube de ciclismo local. Eu era a única mulher. No começo, eu ficava para trás. Lentamente, eu comecei a alcançar os demais. Eu amava pedalar rápido, porque era uma grande válvula de escape.
Minha vida melhorou. Eu pedalava tanto que devia haver muita endorfina sendo liberada no meu corpo. Eu também tive, pela primeira vez, a sensação de pertencer a algum lugar.
Quando o velódromo de Glasgow, na Escócia, foi construído, em 2014, eu fui até lá para me divertir. Eventualmente, me ofereceram um lugar na equipe de ciclismo de Glasgow. Na minha primeira grande competição, eu ultrapassei o vencedor do ano anterior e ganhei o ouro.
Foi nessa época que eu tive uma oportunidade de ir para o Irã. Em Teerã, me convocaram para um teste na equipe iraniana de ciclismo. E acabaram me oferecendo uma vaga no time. Eu pensei: "essa é minha chance de me conectar com esse país e com meu pai". Então, eu decidi competir pelo Irã, em vez de voltar para a Inglaterra.
Eu nunca antes havia me envolvido com feminismo, mas no Irã eu comecei a discursar contra a forma que as mulheres ciclistas estavam sendo tratadas. Nós tínhamos que treinar usando hijabs, o que era horrível no calor sufocante do país. Tínhamos nossos celulares retirados de nós - me disseram que a intenção era que as meninas não ficassem distraídas escrevendo para os meninos.
Eu me posicionei contra a discriminação e o bullying, mas nada mudou. Então, acabei deixando o Irã e voei até a Turquia. Lá, conheci um homem que estava viajando em sua bicicleta havia meses. Naquele mesmo instante, eu soube que era isso que eu queria fazer.
Eu peguei um voo de volta para a Escócia e vendi tudo o que eu tinha. Depois, peguei um voo para Nice, na França, e comecei a pedalar ao redor do mundo.
O encontro com Lucy, a cachorra vira-lata
Foi pedalando na Turquia, ao longo do mar de Mármara, que eu conheci Lucy.
Eu vi que uma cachorra de cor clara estava caminhando ao lado da roda traseira da minha bicicleta. Então, eu comecei a pedalar com mais força para tentar despistá-la, mas ela correu atrás de mim. Eu não estava planejando parar de pedalar e deixar que a cachorra me alcançasse - afinal, eu estava pedalando pelo mundo, o que eu iria fazer com um bicho?
Finalmente, eu fui me afastando da cachorra. Sua silhueta foi, pouco a pouco, diminuindo atrás de mim. Mas, depois de um tempo, eu pensei: "Isso não está certo, Ishbel". Então, eu comecei a frear a bicicleta.
Até que, em certo momento, a cachorra me alcançou, parando a cerca de um metro de mim. Eu estendi minha mão, mas ela manteve a distância.
Em seguida, eu comecei a buscar um lugar para acampar. A cachorra me seguiu.
No dia seguinte, eu planejava levá-la de volta a sua vila, mas ela foi atacada por uma gangue de cachorros.
Ao ver os quatro cachorros a atacando e a forma como ela reagiu, me senti transportada de volta para os meus 16 anos. A cachorra não tentou fugir, não tentou lutar contra eles - eu havia reagido da mesma forma, apenas permitindo que as pessoas me machucassem.
Naquele momento, tudo se tornou turvo. Eu joguei minha bike de lado, comecei a gritar e fui tomada por uma força que eu não conhecia. De alguma forma, eu lutei contra os cachorros.
A seguir, dei alguns passos para trás e comecei a chorar. Chorava por mim mesma e pela Lucy. Eu havia passado minha vida bloqueando tudo que tinha ocorrido comigo. Mas naquele momento eu me dei conta de tudo.
Amor incondicional a Lucy e a descoberta do amor-próprio
A partir daí, eu me dei a missão de proteger Lucy, porque eu sabia como era viver sem segurança.
Então, algo na minha vida mudou - força e auto-estima vieram junto com a cachorra. Eu simplesmente fiquei diferente. Eu não era mais uma vítima. Eu fiquei pensando: "como eu fui capaz de proteger tanto essa cachorra, se eu falhei em proteger a mim mesma?"
Eu sabia que precisava começar a me amar, embora não soubesse como. Passei a tentar copiar comigo mesma a forma que eu cuidava da Lucy. Garantindo que ela estivesse em segurança, protegida, que comesse bem. Eventualmente, acabei conseguindo.
Lucy foi a primeira vez que eu experimentei o amor incondicional. Foi transformador.
Eu acabei acreditando em mim mesma. Era como se eu tivesse despertado. Eu estava chocada.
Eu me lembro de ver Lucy sentada do lado de fora da minha barraca, como se não acreditasse que aquela vinha sendo a minha vida. Foi apenas então que eu pensei: "Ual Ishbel, tudo que você conquistou é incrível". Antes disso, eu nunca havia sentido orgulho de mim mesma.
