Que matéria boa de se ler..... Oh, my God, tudo devia ser assim.....
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Em Friburgo, são muitos bons exemplos do acolhimento aos animais de rua
A barbárie que mobilizou pessoas do país inteiro pela punição dos responsáveis por matar o cachorro “Manchinha”, como era conhecido, em um supermercado, em Osasco-SP, também motivou a equipe de A VOZ DA SERRA a mostrar que ainda há esperança no ser humano. Nova Friburgo
pode ser considerada uma cidade modelo e inspiradora para àqueles que querem fazer o bem, não importa a quem. São comerciantes, às vezes pessoas humildes, que resolvem “adotar” um animal de rua.
Por dois dias, nossa equipe de reportagem percorreu a cidade de ponta a ponta a procura desses anjos que guardam a vida de cães e gatos, seja levando-os para casa, ou tratando-os na rua mesmo. Como é o caso da Dona Zoraide, dona de um restaurante em Olaria. Antes mesmo de começarmos a entrevista ela já estava com os olhos cheios de lágrimas. Emocionada, contou que o amor pelos cachorros já vem de muito tempo.
“Há cinco anos, desde que tenho esse restaurante, dou comida aos cachorros. Eles costumam chegar de manhã e eu logo falo: venham aqui às 15h. E eles voltam. Eu coloco as vasilhas com água e comida e surgem muitos, como o Bob, a Bia, a Pandora, e outros cachorros que não são de rua, mas que eu nunca deixo de alimentar”, contou dona Zoraide.
A comerciante conta que o amor incondicional pelos animais supera seus sentimentos pelas pessoas. "Os cachorros são uma graça. Eles me amam, da mesma forma que eu amo eles. Já ajudei com veterinário e já paguei castração. O que eu puder fazer por eles eu faço. Gosto mais dos cachorro do que muitos seres humanos", revelou.
Cão Nosso
Não abandonar, cuidar do que está abandonado e tentar a adoção. Esse é o lema do Cão Nosso, grupo que é referência na cidade e atua, desde 2017, no Cônego. Cristiano Jardim, um dos responsáveis pelo projeto, afirma que a intenção é diminuir a quantidade de animais abandonados nas ruas e servir de exemplo para que outros bairros possam seguir a iniciativa.
Cerca de dez cachorros já foram assistidos pelo projeto. Alguns precisaram de cirurgias e depois encaminhados para um novo lar. “Hoje tem apenas um cachorro que estamos cuidando e monitorando. Sempre mantemos uma casinha com panos limpos, comida e água para o caso de um novo animal aparecer, mas a ideia é de que não haja cães de rua por aqui e que todos estejam protegidos e recebendo o carinho que merecem no novo lar. Tentamos dar o mínimo de condição para o animal, um conforto e vida digna. Nosso grupo (o Cão Nosso) se reveza para dar os cuidados aos cachorros. Colocamos sempre água, comida, cobertor, medicação, vacinação, castração e adoção dos animais. O que nós queremos é que cada bairro tenha um projeto desses, para cuidar dos animais de rua. Que outras localidades sigam esse exemplo”, deseja Cristiano.
Nina
Nina é uma cadela muito especial. Aqueles que pela Rua Vicente Sobrinho, em Olaria, circulam, sabem que tem um cantinho destinado para a cachorra, a alegria da rua. Sob os cuidados de dona Jussara Coutinho, apesar de viver na rua, Nina está bem segura.
“A Nina merece. Aqui todos ajudam, desde a oficina mecânica, a lan house, todos aqui participam da vida da Nina de maneira positiva. Conseguimos construir a casinha, agora ela tem um cantinho, comida, água e todos os cuidados que precisa. A vontade é de esparramar casinhas pela cidade toda”, conta Jussara.
Desde criança, Jussara afirma que ajuda os animais e se emociona ao falar da motivação e sensação de dever cumprido. “Quando comecei com o bar a Nina já estava por aqui. Ela foi abandonada. Todos os dias a Nina aparecia e eu dava comida, água, fazia carinho nela. Peguei verdadeira paixão. Ela é nossa. Todos nós somos os donos. É com muito amor que fazemos isso. Já vem do coração. A sensação é de ter recebido um presente”, diz.
Jussara ainda faz um pedido para que a população seja mais consciente com a causa animal: “Peço que as pessoas não abandonem nenhum bichinho, que tenham esse amor que a gente tem aqui. Não esperem que alguém vai pegar e cuidar de um animal abandonado. Na maior parte das vezes, isso não acontece. Aqui a Nina teve sorte, mas em outro lugar poderia ser diferente”, observa.
