Nosso blog acompanha este casal que há algum tempo mostra um belo serviço. Confira AQUI. É um trabalho maravilhoso!!! Muito Axé para eles e para os lindos papagaios.....
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Dois biólogos gaúchos se alarmaram ao descobrir, quase 30 anos atrás, que revoadas com milhares de aves tinham desaparecido do RS.
Conheça a história de um certo papagaio e de gente apaixonada por ele. Uma prova de como a natureza protegida pode surpreender.
O papagaio Charão é a menor das doze espécies que existem no Brasil. Tem uma máscara vermelha e forma casais para a vida inteira. Apaixonados pelo bicho, dois biólogos gaúchos se alarmaram ao descobrir, quase 30 anos atrás, que revoadas com milhares de aves tinham desaparecido do Rio Grande do Sul. "Começamos a perseguir: para onde teriam ido milhares de papagaios na época da produção do pinhão?", questiona o biólogo Jaime Martinez.
O pinhão é o alimento preferido deles. Semente da araucária, pinheiro pouco preservado em terras gaúchas. O mistério durou vários anos. As buscas se deslocaram algumas centenas de quilômetros em direção a região serrana de Santa Catarina. Mas onde estariam os papagaios no meio da imensidão?
Naquela época, Jaime e Nêmora faziam expedições na região, ainda rica em araucárias. Seguiam pequenos bandos. "Às vezes, a visibilidade não era tão boa, em função dos obstáculos, e os papagaios passavam. Tinha que parar daquele ponto e seguir mais adiante", conta a bióloga Nêmora Pauletti Prestes.
Mas, em um certo fim de tarde, em um lugar afastado, eles finalmente toparam com um enorme dormitório. “Foi fantástico encontrar 8.500 papagaios aqui. Foi maravilhoso, foi emocionante”, comemora Nêmora. Eles continuam por lá. A última contagem foi de quase 20 mil. Mesmo assim, são considerados ameaçados de extinção. Exatamente pelo hábito de viverem todos juntos, em uma mesma região.
Para proteger os papagaios, e com patrocínio privado, o projeto comprou uma área, há dois anos, e criou uma reserva de preservação permanente, em Urupema. Jaime e Nêmora seguem focados principalmente nas aves, a especialidade deles. Observando, avaliando, marcando e soltando delicadamente. São quase 150 espécies já identificadas.
A floresta não é original. Durante décadas teve pastoreio de gado, entre as árvores, o que é comum na região. Mas agora, isolada, protegida, está se regenerando lentamente. Mas em compensação, a regeneração animal dentro surpreendeu. Pela rapidez e pelo ponto a que já chegou: ao topo.
O topo da cadeia alimentar, em que os animais herbívoros comem as plantas, e os carnívoros comem os herbívoros. O puma, onça parda, sussuarana, ou leão baio, como é chamado no Sul. Imagens captadas por câmeras espiãs, instaladas dentro da reserva, que também flagraram outros elos da cadeia: a cotia, comendo goiaba da serra; os quatis, em grandes bandos e bem desinibidos, atléticos; o desconfiado veado catingueiro; o gato do mato, maracajá, de hábitos noturnos; e a irara, outro carnívoro. Tudo, quem diria, a partir da luta pelo papagaio charão.
"Nós não esperávamos que chegaríamos tão longe. Mas é muito gratificante a gente ver o efeito que a conservação da natureza gera para todas as espécies", comemora Jaime.
Fonte: G1
E sempre que uma espécie desaparece, sabemos quem é o culpado.
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