Realizado há dez anos, o Estudo do Impacto Ambiental da obra concluiu que a intervenção resultaria em consequências positivas e negativas ao local.
As obras que atualmente estão sendo realizadas no Aterro da Praia de Iracema, entre os espigões das avenidas Rui Barbosa e Desembargador Moreira, em Fortaleza, preocupam
mergulhadores e geram um debate com ativistas da causa ambiental, principalmente quando se fala na extensão da faixa de areia do local, que teve ordem de serviço assinada em abril deste ano.
Especialistas afirmam que espécies marinhas estão ameaçadas de extinção por causa da intervenção que foi autorizada pela gestão municipal, que pretende aumentar em mais 40 metros, mar adentro, a faixa de areia atual. O fato, segundo eles, destruirá parte do habitat natural dos animais que vivem na água.
Da maneira que a ideia foi proposta, o planejamento vai acabar gerando grandes impactos ambientais negativos e irreversíveis, de acordo com o professor do Instituto de Ciências do Mar (Labomar), da Universidade Federal do Ceará (UFC), Marcelo Soares. Ele também acredita que a situação pode ainda implicar no turismo de mergulho que há no local e na vida dos pescadores artesanais.
Listado no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção como vulnerável, o golfinho é um patrimônio natural de Fortaleza desde 2012, segundo o Labomar. Assim como o mamífero, outras espécies de animais que fazem parte do local também estão ameaçadas de aniquilação, como é o caso da tartaruga-verde, que se alimenta na região.
O pesquisador explica que os recifes de corais formam uma barreira contra a força das ondas, evitando uma erosão, além de servir como lugar de reprodução e viveiro. “Se ele for soterrado, acaba. Não tem sentido. É um gravíssimo impacto que não foi visto nos estudos ambientais durante a concessão da licença ambiental”, enfatiza Marcelo Soares.
Relatório
Realizado há dez anos, o documento de Estudo do Impacto Ambiental (EIA) da obra concluiu que as consequências das intervenções para revitalização da Praia de Iracema apontariam para um saldo positivo ao meio ambiente. O relatório apresenta o resultado de 464 impactos identificados, classificando 57,76% como benéficos e 42,24% como adversos ou potencialmente adversos.
Apesar do reconhecimento e classificação da fauna e da flora regional, de acordo com Marcelo Soares, o estudo não cita alternativas tecnológicas ou de localização para preservar os animais marinhos. “Quais são as ações que vão ser feitas durante a obra que vão salvaguardar isso? Não é claro”, reclama.
Com preocupação compartilhada, organizações que lutam por fatores ecossistêmicos unem esforços para que a Praia de Iracema continue sendo totalmente preservada. O estudante de Oceanografia e representante do Instituto VerdeLuz, Ícaro Ben Hur, pontua que outros problemas também estão relacionados ao soterramento do lixo acumulado e a partida dos peixes, deixando o habitat das tartarugas e do boto-cinza sem alimentação.
“A vida marinha é de suma importância, pois está intrinsecamente ligada ao ecossistema presente no local, que constantemente é atingido pelo descarte indevido de esgoto, poluição de resíduos sólidos e outras problemáticas relacionadas à alta urbanização”, declara.
Conclusões
Em nota, a Secretaria Municipal da Infraestrutura (Seinf) informou que toda a obra da Avenida Beira-Mar, incluindo o novo aterro, está rigorosamente em dia com todas as licenças e autorizações, expedidas pela Superintendência do Patrimônio da União no Ceará (SPU/CE), Capitania dos Portos do Ceará (CPCE), Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) e Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma).
De acordo com a pasta, o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) refletiu as conclusões do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e indicou ações mitigadoras, isto é, medidas que visem à redução ou eliminação dos impactos negativos do empreendimento.
O documento, conforme a Seinf, atesta que “não se encontram transgressões à legislação ambiental vigente. Neste tipo de projeto, a implementação das obras de engenharia está associada à geração de uma série de impactos adversos sobre o meio ambiente, contudo, na sua maioria são de caráter local e podem ser mitigados e monitorados através da incorporação das medidas de recuperação e controle ambiental por parte dos responsáveis pela sua implantação e operação”.
Seguindo exigências da Secretaria de Meio Ambiente e Controle Urbano (Semam), o levantamento visou dar mais subsídios ambientais para implementação das obras de recuperação da Praia de Iracema. “O empreendimento é a continuação das obras iniciadas com o aterro hidráulico daquela faixa de praia (em frente ao Ideal Club), que tem como objetivo a proteção da costa de processos erosivos, e proporcionando condições para a criação de áreas públicas destinadas à prática de esportes náuticos e atletismo, além de atividades de pesquisas ligadas à biota marinha”.