Frajola
A PetFarma, em 2016, adotou um gatinho que é o xodó da loja. Sempre paparicado, Frajola, recebe o carinho de todos os funcionários e dos clientes que por lá passam diariamente. “O Frajola tem dois anos, o mesmo tempo da pet shop nesse ponto do Paissandu. O gatinho foi achado junto com os irmãos em cima do telhado da casa do Rodolfo, que trabalha conosco. A mãe sumiu e nós cuidamos de todos os filhotes. Conseguimos a doação para os irmãos e o Frajola ficou aqui e está essa coisa linda”, contou Sérgio Soares.
Além de cuidar de Frajola, Sérgio e outros funcionários também costumam dar assistência para outros animais de rua. “Temos a prática de colocar comida e água para os animais na nossa loja desde o antigo ponto. Não só para os cães de rua, mas para todos os que passam pela loja. A ração que nós colocamos e do tipo super premium, que é a mais alta qualidade em uma ração, mas o nosso maior foco é o cachorro de rua que sempre necessita de cuidados. Em alguns casos o cachorro entra e fica deitado aqui dentro, por vezes se refugiando do frio, do calor, da chuva. Deixamos eles aqui porque, na verdade, a loja é deles. Nós queremos espalhar esse bom exemplo”, desejou.
Bill
Na Chácara do Paraíso, o mecânico Maurício Moreira construiu uma verdadeira relação de amor com Bill, uma vira lata já velho de guerra, que segundo o mecânico, ficava preso o dia todo, passando necessidades. Bill, após ser adotado por Maurício, passou a andar pelo bairro, mantendo “residência”, na oficina mecânica.
“O antigo dono não dava muita atenção, deixava o cachorro amarrado o tempo todo, latindo, desesperado. Então nós pegamos ele, e começamos a tratar do jeito que merece, deixando-o livre, dando carinho, alimentando. A partir desse momento ele nunca mais saiu da oficina. Eu vejo que ele se sente bem, está muito à vontade e nós temos que fazer isso, sempre tratar os animais dessa forma”, diz Maurício.
Já famoso no bairro, Bill vez ou outra dá suas voltas pela região. Por onde passa, é reconhecido e cumprimentado. Das crianças na rua, aos motoristas, Bill é respeitado e recebe na oficina todas as condições para viver. “Eu me sinto feliz de ter o Bill aqui comigo na oficina e vejo que ele se sente muito bem aqui. Sempre damos carinho a ele, não só comida e água. Aqui não tem maus tratos. Eu gosto muito de bicho. A tendência é cuidar dele e deixa-lo bem humorado. Temos sempre que fazer bem aos animais, jamais maltratar o bicho”, desejou.
Da Rua, Mel ou Pretinha
Nos últimos anos moradores do Parque Maria Teresa tem dado exemplo de como simples ações podem causar grande impacto na vida das pessoas e também de uma cachorrinha em especial. Da Rua, Mel ou Pretinha. Não importa por qual nome você chamar, ela sempre vai atender. Longe do bairro, ela sofreu um acidente que poderia ter colocado fim à sua vida. Mas foi a partir desse acidente que os destinos de Da Rua e Parque Maria Teresa se cruzaram.
“Um morador do bairro, José Henrique, achou a Da Rua atropelada, cheia de ferimentos e trouxe ela para cá. Ela passou por cirurgia e emendou em outro problema de saúde depois de se recuperar do atropelamento. Nós tivemos todos os cuidados com ela, levamos a um veterinário que não nos cobrou nada e ajudou a recuperá-la e conseguimos castrá-la, evitando, assim, um monte de doenças e que ela engravidasse. Depois que ela ficou curada, não queria mais sair do bairro, mas também, não queria ser adotada. Ela gosta de viver na rua, sem estar presa e nós respeitamos isso”, explicou Rafael Almeida, dono de um mercado em frente a praça.
Segundo Rafael, a cadela recebe tratamento especial de muitos moradores e é tida como o mascote da região. “Ela gosta de acompanhar os moradores até em casa porque sabe que vai ganhar um agrado. Ela está sempre pelas redondezas. Os moradores daqui não se importam de receber uma visita dela em casa”, completou.
Todos esses bons exemplos trazem uma mensagem muito importante e quem passa é Cristiano, do Cão Nosso. “Não é porque cuidamos dos animais que as pessoas podem abandoná-los. Não é nossa intenção incentivar o abandono. Importante ensinar para as crianças que o conceito é tratar bem o animal e que em um futuro próximo, todos os cães de rua possam ser adotados e ser bem cuidados”, finalizou.
