Entidades de proteção animal relatam dificuldades para felinos serem adotados; mitos e medos provocam acúmulo de gatos nas associações voluntárias.
Vídeos de gatinhos podem conquistar legiões na internet, mas fora das redes os felinos não possuem tantos fãs assim. Ao contrário, preconceitos envolvem a reputação desses animais e isso atrapalha muitos deles a conseguir um lar. Instituições que resgatam animais de rua em Governador Valadares têm divulgado com frequência os gatos disponíveis para adoção, mas poucas vezes os anúncios surtem efeito.
“Em abril realizamos duas feiras de adoção porque estamos com muitos animais acolhidos. E a situação
sempre se repete. Às vezes quatro cães são adotados, mas nenhum gato. Outras vezes um número ainda maior de cães encontram um novo lar, mas os gatos continuam a espera. Estamos com muitos felinos, é difícil dar conta dessa situação”, revela Roberta Campos, presidente da Associação de Proteção e Bem-Estar Animal (Aprobem).
Durante as feiras de adoção, os argumentos utilizados para rejeitar os gatos são sempre os mesmos. “Dizem que são frios, ou traiçoeiros, que não se apegam ao dono e só à casa. Nada disso é verdade”, complementa a protetora. Por conta desse cenário, atualmente a Aprobem está com 27 gatos acolhidos, mas sem previsão de conseguir lares para esses animais.
A situação é ainda mais complicada no Projeto Doce Lar, que também resgata animais de rua e os coloca para adoção. Apenas na casa da protetora Tâmara Pirchiner estão acolhidos 22 gatos, fora outros felinos que estão na casa de outros membros do grupo.
“Recentemente eu resgatei uma mãe com cinco filhotes. A mãe acabou morrendo porque havia sido envenenada nas ruas, mas os filhotes continuam comigo. É muito difícil conseguir adoção para os gatos, ainda mais nessa quantidade. Os gatos pretos, então, têm ainda mais dificuldade de serem adotados. As pessoas dizem que ficam com medo, não confiam”, desabafa a protetora.
Mitos precisam ser quebrados
Mas não há razão para temer ou desconfiar dos gatinhos. É o que garante a veterinária Mariana Lisboa Ferreira, que atualmente cursa pós-graduação em Medicina Felina. Ela afirma que os mitos que envolvem os gatos não correspondem à realidade e que esse preconceito é fruto de falta de conhecimento a respeito desses animais.
“Nosso conhecimento acerca dos gatos ainda é pequeno se comparado ao conhecimento que temos dos cães, mas isso é reflexo de todo um processo histórico. Os cães foram domesticados há 40 mil anos a.C, enquanto os gatos fizeram esse processo somente há 5 mil anos a.C. É uma diferença de tempo muito grande. Como o homem já tem mais conhecimento sobre o cão, esse contato é mais forte. No caso dos gatos, ainda temos muito a descobrir”, explica Mariana.
A veterinária aponta ainda que a domesticação dos gatos não é completa, pois eles possuem ainda muitos instintos voltados para a preservação na vida selvagem. “Por exemplo, gatos gostam de subir em locais altos porque faziam isso na vida selvagem, tanto para caçar suas presas, como para evitar que virassem presa de outro animal. Eles gostam de beber água corrente e isso também é um reflexo da vida selvagem, pois é como bebiam”, aponta a especialista.
Para a veterinária, ter conhecimento das especificidades dos gatos é ponto essencial para esclarecer os mitos que rondam esses pets. Ela garante que os gatos são carinhosos, se apegam aos donos e não são traiçoeiros.
“O principal é tentar entender o ponto de vista do gato e enxergá-lo como o animal que ele é. Parece óbvio, mas o gato não é um cachorro pequeno, só que muitas pessoas não percebem isso. Não dá para querer que o gato tenha um comportamento semelhante ao cão, porque são animais diferentes. Quem entende aceita isso, e busca entender o comportamento, passa a gostar deles”, ressalta Mariana.
Vantagens dos gatinhos
Apaixonadas pelos felinos, as protetoras acreditam que quem adota um gato em pouco tempo já quer ter outro, pois são animais carinhosos. “Claro que cada animal pode ter sua personalidade, como também ocorre com os cães, por exemplo. Nem todo cão gosta de brincar com desconhecidos ou de passear. Da mesma forma, cada gato pode ter preferências e comportamentos diferentes”, afirma Roberta Campos.
