Vem da antiguidade..... Mas, vale a pena ler as informações.....
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Desinformação e crendices populares ameaçam algumas espécies.
Em tempos de notícias falsas pipocando pela internet – as tão faladas fake news –, é importante saber que isso também existe nos assuntos relacionados à natureza. Resultados da pura falta de
informação que se espalha rapidamente, como nas redes sociais de hoje em dia, muitos mitos confundem as pessoas e colocam animais em risco.
Assim como os gatos pretos, as corujas não dão azar. Os morcegos não são “ratos com asas”, as úteis lagartixas não transmitem a doença de pele popularmente conhecida como cobreiro e as serpentes não são todas venenosas. Os “antídotos” para esse problema são, assim como nas notícias de qualquer outra área, a busca por fontes confiáveis e a não propagação de ideias equivocadas.
“Desde sempre, quando falamos no convívio das comunidades humanas com os animais, o desconhecimento leva ao surgimento de uma série de lendas. É algo que, muitas vezes, é ruim para os animais. A coruja, por exemplo, embora seja tida com uma símbolo de sabedoria em algumas culturas, em outras é tida como algo que traz azar. Elas são mortas por isso. As pessoas deveriam estudar sobre os animais, saber mais sobre ele”, comenta o biólogo Luciano Lima.
Ele ressalta que as fake news sempre têm o objetivo de difamar alguém, de propagar inverdades e isso acaba prejudicando quem é apontado.
“O exemplo das serpentes é perfeito porque a falta de conhecimento faz com que as pessoas persigam esses animais. Uma porcentagem mínima delas é peçonhenta, mas acabam dando espaço às crendices. Muitos bichos acabam pagando com a vida”
É importante saber que a presença de corujas significa algo muito positivo. Ela garante um ambiente preservado e equilibrado. Um benefício é o controle da população de ratos, escorpiões, aranhas e insetos. Através de estudos sobre a dieta dessa ave é possível saber que, por um período de um ano, um casal de suindaras (Tyto furcata), por exemplo, consome entre 2 mil e 4 mil ratos e 2 mil a 6 mil insetos.
Mais uma vez, crendices, preconceitos e a falta de informação contribuem para que uma parcela da população ainda não simpatize com as corujas. Com isso, muitas são exterminadas de forma injusta. Essas aves possuem uma série de adaptações morfológicas, ecológicas e comportamentais para vida noturna. É verdade que elas frequentemente habitam casas abandonadas e igrejas.
"Jogar situações negativas em cima deles (animais) é muito mais fácil para o ser humano do que assumir o seu próprio desconhecimento”, Giselda Person, bióloga
"A explicação é que esses lugares fornecem refúgios seguros contra a caça implacável pelo homem e outros predadores. Também é fato que, às vezes, sua presença é denunciada, na escuridão, por uma estranha luz fosforescente, isso se deve à existência, na madeira apodrecida de seus ninhos, de fungos luminosos, que aderem às suas penas. Seus olhos grandes servem para aumentar a eficiência da visão noturna. O voo silencioso se deve às penas macias para aproximar-se de suas presas sem serem percebidas. E as vocalizações lúgubres são para comunicar-se com outros indivíduos de sua espécie ou espantar competidores do território”, explica o ornitólogo Willian Menq.
Prenúncio de morte
Outro preconceito semelhante persegue o acauã. Na região de Linhares, no Espírito Santo, e no Interior do Rio de Janeiro, alguns moradores chamam esta ave de "gavião-cova-caiau", pela seu canto diferente, que mais parece um chamado, um apelo.
Em alguns pontos do Brasil, como na região do Espinhaço, em Minas Gerais, essa ave é considerada de mau-agouro. Tudo porque seu canto é percebido como “Deus-chamou” ou “Deus quer um”, indicando que a morte estaria próxima de quem o escuta. Uma crendice popular que ameaça o animal.
Além de corujas, cobras e de algumas espécies de gaviões, o ornitólogo Willian Menq também lembra que urubus, sapos e aranhas também sofrem com a má fama gerada por crendices populares. No caso dos morcegos, muita gente acha que todos são sugadores de sangue, o que não é verdade. “Até no mundo animal há fake news e, em sua maioria, prejudiciais aos animais. Podem estimular sua perseguição e preconceito”, aponta o ornitólogo.
"Existem fake news que são criadas pela má interpretação de resultados científicos ou mesmo de comportamentos animais, e outras que são criadas por puro sensacionalismo de alguns veículos de comunicação", Willian Menq, ornitólogo
As borboletas pretas, num passado distante, era associadas a bruxas ou deuses do mal e que seriam usadas para feitiços. Sua visita em casa seria um prenúncio de morte. “É importante desmistificar os hábitos e características dos animais, já que eles estão aqui bem antes de nós. Jogar situações negativas em cima deles é muito mais fácil para o ser humano do que assumir o seu próprio desconhecimento”, aponta a bióloga Giselda Person.
Ela também lembra que os olhos dos botos são artigos desejados por algumas culturas na região Norte do País. São usados como amuletos. Isso, lógico, gera mortandade desse animal. A rara jequitiranaboia é outro exemplo de pagar por algo que não deve. Pela sua aparência diferente, muitos têm medo desse inseto e acreditam que sua picada pode matar.
