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9/06/2019

'Me fez olhar para a vida animal com outros olhos', diz tutora que adotou cadela com leishmaniose

Muito legal!!!! amor é amor sempre....❤
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Era noite de sexta-feira, quando Janaína Ferreira saía de um bar e voltava de moto para casa. Durante o trajeto, ela percebeu que estava sendo seguida por uma cadela. Impressionada com a insistência do animalzinho, que a seguiu por quatro quarteirões, decidiu adotá-la, dando-lhe o nome do dia em que se encontraram pela primeira vez. Após ser levada a um veterinário, Sexta-Feira foi diagnosticada com leishmaniose visceral.

"Ela correu quadras atrás da minha moto, e quando chegou perto, pulou na minha perna quando eu perguntei se ela queria ir comigo", lembra da cena, sorrindo.

Apesar da eutanásia ter sido apresentada como opção,
Janaína decidiu que iria manter os planos iniciais, ciente de que o tratamento da doença teria que ser feito durante toda a vida da cadelinha.

“Acho incrível que ela receba diariamente a dose recomendada do medicamento sem sequer pestanejar, senta e espera que eu coloque os comprimidos no fundo da boca, como se soubesse que isso salva a vida dela. Essa situação me fez olhar para a vida animal com outros olhos, principalmente quando falamos de animais abandonados. São vidas que dependem da gente”, fala a professora de violão.

Janaína Ferreira teve os primeiros contatos com cachorros na infância. Antes de Sexta-Feira aparecer, em 2013, ela estava pensando em adotar um bichinho para aliviar a solidão de morar sozinha, longe dos pais. A necessidade de tratamento contínuo, que inclui remédios e consultas, faz parte da rotina da professora, que conta com a ajuda de familiares e amigos para dar conta dessas tarefas.

"Mesmo com a responsabilidade de ter que medicar e levar ao veterinário, de ter que deixá-la aos cuidados dos meus pais ou amigos quando preciso me ausentar, nada paga a sensação de gratidão que sinto ao olhar para ela”, se emociona. Depois de Sexta-Feira, outros dois cachorrinhos foram adotados por Janaína. Eles usam coleiras repelentes para evitar que peguem a doença.


Cuidados, amor e informação
A leishmaniose visceral é doença parasitária crônica, transmitida pela picada do mosquito palha. Embora os cães não transmitam a doença diretamente para os humanos, acabam sendo hospedeiros do protozoário Leishmania. Se não tratada, a leishmaniose pode levar à morte.

"O cão não transmite a doença diretamente para o ser humano, portanto, não há restrições de contato do animal com o ser humano. É totalmente possível levar uma vida tranquila com o cão, desde que exista acompanhamento veterinário e o tutor esteja disposto a seguir corretamente as recomendações.", explica a veterinária Hilda Capuchinho.

A veterinária explica ainda que os animais diagnosticados com leishmaniose visceral precisam ingerir remédios contínuos, é necessário ainda que passem por consultas pelo menos duas vezes por ano. Além do tratamento, alguns cuidados devem ser tomados, como manter o quintal limpo, usar repelentes naturais e coleiras próprias para os cães, inibindo o contato do mosquito transmissor.

“É importante lembrar que a leishmaniose é uma zoonose, ou seja, doença que pode ser transmitida para o ser humano [por meio da picada do mosquito], então ao decidir fazer o tratamento, o tutor deve estar ciente de sua responsabilidade com o animal e também social. Fazendo o tratamento corretamente, com responsabilidade, o animal consegue levar uma vida saudável”, afirma.

Uma opção indicada pelos especialistas é o uso da coleira que repele o mosquito transmissor, em média o custo é de R$ 90. Já o protocolo de tratamento é estipulado pelo veterinário, de acordo com o estágio da doença, e varia em cada cão.

Na saúde e na doença
O veterinário Raymundo Chaves Neto tem cinco cachorrinhos em casa. Após adotar os animais, ele descobriu que três dos cães eram positivos para a leishmaniose. Por atuar na área e ter informações sobre a doença, iniciou o tratamento imediatamente. A Nala, uma SRD, completa 10 anos em dezembro, já o Kiba é um labrador, de oito anos e a Molly, uma Basset Hound, de 7.

Um dos exames mais recentes realizados em Nala, deram negativo, apesar da cadelinha ter a doença . Raymundo Chaves Neto explica que, mesmo sendo portadora, a cadela apresenta negativo devido a medicação usada.

"Fiz exames recentes dela para uma mastectomia e castração, todos os exames normais, inclusive o de leishmaniose deu negativo. Ela continua infectada pelo protozoário, mas entra num estágio que chamamos de assintomático", explica o veterinário. Ele ainda destaca que, mesmo nessa condição, os animais precisam continuar o tratamento, que inclui a medicação e as consultas.

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