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4/02/2019

Books de cães e gatos chegam a custar até R$ 600 e abrem um novo mercado

Conheci um fotógrafo no passado que era muito famoso. Uma vez falei sobre fotografar animais. Ele deu belas gargalhadas respondendo quem iria querer fazer um book do seu cachorro..... Hoje é minha hora de gargalhar......
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Quando pensou em eternizar as imagens de suas cadelas, a labradora Luna e as vira-latas Mel e Pandora, a administradora
financeira Fátima Sgroi, de 50 anos, que tem também Chiara, se lembrou de um fotógrafo que conheceu em uma feira de adoção. Jayme Rocha, de 45 anos, é um jornalista que tinha a fotografia como hobby. Há pelo menos quatro anos, no entanto, ele resolveu unir o passatempo com o amor pelos bichos e transformá-los em seu ganha-pão.

A exemplo dele, outros profissionais do ramo têm descoberto na fotografia de pets um nicho ainda pouco explorado, em um mercado em constante crescimento. O trabalho do fotógrafo pode ser conferido no TopShopping, em Nova Iguaçu, onde está em cartaz a mostra “Pets especiais”, com 42 imagens de animais que têm algum tipo de deficiência.

Até descobrir o filão, Jayme pensou em se dedicar à fotografia de recém-nascido, conhecida como newborn. Chegou inclusive a comprar algumas toucas de bebês, que acabaram sendo usadas nos cães e gatos que clica com sua câmera. Aliás, seu diferencial, é fotografar os bichinhos com acessórios inusitados, como gravatas e bandanas, além das toucas.

— Mas não é só botar um acessório e fotografar. Busco também captar uma expressão feliz — explica o fotógrafo, que faz trabalho voluntários em abrigos e, através do “Celebridade Pet”, sua página no Facebook , ajuda a encontrar interessados em adotar animais que precisam de um lar para chamar de seu.

Segundo Jayme, a fotografia de animais é um mercado que está em crescimento. Ele faz desde ensaios a eventos e festas de aniversários. O profissional estima que mais de dois mil animais já passaram pela frente de suas lentes. Pelos ensaios, ele cobra a partir de R$ 400.

Nestas ocasiões, o fotógrafo prefere utilizar como cenário a casa onde o animal vive, por ser um ambiente onde ele se sente mais à vontade. Mas também realiza ensaios ao ar livre e em seu estúdio (Estrada do Cafundá 614, Taquara, telefone 99923-4866).

A exposição atual é a segunda realizada na Baixada Fluminense. A anterior, chamada “Amores vira-latas”, só com fotos de animais desta raça, foi no mesmo shopping. Tanto no caso do trabalho com os vira-latas como com os pets especiais (animais com mutilações ou cegos), a ideia não é mostrá-los como coitadinhos. Pelo contrário. Ele busca tornar o bicho bonito e atraente, a ponto de fisgar possíveis candidatos à sua adoção.

— Não quero que eles inspirem pena, mas que possam ser vistos como animais que podem estar na casa das pessoas — diz.

Uma das cadelas de Fátima, que mora na Praça da Bandeira, foi adotada após a administradora financeira ver uma foto de Jayme. Ela se encantou pela vira-lata Mel, ainda num abrigo, e decidiu que a levaria para casa. A cadelinha acabou, mais tarde, participando do ensaio com as “irmãs” Luna e Pandora.

— Quando temos estes bichinhos, nós os amamos como se fossem filhos e fazemos por eles o mesmo que faríamos pelas crianças. A fotografia é uma recordação eterna. Sei que elas vão partir um dia. Por isso, quis eternizar a imagem — justifica.

Todas as imagens do ensaio foram salvas no notebook de Fátima. Outras, ela postou no Facebook e as utiliza como descanso de tela do celular. Algumas, ela pensa em emoldurar e colocar em casa.

O mercado da fotografia pet foi descoberto por Anita Leocádio, de 28 anos, em 2016. A exemplo de Jayme Rocha, ela atuava como voluntária em ONGs de defesa de animais e também tinha a fotografia como passatempo. Até que descobriu que o hobby poderia virar fonte de renda. E não está arrependida. Pelos ensaios, a fotógrafa costuma cobrar de R$ 80 a R$ 350, dependendo da quantidade de fotos pedidas.

Sua predileção é por cães, considerados mais fáceis de conquistar a atenção. Quando isso não é possível, a profissional recorre a brinquedos que fazem barulhos e a petiscos. O seu trabalho pode ser conferido na página “Patas e fotos”, no Facebook.

— Acabei unindo as minhas duas paixões, que são animais e fotografia — diz.

Um dos filões que a fotógrafa vem explorando são os ensaios temáticos, inclusive com grávidas. Um deles foi com o casal Ney e Camila Nunes, de 39 e 35 anos, respectivamente. Ney, um PM que costuma fazer resgate de animais de rua vítimas de abandono e maus-tratos, disse que ele e a mulher quiseram mostrar com o ensaio, realizado pouco antes do carnaval (quando ela estava no nono mês de gravidez), que cães e gatos podem, sim, conviver com crianças.

— Tem mulher que quando engravida descarta o animal. Mas isso não é necessário. Cães e gatos podem conviver muito bem com as crianças em casa. É até saudável — explica o pai de Giovana, que nasceu no último dia 9, e dono de sete cães.

FONTE: extra.globo

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