Além disso, ela lembra que os gatos são animais muito higiênicos. “É difícil você ver uma pulga num gato, eles são muito limpos. Se o dono trocar a areia da caixinha e deixá-la sempre limpa, o gato fará xixi e cocô no lugar certo”, complementa Tâmara Pirchiner.
Os felinos também são conhecidos por serem mais independentes, mas a veterinária Mariana lembra que esse comportamento dos gatos não pode ser desculpa para displicência do tutor. “Todo animal requer atenção e com os gatos não é diferente. Precisam sempre de água fresca, ração de qualidade e carinho. Ter um animal é sempre uma responsabilidade”.
Entre os cuidados específicos com os gatos está a necessidade de colocar telas nas janelas para impedir que eles tenham contato com a rua, evitando que se envolvam em brigas e contraiam doenças. Manter a vacinação em dia e castrar o animal também são medidas importantes para garantir a saúde dos pets.
Adote um gatinho
Em Governador Valadares, a Associação de Proteção e Bem-Estar Animal (Aprobem) realiza feiras de adoção com frequência, cujas datas são divulgadas nas redes sociais da instituição. Além disso, também divulgam os animais resgatados. Para adotar animais com a Aprobem é necessário ser maior de 21 anos. É preciso apresentar documento com foto e uma cópia do comprovante de residência.
O Projeto Doce Lar não realiza mais feiras de adoção porque identificaram animais que foram resgatados das ruas depois de terem sido adotados. “Nós fazemos uma entrevista social e vamos à casa da pessoa, avaliamos se ela tem condição de criar o animal adequadamente. Dizem que somos exigentes, mas fazemos isso para zelar pelos bichinhos. Temos muito trabalho em tirá-los das ruas, castrar, deixar a vacinação em dia para depois correr o risco de encontrá-los abandonados novamente”, explica Tâmara.
Os animais acolhidos pelo Projeto Doce Lar e o trabalho realizado pelo grupo pode ser conferido pelas redes sociais do projeto.
Vídeos de gatinhos podem conquistar legiões na internet, mas fora das redes os felinos não possuem tantos fãs assim. Ao contrário, preconceitos envolvem a reputação desses animais e isso atrapalha muitos deles a conseguir um lar. Instituições que resgatam animais de rua em Governador Valadares têm divulgado com frequência os gatos disponíveis para adoção, mas poucas vezes os anúncios surtem efeito.
“Em abril realizamos duas feiras de adoção porque estamos com muitos animais acolhidos. E a situação
sempre se repete. Às vezes quatro cães são adotados, mas nenhum gato. Outras vezes um número ainda maior de cães encontram um novo lar, mas os gatos continuam a espera. Estamos com muitos felinos, é difícil dar conta dessa situação”, revela Roberta Campos, presidente da Associação de Proteção e Bem-Estar Animal (Aprobem).
Durante as feiras de adoção, os argumentos utilizados para rejeitar os gatos são sempre os mesmos. “Dizem que são frios, ou traiçoeiros, que não se apegam ao dono e só à casa. Nada disso é verdade”, complementa a protetora. Por conta desse cenário, atualmente a Aprobem está com 27 gatos acolhidos, mas sem previsão de conseguir lares para esses animais.
A situação é ainda mais complicada no Projeto Doce Lar, que também resgata animais de rua e os coloca para adoção. Apenas na casa da protetora Tâmara Pirchiner estão acolhidos 22 gatos, fora outros felinos que estão na casa de outros membros do grupo.
“Recentemente eu resgatei uma mãe com cinco filhotes. A mãe acabou morrendo porque havia sido envenenada nas ruas, mas os filhotes continuam comigo. É muito difícil conseguir adoção para os gatos, ainda mais nessa quantidade. Os gatos pretos, então, têm ainda mais dificuldade de serem adotados. As pessoas dizem que ficam com medo, não confiam”, desabafa a protetora.
Mitos precisam ser quebrados
Mas não há razão para temer ou desconfiar dos gatinhos. É o que garante a veterinária Mariana Lisboa Ferreira, que atualmente cursa pós-graduação em Medicina Felina. Ela afirma que os mitos que envolvem os gatos não correspondem à realidade e que esse preconceito é fruto de falta de conhecimento a respeito desses animais.