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Em Friburgo, são muitos bons exemplos do acolhimento aos animais de rua
A barbárie que mobilizou pessoas do país inteiro pela punição dos responsáveis por matar o cachorro “Manchinha”, como era conhecido, em um supermercado, em Osasco-SP, também motivou a equipe de A VOZ DA SERRA a mostrar que ainda há esperança no ser humano. Nova Friburgo
pode ser considerada uma cidade modelo e inspiradora para àqueles que querem fazer o bem, não importa a quem. São comerciantes, às vezes pessoas humildes, que resolvem “adotar” um animal de rua.
Por dois dias, nossa equipe de reportagem percorreu a cidade de ponta a ponta a procura desses anjos que guardam a vida de cães e gatos, seja levando-os para casa, ou tratando-os na rua mesmo. Como é o caso da Dona Zoraide, dona de um restaurante em Olaria. Antes mesmo de começarmos a entrevista ela já estava com os olhos cheios de lágrimas. Emocionada, contou que o amor pelos cachorros já vem de muito tempo.
“Há cinco anos, desde que tenho esse restaurante, dou comida aos cachorros. Eles costumam chegar de manhã e eu logo falo: venham aqui às 15h. E eles voltam. Eu coloco as vasilhas com água e comida e surgem muitos, como o Bob, a Bia, a Pandora, e outros cachorros que não são de rua, mas que eu nunca deixo de alimentar”, contou dona Zoraide.
A comerciante conta que o amor incondicional pelos animais supera seus sentimentos pelas pessoas. "Os cachorros são uma graça. Eles me amam, da mesma forma que eu amo eles. Já ajudei com veterinário e já paguei castração. O que eu puder fazer por eles eu faço. Gosto mais dos cachorro do que muitos seres humanos", revelou.
Cão Nosso
Não abandonar, cuidar do que está abandonado e tentar a adoção. Esse é o lema do Cão Nosso, grupo que é referência na cidade e atua, desde 2017, no Cônego. Cristiano Jardim, um dos responsáveis pelo projeto, afirma que a intenção é diminuir a quantidade de animais abandonados nas ruas e servir de exemplo para que outros bairros possam seguir a iniciativa.
Cerca de dez cachorros já foram assistidos pelo projeto. Alguns precisaram de cirurgias e depois encaminhados para um novo lar. “Hoje tem apenas um cachorro que estamos cuidando e monitorando. Sempre mantemos uma casinha com panos limpos, comida e água para o caso de um novo animal aparecer, mas a ideia é de que não haja cães de rua por aqui e que todos estejam protegidos e recebendo o carinho que merecem no novo lar. Tentamos dar o mínimo de condição para o animal, um conforto e vida digna. Nosso grupo (o Cão Nosso) se reveza para dar os cuidados aos cachorros. Colocamos sempre água, comida, cobertor, medicação, vacinação, castração e adoção dos animais. O que nós queremos é que cada bairro tenha um projeto desses, para cuidar dos animais de rua. Que outras localidades sigam esse exemplo”, deseja Cristiano.
Nina
Nina é uma cadela muito especial. Aqueles que pela Rua Vicente Sobrinho, em Olaria, circulam, sabem que tem um cantinho destinado para a cachorra, a alegria da rua. Sob os cuidados de dona Jussara Coutinho, apesar de viver na rua, Nina está bem segura.
“A Nina merece. Aqui todos ajudam, desde a oficina mecânica, a lan house, todos aqui participam da vida da Nina de maneira positiva. Conseguimos construir a casinha, agora ela tem um cantinho, comida, água e todos os cuidados que precisa. A vontade é de esparramar casinhas pela cidade toda”, conta Jussara.
Desde criança, Jussara afirma que ajuda os animais e se emociona ao falar da motivação e sensação de dever cumprido. “Quando comecei com o bar a Nina já estava por aqui. Ela foi abandonada. Todos os dias a Nina aparecia e eu dava comida, água, fazia carinho nela. Peguei verdadeira paixão. Ela é nossa. Todos nós somos os donos. É com muito amor que fazemos isso. Já vem do coração. A sensação é de ter recebido um presente”, diz.
Jussara ainda faz um pedido para que a população seja mais consciente com a causa animal: “Peço que as pessoas não abandonem nenhum bichinho, que tenham esse amor que a gente tem aqui. Não esperem que alguém vai pegar e cuidar de um animal abandonado. Na maior parte das vezes, isso não acontece. Aqui a Nina teve sorte, mas em outro lugar poderia ser diferente”, observa.
Frajola
A PetFarma, em 2016, adotou um gatinho que é o xodó da loja. Sempre paparicado, Frajola, recebe o carinho de todos os funcionários e dos clientes que por lá passam diariamente. “O Frajola tem dois anos, o mesmo tempo da pet shop nesse ponto do Paissandu. O gatinho foi achado junto com os irmãos em cima do telhado da casa do Rodolfo, que trabalha conosco. A mãe sumiu e nós cuidamos de todos os filhotes. Conseguimos a doação para os irmãos e o Frajola ficou aqui e está essa coisa linda”, contou Sérgio Soares.
