E não soube no dia, mas, ainda em tempo de registrar a partida de Hannelore, que sempre me incentivou na luta em defesa dos animais. Fazia tempo que não falava com ela... Éramos fãs uma da outra, como ela gostava de dizer. Foi uma mestra!!!! Fica e paz, amiga!!!!
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Foi uma precursora do estudo de comportamento e estresse dos bichanos
Hannelore tinha profunda aversão ao sofrimento alheio. A sensibilidade fez com que, em vez da medicina, optasse pela veterinária.
Foi calejada. Criança na Alemanha, era colocada pelos pais para descascar batatas no porão. Era longe de ser um castigo. A Europa vivia a ascensão do nazismo, e a menina hiperativa precisava gastar energia longe das ruas, onde a polícia reprimia judeus.
Aos 14, veio para São Paulo com os pais e o irmão. Fez um curso de secretariado, conheceu o futuro marido, Alfred, também refugiado judeu, e foi fazer veterinária em uma das primeiras turmas da USP. Incomodava-a, porém, a noção de tratar só as doenças. O sofrimento já estava ali.
A ideia foi crescendo ao longo de sua carreira, enquanto integrou as equipes do Zoológico e do Simba Safári de São Paulo —chegou a levar para casa uma filhote de onça-pintada que, desenganada, fora rejeitada pela mãe.
Notou que cães e gatos tinham suas próprias angústias e doenças psicossomáticas. Resolveu então, já próxima dos 60, cursar psicologia, e foi uma das precursoras do estudo de comportamento animal, relacionando problemas de animais ao estresse transmitido pelos donos.
Criou ainda o programa Pet Smile, uma espécie de "Doutores da Alegria" animal, em que voluntários levavam bichinhos para alegrar doentes em hospitais. Era inventiva frente a empecilhos. Se a direção do hospital impusesse impedimento a peludinhos, levava tartarugas. Se o problema era carregar animais pelos corredores, levava-os num carrinho.
Morreu no dia 29/07, aos 91. Deixa os filhos Mario, Thomas (em memória), Silvia e Marcos, e quatro netos.
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Foi uma precursora do estudo de comportamento e estresse dos bichanos
Hannelore tinha profunda aversão ao sofrimento alheio. A sensibilidade fez com que, em vez da medicina, optasse pela veterinária.
Foi calejada. Criança na Alemanha, era colocada pelos pais para descascar batatas no porão. Era longe de ser um castigo. A Europa vivia a ascensão do nazismo, e a menina hiperativa precisava gastar energia longe das ruas, onde a polícia reprimia judeus.
Ela que me apresentou ao Tristan que era Presidente da Conferência Internacional de Bem-Estar Animal... Ele se tornou o maior divulgador da nossa "Fala Bicho" no exterior - 2001 |
Aos 14, veio para São Paulo com os pais e o irmão. Fez um curso de secretariado, conheceu o futuro marido, Alfred, também refugiado judeu, e foi fazer veterinária em uma das primeiras turmas da USP. Incomodava-a, porém, a noção de tratar só as doenças. O sofrimento já estava ali.
A ideia foi crescendo ao longo de sua carreira, enquanto integrou as equipes do Zoológico e do Simba Safári de São Paulo —chegou a levar para casa uma filhote de onça-pintada que, desenganada, fora rejeitada pela mãe.
Sempre me prestigiava nos Congressos que eu participava - 1999 |
Notou que cães e gatos tinham suas próprias angústias e doenças psicossomáticas. Resolveu então, já próxima dos 60, cursar psicologia, e foi uma das precursoras do estudo de comportamento animal, relacionando problemas de animais ao estresse transmitido pelos donos.
Criou ainda o programa Pet Smile, uma espécie de "Doutores da Alegria" animal, em que voluntários levavam bichinhos para alegrar doentes em hospitais. Era inventiva frente a empecilhos. Se a direção do hospital impusesse impedimento a peludinhos, levava tartarugas. Se o problema era carregar animais pelos corredores, levava-os num carrinho.
Morreu no dia 29/07, aos 91. Deixa os filhos Mario, Thomas (em memória), Silvia e Marcos, e quatro netos.
FONTE: folha.uol
Uma grande perda! Uma vez fizemos um projeto especial sobre animais para um jornal de S Paulo e ela foi uma das entrevistadas. Mas isso já faz mais de vinte anos, esse assunto era muito improvável em jornal... Achei muito bacanas as informações dela, bem inovadoras. Uma grande mulher!
ResponderExcluirTriste partida, mas por tudo que ela fez, com certeza terá um bom descanso.
ResponderExcluirSheila, você é uma pessoal muito privilegiada por conhecer pessoas tão importantes e memoráveis em sua vida. Quando você pegar o trem pro outro lado, todos eles estarão te esperando na estação. Gente boa não morre, só deixa a casca.
ResponderExcluirTive a oportunidade de entrevistá-la uma vez, e me apaixonei por ela. Deus a receba. Que possa descansar em paz.
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