“Nosso conhecimento acerca dos gatos ainda é pequeno se comparado ao conhecimento que temos dos cães, mas isso é reflexo de todo um processo histórico. Os cães foram domesticados há 40 mil anos a.C, enquanto os gatos fizeram esse processo somente há 5 mil anos a.C. É uma diferença de tempo muito grande. Como o homem já tem mais conhecimento sobre o cão, esse contato é mais forte. No caso dos gatos, ainda temos muito a descobrir”, explica Mariana.
A veterinária aponta ainda que a domesticação dos gatos não é completa, pois eles possuem ainda muitos instintos voltados para a preservação na vida selvagem. “Por exemplo, gatos gostam de subir em locais altos porque faziam isso na vida selvagem, tanto para caçar suas presas, como para evitar que virassem presa de outro animal. Eles gostam de beber água corrente e isso também é um reflexo da vida selvagem, pois é como bebiam”, aponta a especialista.
Para a veterinária, ter conhecimento das especificidades dos gatos é ponto essencial para esclarecer os mitos que rondam esses pets. Ela garante que os gatos são carinhosos, se apegam aos donos e não são traiçoeiros.
“O principal é tentar entender o ponto de vista do gato e enxergá-lo como o animal que ele é. Parece óbvio, mas o gato não é um cachorro pequeno, só que muitas pessoas não percebem isso. Não dá para querer que o gato tenha um comportamento semelhante ao cão, porque são animais diferentes. Quem entende aceita isso, e busca entender o comportamento, passa a gostar deles”, ressalta Mariana.
Vantagens dos gatinhos
Apaixonadas pelos felinos, as protetoras acreditam que quem adota um gato em pouco tempo já quer ter outro, pois são animais carinhosos. “Claro que cada animal pode ter sua personalidade, como também ocorre com os cães, por exemplo. Nem todo cão gosta de brincar com desconhecidos ou de passear. Da mesma forma, cada gato pode ter preferências e comportamentos diferentes”, afirma Roberta Campos.
Além disso, ela lembra que os gatos são animais muito higiênicos. “É difícil você ver uma pulga num gato, eles são muito limpos. Se o dono trocar a areia da caixinha e deixá-la sempre limpa, o gato fará xixi e cocô no lugar certo”, complementa Tâmara Pirchiner.
Os felinos também são conhecidos por serem mais independentes, mas a veterinária Mariana lembra que esse comportamento dos gatos não pode ser desculpa para displicência do tutor. “Todo animal requer atenção e com os gatos não é diferente. Precisam sempre de água fresca, ração de qualidade e carinho. Ter um animal é sempre uma responsabilidade”.
Entre os cuidados específicos com os gatos está a necessidade de colocar telas nas janelas para impedir que eles tenham contato com a rua, evitando que se envolvam em brigas e contraiam doenças. Manter a vacinação em dia e castrar o animal também são medidas importantes para garantir a saúde dos pets.
Adote um gatinho
Em Governador Valadares, a Associação de Proteção e Bem-Estar Animal (Aprobem) realiza feiras de adoção com frequência, cujas datas são divulgadas nas redes sociais da instituição. Além disso, também divulgam os animais resgatados. Para adotar animais com a Aprobem é necessário ser maior de 21 anos. É preciso apresentar documento com foto e uma cópia do comprovante de residência.
O Projeto Doce Lar não realiza mais feiras de adoção porque identificaram animais que foram resgatados das ruas depois de terem sido adotados. “Nós fazemos uma entrevista social e vamos à casa da pessoa, avaliamos se ela tem condição de criar o animal adequadamente. Dizem que somos exigentes, mas fazemos isso para zelar pelos bichinhos. Temos muito trabalho em tirá-los das ruas, castrar, deixar a vacinação em dia para depois correr o risco de encontrá-los abandonados novamente”, explica Tâmara.
Os animais acolhidos pelo Projeto Doce Lar e o trabalho realizado pelo grupo pode ser conferido pelas redes sociais do projeto.
FONTE: G1
Cada absurdo ,o serumano é o ser mais preconceituoso que existe, confesso que sempre tive cachorros mas depois que todos viraram estrelinha adotei minha gatinha,hoje estou com quatro todos adotados da rua,é um amor gigante que eles tem por nós e nós por eles, sou fascinada por eles.
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