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3/01/2019

Ocorrências de Farra do boi são zeradas no município de Porto Belo

Pior é ver a cumplicidade dos políticos neste crime...
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Mesmo proibida há mais de 20 anos por crime ambiental, lei 9.605/98, a farra do boi ainda exige muita atenção de defensores dos animais no estado de Santa Catarina.

O ato bizarro do linchamento de um bovino durante horas - chamado pelos
nativos de "tradição" - acontece a céu aberto envolvendo jovens, adultos e até crianças.

Em alguns municípios, como Governador Celso Ramos, a farra do boi acontece deliberadamente nas principais avenidas da cidade. A polícia militar da região já precisou de reforço da Força Tática, num verdadeiro cenário de guerra: com os agentes equipados de gás lacrimogêneo, balas de borracha em ação com helicópteros para reprimir a farra do boi.

Embora a polícia militar de Governador Celso Ramos faça um brilhante papel de inteligência, envolvendo investigação, fiscalização e coerção, ao mesmo tempo em que valida as ações educacionais do Coletivo Brasil Contra Farra; o prefeito Juliano Duarte Campos não abre diálogo para combater este crime; o que faz com que a PM da região trabalhe sem as devidas ferramentas de combate à farra. Não há sequer a contratação anual de um convênio com ONGs para ações educativas, nem guincho para rebocar o carro de farristas ou carreta para retirar o animal de grande porte do meio do linchamento.

Já, em Florianópolis, a farra ainda é forte nas regiões de trilhas como o extenso bairro Rio Vermelho que compreende à praia do Moçambique, saindo do bairro dos Ingleses pela SC 406, seguindo em direção à Barra da Lagoa. Um trecho dele ainda possui um antigo calçamento de pedras sem asfalto, campos fechados e trilhas, por onde os farristas levam os bois até mesmo a nado para farras em regiões como Costa da Lagoa e Barra da Lagoa.

Para o coletivo Brasil Contra Farra, é o aumento da fiscalização na região do Rio Vermelho, prisão dos principais mandantes, bem como ações educacionais que vão acabar com o crime em Florianópolis.

De acordo com informações em denúncias para coletivo, é do município de Tijucas que saem 80% dos bois que são usados em todas as regiões onde há farra do boi. Neste caso, se o estado focasse em ações estratégicas em Tijucas, provavelmente a farra do boi estaria com os dias contados.

Mas a boa notícia é que existem regiões que estão conseguindo driblar a ação dos farristas, diminuir e até mesmo zerar a farra do boi.

*Brasil Contra Farra do Boi*
Trata-se de um coletivo nacional de ativistas independentes, ONGs, grupos de defesa animal e profissionais da comunicação e do jurídico que trabalham de forma voluntária em ações estratégicas e táticas, alinhando um diálogo com as instituições do estado de Santa Catarina, promovendo acolhimento das denúncias da população, monitoramento e alertas de farra e programas de conscientização. Embora seja um coletivo não governamental, em 2018, passou a trabalhar alinhado com instituições de alguns municípios e o resultado foi que, não houve nenhum registro de ocorrência de farra do boi em regiões como Porto Belo.

Na última sexta-feira, 22, o Grupo de Operações e Resgate - GOR, o Município de Porto Belo, a FAMAP (Fundação do Meio Ambiente de Porto Belo) e a Polícia Militar de Porto Belo, receberam uma condecoração do BCF (Brasil Contra a Farra). O selo representa um símbolo de reconhecimento e incentivo pelo trabalho realizado por essas instituições para conscientizar a população e combater a prática da farra do boi na cidade.

Como parte do coletivo, o GAAV (Grupo de Advocacia Animalista Voluntários) prepara uma ação pelo fim do abate sanitário dos bois que têm seus brincos retirados para que os mandantes não sejam identificados na prática da farra do boi. A ação será representada pela ONG Princípio Animal.

Fica a esperança de dias melhores para os bovinos de Santa Catarina.

FONTE: brasil247

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