Eu prometi a Lucy que iria ajudar todas as outras Lucys que existissem no mundo - todos os seus amigos.
Um cachorro - um cachorro de rua - mudou minha vida. Foi como se ela tivesse feito algo que nenhum outro humano jamais fez por mim. Ela me salvou.
Uma das minhas primeiras experiências com uma bicicleta foi em Manchester, na Inglaterra. Meu pai pedalava para comprar um saco de 20 quilos de batata e economizar alguns centavos e me levava com ele. Eu ainda era muito pequena e usava fraldas. Me sentava em uma cadeirinha, ao lado do selim do meu pai, com as batatas atrás de mim.
Meu pai, iraniano, estava estudando na cidade. Era o período da Revolução Iraniana. O Irã, subitamente, parou de pagar bolsas para estudantes que estavam no exterior, como forma de tentar encorajar seus cidadãos a voltarem para o país. Assim, o dinheiro do meu pai secou e a bicicleta logo se transformou em uma importante ferramenta de sobrevivência.
Quando eu tinha dois anos, nós nos mudamos para a Escócia para que meu pai pudesse encontrar trabalho. Mas o casamento dele com minha mãe não deu certo e eles acabaram se separando.
Uma vez quando eu estava visitando meu pai, um conhecido dele pediu que eu me sentasse no seu colo e fui subindo a mão pela minha perna. Eu tinha uns sete anos. Depois disso, eu apenas me lembro de me sentir muito mal, de pensar que eu era uma menina horrível. Eu acho que foi a partir desse momento que eu passei a me odiar.
Depois disso, meu pai me visitou apenas uma vez. Em seguida, desapareceu. Eu pensei que a culpa por ele ter ido embora era minha.
Conforme eu e meus dois irmãos crescíamos, minha mãe passou a ter cada vez mais dificuldade para lidar conosco. Ela passou a me culpar por todos os problemas da família. A nossa relação era terrível e tensa. E eu me afastei cada vez mais.
Conforme meu aniversário de 16 anos se aproximava, eu ficava cada vez mais ansiosa. O motivo era que, a partir daquela idade, minha mãe não seria mais responsável por mim.
Então, logo depois do meu aniversário, minha mãe me botou para fora de casa, para sempre. O momento em que ela fechou a porta na minha frente foi um dos mais difíceis da minha vida. Eu não tinha outra escolha a não ser caminhar para longe de casa. Era como se tudo estivesse em câmera lenta.
Estupro, abandono, expulsão de abrigo
Num dado momento, encontraram uma família adotiva para mim. Mas tudo que eu queria era voltar para casa. Eu rezava para todos os deuses que eu conhecia para que minha família me aceitasse de volta.
Um dia eu estava voltando do meu trabalho e um carro parou para me pedir informações. Era um grupo de homens que queria saber como chegar até o lago. Eles me perguntaram se eu poderia lhes mostrar o caminho, dizendo que depois me trariam de volta. Eu entrei no carro. Eles me levaram para longe e me estupraram.
Os homens voltaram a me procurar e eu me recusei a entrar no carro. Eu corri. Eu estava tão desesperada que fui para um telefone público e liguei para minha mãe. Eu estava implorando, chorando, soluçando, dizendo que faria qualquer coisa que ela quisesse.
"Eu posso ser a garota que você quiser que eu seja", eu falei. "Coisas ruins estão acontecendo." Então, eu contei para ela o que havia ocorrido. E tudo que ela disse foi que era minha culpa e que eu precisava mudar.
Naquela época, eu estava acostumada que as pessoas fizessem o que quisessem comigo. Eu não tinha nenhuma auto-estima. Eu não comia direito. Eu me odiava tanto que queria morrer. Em certa época, eu estava ligando para o número de prevenção de suicídio a cada 20 minutos.
Aos 21 anos, eu fui despejada de um abrigo para sem-teto. A principal funcionária do local gritou comigo, dizendo que eu ficaria na sarjeta para sempre. Então, algo me fez pensar: "eu não posso deixar que isso ocorra". Eu sabia que precisava tomar uma decisão. Eu precisava assumir um compromisso comigo mesma de que eu iria viver e não seria mais consumida por pensamentos de morte.
Ciclismo como válvula de escape
Reerguer-me foi uma das coisas mais difíceis. Eu não simplesmente me transformei em uma Super-Mulher, eu tive que rastejar até sair do estado em que eu estava. Eu me matriculei na escola. Comprei uma bicicleta usada porque era mais barata e rápida do que o ônibus.
Depois, comecei a pedalar em um clube de ciclismo local. Eu era a única mulher. No começo, eu ficava para trás. Lentamente, eu comecei a alcançar os demais. Eu amava pedalar rápido, porque era uma grande válvula de escape.
Minha vida melhorou. Eu pedalava tanto que devia haver muita endorfina sendo liberada no meu corpo. Eu também tive, pela primeira vez, a sensação de pertencer a algum lugar.