Além de cuidar de Frajola, Sérgio e outros funcionários também costumam dar assistência para outros animais de rua. “Temos a prática de colocar comida e água para os animais na nossa loja desde o antigo ponto. Não só para os cães de rua, mas para todos os que passam pela loja. A ração que nós colocamos e do tipo super premium, que é a mais alta qualidade em uma ração, mas o nosso maior foco é o cachorro de rua que sempre necessita de cuidados. Em alguns casos o cachorro entra e fica deitado aqui dentro, por vezes se refugiando do frio, do calor, da chuva. Deixamos eles aqui porque, na verdade, a loja é deles. Nós queremos espalhar esse bom exemplo”, desejou.
Bill
Na Chácara do Paraíso, o mecânico Maurício Moreira construiu uma verdadeira relação de amor com Bill, uma vira lata já velho de guerra, que segundo o mecânico, ficava preso o dia todo, passando necessidades. Bill, após ser adotado por Maurício, passou a andar pelo bairro, mantendo “residência”, na oficina mecânica.
“O antigo dono não dava muita atenção, deixava o cachorro amarrado o tempo todo, latindo, desesperado. Então nós pegamos ele, e começamos a tratar do jeito que merece, deixando-o livre, dando carinho, alimentando. A partir desse momento ele nunca mais saiu da oficina. Eu vejo que ele se sente bem, está muito à vontade e nós temos que fazer isso, sempre tratar os animais dessa forma”, diz Maurício.
Já famoso no bairro, Bill vez ou outra dá suas voltas pela região. Por onde passa, é reconhecido e cumprimentado. Das crianças na rua, aos motoristas, Bill é respeitado e recebe na oficina todas as condições para viver. “Eu me sinto feliz de ter o Bill aqui comigo na oficina e vejo que ele se sente muito bem aqui. Sempre damos carinho a ele, não só comida e água. Aqui não tem maus tratos. Eu gosto muito de bicho. A tendência é cuidar dele e deixa-lo bem humorado. Temos sempre que fazer bem aos animais, jamais maltratar o bicho”, desejou.
Da Rua, Mel ou Pretinha
Nos últimos anos moradores do Parque Maria Teresa tem dado exemplo de como simples ações podem causar grande impacto na vida das pessoas e também de uma cachorrinha em especial. Da Rua, Mel ou Pretinha. Não importa por qual nome você chamar, ela sempre vai atender. Longe do bairro, ela sofreu um acidente que poderia ter colocado fim à sua vida. Mas foi a partir desse acidente que os destinos de Da Rua e Parque Maria Teresa se cruzaram.
“Um morador do bairro, José Henrique, achou a Da Rua atropelada, cheia de ferimentos e trouxe ela para cá. Ela passou por cirurgia e emendou em outro problema de saúde depois de se recuperar do atropelamento. Nós tivemos todos os cuidados com ela, levamos a um veterinário que não nos cobrou nada e ajudou a recuperá-la e conseguimos castrá-la, evitando, assim, um monte de doenças e que ela engravidasse. Depois que ela ficou curada, não queria mais sair do bairro, mas também, não queria ser adotada. Ela gosta de viver na rua, sem estar presa e nós respeitamos isso”, explicou Rafael Almeida, dono de um mercado em frente a praça.
Segundo Rafael, a cadela recebe tratamento especial de muitos moradores e é tida como o mascote da região. “Ela gosta de acompanhar os moradores até em casa porque sabe que vai ganhar um agrado. Ela está sempre pelas redondezas. Os moradores daqui não se importam de receber uma visita dela em casa”, completou.
Todos esses bons exemplos trazem uma mensagem muito importante e quem passa é Cristiano, do Cão Nosso. “Não é porque cuidamos dos animais que as pessoas podem abandoná-los. Não é nossa intenção incentivar o abandono. Importante ensinar para as crianças que o conceito é tratar bem o animal e que em um futuro próximo, todos os cães de rua possam ser adotados e ser bem cuidados”, finalizou.
FONTE: avozdaserra
As pessoas deveriam ser mais unidas e montar vários grupos como esse em cada bairro.
ResponderExcluirMeu sonho para todo Planeta Terra. O começo é o incentivo e conscientização de que cada um castre seu pet, acabe com os criadouros e consequentemente a compra e venda de animais, tirar todos os abandonados das ruas e tratá-los com todo respeito e dignidade que merecem e encaminhá-los para adoção junto à pessoas que vão se desdobrar para amar e cuidar devidamente. O caminho é como foi dito na reportagem, iniciar com nossas crianças. É possível sim, e depende muito mais da comunidade, e só então cobrar e exigir dos governantes.
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