As obras que atualmente estão sendo realizadas no Aterro da Praia de Iracema, entre os espigões das avenidas Rui Barbosa e Desembargador Moreira, em Fortaleza, preocupam
mergulhadores e geram um debate com ativistas da causa ambiental, principalmente quando se fala na extensão da faixa de areia do local, que teve ordem de serviço assinada em abril deste ano.
Especialistas afirmam que espécies marinhas estão ameaçadas de extinção por causa da intervenção que foi autorizada pela gestão municipal, que pretende aumentar em mais 40 metros, mar adentro, a faixa de areia atual. O fato, segundo eles, destruirá parte do habitat natural dos animais que vivem na água.
Da maneira que a ideia foi proposta, o planejamento vai acabar gerando grandes impactos ambientais negativos e irreversíveis, de acordo com o professor do Instituto de Ciências do Mar (Labomar), da Universidade Federal do Ceará (UFC), Marcelo Soares. Ele também acredita que a situação pode ainda implicar no turismo de mergulho que há no local e na vida dos pescadores artesanais.
Listado no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção como vulnerável, o golfinho é um patrimônio natural de Fortaleza desde 2012, segundo o Labomar. Assim como o mamífero, outras espécies de animais que fazem parte do local também estão ameaçadas de aniquilação, como é o caso da tartaruga-verde, que se alimenta na região.
O pesquisador explica que os recifes de corais formam uma barreira contra a força das ondas, evitando uma erosão, além de servir como lugar de reprodução e viveiro. “Se ele for soterrado, acaba. Não tem sentido. É um gravíssimo impacto que não foi visto nos estudos ambientais durante a concessão da licença ambiental”, enfatiza Marcelo Soares.
Relatório
Realizado há dez anos, o documento de Estudo do Impacto Ambiental (EIA) da obra concluiu que as consequências das intervenções para revitalização da Praia de Iracema apontariam para um saldo positivo ao meio ambiente. O relatório apresenta o resultado de 464 impactos identificados, classificando 57,76% como benéficos e 42,24% como adversos ou potencialmente adversos.
Apesar do reconhecimento e classificação da fauna e da flora regional, de acordo com Marcelo Soares, o estudo não cita alternativas tecnológicas ou de localização para preservar os animais marinhos. “Quais são as ações que vão ser feitas durante a obra que vão salvaguardar isso? Não é claro”, reclama.
Com preocupação compartilhada, organizações que lutam por fatores ecossistêmicos unem esforços para que a Praia de Iracema continue sendo totalmente preservada. O estudante de Oceanografia e representante do Instituto VerdeLuz, Ícaro Ben Hur, pontua que outros problemas também estão relacionados ao soterramento do lixo acumulado e a partida dos peixes, deixando o habitat das tartarugas e do boto-cinza sem alimentação.
“A vida marinha é de suma importância, pois está intrinsecamente ligada ao ecossistema presente no local, que constantemente é atingido pelo descarte indevido de esgoto, poluição de resíduos sólidos e outras problemáticas relacionadas à alta urbanização”, declara.
Conclusões
Em nota, a Secretaria Municipal da Infraestrutura (Seinf) informou que toda a obra da Avenida Beira-Mar, incluindo o novo aterro, está rigorosamente em dia com todas as licenças e autorizações, expedidas pela Superintendência do Patrimônio da União no Ceará (SPU/CE), Capitania dos Portos do Ceará (CPCE), Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) e Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma).
De acordo com a pasta, o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) refletiu as conclusões do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e indicou ações mitigadoras, isto é, medidas que visem à redução ou eliminação dos impactos negativos do empreendimento.
O documento, conforme a Seinf, atesta que “não se encontram transgressões à legislação ambiental vigente. Neste tipo de projeto, a implementação das obras de engenharia está associada à geração de uma série de impactos adversos sobre o meio ambiente, contudo, na sua maioria são de caráter local e podem ser mitigados e monitorados através da incorporação das medidas de recuperação e controle ambiental por parte dos responsáveis pela sua implantação e operação”.
Seguindo exigências da Secretaria de Meio Ambiente e Controle Urbano (Semam), o levantamento visou dar mais subsídios ambientais para implementação das obras de recuperação da Praia de Iracema. “O empreendimento é a continuação das obras iniciadas com o aterro hidráulico daquela faixa de praia (em frente ao Ideal Club), que tem como objetivo a proteção da costa de processos erosivos, e proporcionando condições para a criação de áreas públicas destinadas à prática de esportes náuticos e atletismo, além de atividades de pesquisas ligadas à biota marinha”.
FONTE: G1
Espécies marinhas sempre estão ameaçadas, de um jeito ou de outro, porque não costumam ser prioridade nos interesses humanos, mesmo porque do jeito que animais marinhos já se encontram, entupidos com o plástico que descartamos no oceano, enforcados em redes e sufocados com o veneno despejado neles, parece impossível piorar a situação deles, mas sempre dá-se um jeito de ficar pior.
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