Mais um capítulo da novela "Gatos do Jockey" .... eu já nem falo mais nada....
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Comissão da Alerj fará audiência pública e vistorias frequentes sobre tratamento de gatos no Jockey
Cerca de 300 animais vivem dentro do clube. PM acompanha ação
RIO — A Comissão de Defesa do Meio Ambiente (CDMA) da Alerj realizou, na manhã desta segunda-feira, uma operação surpresa no Jockey Club, no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio.
Nas últimas semanas, o grupo recebeu uma série de denúncias de maus-tratos aos gatos que vivem dentro do clube.
Como informou a coluna de Ancelmo Gois na última sexta-feira, seguranças estariam jogando fora água e comida dos bichanos. A ordem teria partido da presidência do clube.
De acordo com o grupo de voluntários que cuida dos animais, existem cerca de 300 gatos divididos em 21 colônias dentro do clube. A Polícia Militar acompanhou a operação. Segundo Andrea Lambert, veterinária, ativista e representante dos voluntários, a denúncia é de que o Jockey mudou os pontos de alimentação dos animais, deixando eles sem referência. — Os gatos comiam sempre no mesmo lugar, onde ficavam casas que foram demolidas. Depois das obras, eles passarão a comer em diversos pontos do clube. Mas, agora, a voluntária, quando vai colocar a comida para eles, é interrompida pelos seguranças, que jogam a ração fora — explica ela.
O Jockey alega que se responsabiliza pelos cuidados dos animais. A instituição garante que investe cerca R$ 40 mil por mês no trato dos bichinhos, incluindo alimentação, vacinas e medicamentos. Uma equipe de três enfermeiras, um alimentador e um veterinário são responsáveis pelos cuidados de segunda a sábado. A cada 20 dias, são consumidos 25 sacos com 25 quilos de ração que ficam disponíveis para eles em doze pontos espalhados pela área. O clube ainda dispõe de sala de cirurgia e berçário para eles.
— Recebemos os voluntários muito bem, mas eles querem colocar os potinhos de comida em qualquer lugar. Se colocam eles na porta dos restaurantes, os clientes não gostam. O segurança tem orientado os voluntários a colocar nos lugares ideais. É uma questão de definir isso só — conta a gerente de eventos do Jockey, Andrea Olímpico.
Depois da reunião com Francisco Dantas, superintendente do clube, a Comissão decidiu fazer uma audiência pública e um termo de cooperação técnica para melhorar a condição dos animais. O documento vai incluir uma verificação permanente do trabalho feito pela instituição. — Constatamos algumas não conformidades no gatil, como ferrugem e base de papelão nas gaiolas, quantidade indevida de ração. A comissão viu que o Jockey e os protetores dos animais não estão se entendendo, mas o clube tem um projeto para eles. Com o termo de cooperação técnica, vamos definir os deveres de cada lado - detalhou Gustavo Berna, Coordenador Técnico da Comissão de Defesa do Meio Ambiente.
Francisco Dantas reiterou, após a reunião, que é o clube quem deve determinar os locais de alimentação para os gatos. — O presidente da instituição não quer que os animais comam perto dos restaurantes — finalizou.