Quando o velódromo de Glasgow, na Escócia, foi construído, em 2014, eu fui até lá para me divertir. Eventualmente, me ofereceram um lugar na equipe de ciclismo de Glasgow. Na minha primeira grande competição, eu ultrapassei o vencedor do ano anterior e ganhei o ouro.
Foi nessa época que eu tive uma oportunidade de ir para o Irã. Em Teerã, me convocaram para um teste na equipe iraniana de ciclismo. E acabaram me oferecendo uma vaga no time. Eu pensei: "essa é minha chance de me conectar com esse país e com meu pai". Então, eu decidi competir pelo Irã, em vez de voltar para a Inglaterra.
Eu nunca antes havia me envolvido com feminismo, mas no Irã eu comecei a discursar contra a forma que as mulheres ciclistas estavam sendo tratadas. Nós tínhamos que treinar usando hijabs, o que era horrível no calor sufocante do país. Tínhamos nossos celulares retirados de nós - me disseram que a intenção era que as meninas não ficassem distraídas escrevendo para os meninos.
Eu me posicionei contra a discriminação e o bullying, mas nada mudou. Então, acabei deixando o Irã e voei até a Turquia. Lá, conheci um homem que estava viajando em sua bicicleta havia meses. Naquele mesmo instante, eu soube que era isso que eu queria fazer.
Eu peguei um voo de volta para a Escócia e vendi tudo o que eu tinha. Depois, peguei um voo para Nice, na França, e comecei a pedalar ao redor do mundo.
O encontro com Lucy, a cachorra vira-lata
Foi pedalando na Turquia, ao longo do mar de Mármara, que eu conheci Lucy.
Eu vi que uma cachorra de cor clara estava caminhando ao lado da roda traseira da minha bicicleta. Então, eu comecei a pedalar com mais força para tentar despistá-la, mas ela correu atrás de mim. Eu não estava planejando parar de pedalar e deixar que a cachorra me alcançasse - afinal, eu estava pedalando pelo mundo, o que eu iria fazer com um bicho?
Finalmente, eu fui me afastando da cachorra. Sua silhueta foi, pouco a pouco, diminuindo atrás de mim. Mas, depois de um tempo, eu pensei: "Isso não está certo, Ishbel". Então, eu comecei a frear a bicicleta.
Até que, em certo momento, a cachorra me alcançou, parando a cerca de um metro de mim. Eu estendi minha mão, mas ela manteve a distância.
Em seguida, eu comecei a buscar um lugar para acampar. A cachorra me seguiu.
No dia seguinte, eu planejava levá-la de volta a sua vila, mas ela foi atacada por uma gangue de cachorros.
Ao ver os quatro cachorros a atacando e a forma como ela reagiu, me senti transportada de volta para os meus 16 anos. A cachorra não tentou fugir, não tentou lutar contra eles - eu havia reagido da mesma forma, apenas permitindo que as pessoas me machucassem.
Naquele momento, tudo se tornou turvo. Eu joguei minha bike de lado, comecei a gritar e fui tomada por uma força que eu não conhecia. De alguma forma, eu lutei contra os cachorros.
A seguir, dei alguns passos para trás e comecei a chorar. Chorava por mim mesma e pela Lucy. Eu havia passado minha vida bloqueando tudo que tinha ocorrido comigo. Mas naquele momento eu me dei conta de tudo.
Amor incondicional a Lucy e a descoberta do amor-próprio
A partir daí, eu me dei a missão de proteger Lucy, porque eu sabia como era viver sem segurança.
Então, algo na minha vida mudou - força e auto-estima vieram junto com a cachorra. Eu simplesmente fiquei diferente. Eu não era mais uma vítima. Eu fiquei pensando: "como eu fui capaz de proteger tanto essa cachorra, se eu falhei em proteger a mim mesma?"
Eu sabia que precisava começar a me amar, embora não soubesse como. Passei a tentar copiar comigo mesma a forma que eu cuidava da Lucy. Garantindo que ela estivesse em segurança, protegida, que comesse bem. Eventualmente, acabei conseguindo.
Lucy foi a primeira vez que eu experimentei o amor incondicional. Foi transformador.
Eu acabei acreditando em mim mesma. Era como se eu tivesse despertado. Eu estava chocada.
Eu me lembro de ver Lucy sentada do lado de fora da minha barraca, como se não acreditasse que aquela vinha sendo a minha vida. Foi apenas então que eu pensei: "Ual Ishbel, tudo que você conquistou é incrível". Antes disso, eu nunca havia sentido orgulho de mim mesma.
Eu prometi a Lucy que iria ajudar todas as outras Lucys que existissem no mundo - todos os seus amigos.
Um cachorro - um cachorro de rua - mudou minha vida. Foi como se ela tivesse feito algo que nenhum outro humano jamais fez por mim. Ela me salvou.
FONTE: bbc
Nossa, quem reclama da vida precisa ler isso.
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