O GRITO DO BICHO 2: A crueldade do transporte terrestre e marítimo dos animais para abate

3/25/2018

A crueldade do transporte terrestre e marítimo dos animais para abate

O Fórum Animal está fazendo um bom trabalho a respeito da questão da exportação dos animais em navios onde é explicita a crueldade contra os animais. O vídeo que lançaram mostra trecho de uma palestra da veterinária australiana chamada Lynn Simpson que trabalha nestes navios. O que ela conta deixa a gente com vontade de explodir todos eles. Agora, ao final, selecionei alguns vídeos para as pessoas se ligarem que o transporte terrestre é tão cruel quanto o marítimo. Motoristas bêbados filmam suas façanhas durante as viagens pelas péssimas estradas do país.

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O Brasil exporta cerca de 400 mil bovinos vivos para abate por ano, com expectativa de crescimento de até 30%, principalmente para o Oriente Médio, onde não há regras de abate humanitário. Esses animais enfrentam viagens de até 30 dias em alto mar em condições muito precárias. Os riscos de impactos ambientais e acidentes são alarmantes.

Em 2016, o Fórum Animal, em parceria com a ONG Animals International, que atua contra esse comércio na Austrália, iniciou uma campanha no Brasil contra esse transporte. Participamos de reuniões com o MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e a OIE - Organização Mundial de Saúde Animal, lançamos a campanha em São Paulo e Porto Alegre com apoio de parlamentares, e trouxemos para palestrar a Dra. Lynn Simpson, médica veterinária australiana com vasta experiência no tema.

Em dezembro de 2017, uma liminar federal autorizou a participação de uma veterinária do Fórum Animal em vistoria a um navio em São Sebastião junto com técnicos do Ibama e do MAPA, porém ela foi impedida de subir a bordo.

Em janeiro de 2018, o advogado Dr. Ricardo Cattani, em nome do Fórum Animal, conseguiu nova liminar para suspensão da saída de um navio de Santos e vistoria de médica veterinária isenta, cujo laudo concluiu serem “abundantes os indicativos que comprovam maus-tratos, além de ultrapassar critérios de razoabilidade elementar de bem-estar animal”.

O Juiz então ordenou o desembarque dos animais e a suspensão da “exportação de animais vivos para abate no exterior, em todo território nacional, até que país de destino se comprometa a adotar práticas de abate compatíveis com o preconizado pelo ordenamento jurídico brasileiro e desde que editadas/observadas normas específicas que possam efetivamente conferir condições de manejo e bem-estar de animais transportados”. Mas a AGU - Advocacia Geral da União conseguiu a liberação do navio e o cancelamento da suspensão da exportação em 05 de fevereiro, sob justificativa econômica.

A campanha continua com medidas legais e divulgação do impacto desse comércio aos animais, ao meio ambiente e à economia brasileira.

*A Dra. Lynn Simpson é médica veterinária, com quase 20 anos de experiência em exportação de animais vivos pela Austrália. Esteve a bordo em 57 viagens como veterinária responsável em diversos navios e diferentes destinos. É formada em Medicina Veterinária pela Universidade de Murdoch, possui mestrado em epidemiologia pela Universidade de Murdoch e em saúde pública pela Universidade de Sydney, e trabalhou para o governo australiano e diversas empresas envolvidas na exportação de animais vivos para abate.