FONTE: G1
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Desinformação e crendices populares ameaçam algumas espécies.
Em tempos de notícias falsas pipocando pela internet – as tão faladas fake news –, é importante saber que isso também existe nos assuntos relacionados à natureza. Resultados da pura falta de
informação que se espalha rapidamente, como nas redes sociais de hoje em dia, muitos mitos confundem as pessoas e colocam animais em risco.
Assim como os gatos pretos, as corujas não dão azar. Os morcegos não são “ratos com asas”, as úteis lagartixas não transmitem a doença de pele popularmente conhecida como cobreiro e as serpentes não são todas venenosas. Os “antídotos” para esse problema são, assim como nas notícias de qualquer outra área, a busca por fontes confiáveis e a não propagação de ideias equivocadas.
“Desde sempre, quando falamos no convívio das comunidades humanas com os animais, o desconhecimento leva ao surgimento de uma série de lendas. É algo que, muitas vezes, é ruim para os animais. A coruja, por exemplo, embora seja tida com uma símbolo de sabedoria em algumas culturas, em outras é tida como algo que traz azar. Elas são mortas por isso. As pessoas deveriam estudar sobre os animais, saber mais sobre ele”, comenta o biólogo Luciano Lima.
Ele ressalta que as fake news sempre têm o objetivo de difamar alguém, de propagar inverdades e isso acaba prejudicando quem é apontado.
“O exemplo das serpentes é perfeito porque a falta de conhecimento faz com que as pessoas persigam esses animais. Uma porcentagem mínima delas é peçonhenta, mas acabam dando espaço às crendices. Muitos bichos acabam pagando com a vida”
É importante saber que a presença de corujas significa algo muito positivo. Ela garante um ambiente preservado e equilibrado. Um benefício é o controle da população de ratos, escorpiões, aranhas e insetos. Através de estudos sobre a dieta dessa ave é possível saber que, por um período de um ano, um casal de suindaras (Tyto furcata), por exemplo, consome entre 2 mil e 4 mil ratos e 2 mil a 6 mil insetos.
Mais uma vez, crendices, preconceitos e a falta de informação contribuem para que uma parcela da população ainda não simpatize com as corujas. Com isso, muitas são exterminadas de forma injusta. Essas aves possuem uma série de adaptações morfológicas, ecológicas e comportamentais para vida noturna. É verdade que elas frequentemente habitam casas abandonadas e igrejas.
"Jogar situações negativas em cima deles (animais) é muito mais fácil para o ser humano do que assumir o seu próprio desconhecimento”, Giselda Person, bióloga
"A explicação é que esses lugares fornecem refúgios seguros contra a caça implacável pelo homem e outros predadores. Também é fato que, às vezes, sua presença é denunciada, na escuridão, por uma estranha luz fosforescente, isso se deve à existência, na madeira apodrecida de seus ninhos, de fungos luminosos, que aderem às suas penas. Seus olhos grandes servem para aumentar a eficiência da visão noturna. O voo silencioso se deve às penas macias para aproximar-se de suas presas sem serem percebidas. E as vocalizações lúgubres são para comunicar-se com outros indivíduos de sua espécie ou espantar competidores do território”, explica o ornitólogo Willian Menq.
Prenúncio de morte
Outro preconceito semelhante persegue o acauã. Na região de Linhares, no Espírito Santo, e no Interior do Rio de Janeiro, alguns moradores chamam esta ave de "gavião-cova-caiau", pela seu canto diferente, que mais parece um chamado, um apelo.
Em alguns pontos do Brasil, como na região do Espinhaço, em Minas Gerais, essa ave é considerada de mau-agouro. Tudo porque seu canto é percebido como “Deus-chamou” ou “Deus quer um”, indicando que a morte estaria próxima de quem o escuta. Uma crendice popular que ameaça o animal.
Além de corujas, cobras e de algumas espécies de gaviões, o ornitólogo Willian Menq também lembra que urubus, sapos e aranhas também sofrem com a má fama gerada por crendices populares. No caso dos morcegos, muita gente acha que todos são sugadores de sangue, o que não é verdade. “Até no mundo animal há fake news e, em sua maioria, prejudiciais aos animais. Podem estimular sua perseguição e preconceito”, aponta o ornitólogo.
"Existem fake news que são criadas pela má interpretação de resultados científicos ou mesmo de comportamentos animais, e outras que são criadas por puro sensacionalismo de alguns veículos de comunicação", Willian Menq, ornitólogo
As borboletas pretas, num passado distante, era associadas a bruxas ou deuses do mal e que seriam usadas para feitiços. Sua visita em casa seria um prenúncio de morte. “É importante desmistificar os hábitos e características dos animais, já que eles estão aqui bem antes de nós. Jogar situações negativas em cima deles é muito mais fácil para o ser humano do que assumir o seu próprio desconhecimento”, aponta a bióloga Giselda Person.
Ela também lembra que os olhos dos botos são artigos desejados por algumas culturas na região Norte do País. São usados como amuletos. Isso, lógico, gera mortandade desse animal. A rara jequitiranaboia é outro exemplo de pagar por algo que não deve. Pela sua aparência diferente, muitos têm medo desse inseto e acreditam que sua picada pode matar.
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