Gabriel Matos mudou de vida após a chegada da shitzu Dolores. Atualmente, ele cria duas cadelas e está prestes a inaugurar o segundo pet shop em menos de dois anos, em Salvador.
O ator e funcionário público Gabriel Matos e a cachorrinha Dolores têm uma história de amor e superação. Há 10 anos, ele viveu uma depressão aguda e encontrou no animal motivação para vencer a doença. A relação trouxe para ele ânimo e novas perspectivas de vida. Há um ano e meio, abriu um pet shop e já está se preparando para inaugurar uma segunda unidade.
Gabriel tem 40 anos e é natural de Alagoinhas, cidade que fica a 120 quilômetros de Salvador. Ele se mudou para a capital em 2007, para trabalhar como servidor público e estudar Direito na Universidade Federal da Bahia. Um ano depois, foi diagnosticado com depressão.
"O ritmo de vida na capital é diferente do interior, assim como as relações entre as pessoas. Em Alagoinhas, eu estava com minha família e meus amigos o tempo todo, mas de repente me vi sozinho. Acredito que isso tenha desencadeado a doença", comenta. Gabriel passou seis anos em tratamento e ainda tem acompanhamento médico.
Os dois primeiros anos da doença foram os mais difíceis. Ele se afastou do trabalho e trancou o curso na Ufba. Não se alimentava direito e mal levantava da cama. Apesar da situação delicada, poucos amigos e familiares acompanharam essa fase, entre eles a irmã do ator.
Outra pessoa que ajudou Gabriel nessa época foi Rafaeel Ferraz, advogado e sócio dele. Eles são da mesma cidade e foram colegas na faculdade. Para tentar ajudar o amigo, em novembro de 2010, Rafaeel deu de presente para ele a cadela Dolores (apelidada de Dolly), da raça shitzu, após ler que criar um animal auxilia pessoas a superar a depressão, pois desenvolve uma relação de carinho e ajuda a ter senso de responsabilidade.
"Foi exatamente isso o que aconteceu comigo. Eu precisei deixar meus problemas para cuidar dela". Ele detalha que tarefas corriqueiras, como dar comida e água para Dolly, já o ajudavam a levantar da cama. Lembra que após meses sem fazer barba e cabelo, sentiu vontade de se arrumar quando precisou levá-la ao veterinário pela primeira vez.
"É inexplicável a mudança que ela me trouxe. Apesar de não cuidar de mim, eu queria cuidar de Dolly. Foi amor à primeira vista", celebra. Os passeios com Dolly passaram a fazer parte da rotina dele aos poucos. E, a cada caminhada, conhecia outras pessoas.
"Puxavam conversa por causa dela, até meus vizinhos. Quando vi, já estava próximo de gente que também tem cachorros, conseguia socializar, estava voltando a cuidar de mim mesmo", lembra. Dois anos após a chegada da cachorrinha, ele voltou para o trabalho e também conseguiu concluir o curso de Direito no ano passado.
Gabriel sempre gostou de animais. Quando criança, levava para casa os que achava nas ruas de Alagoinhas. Entretanto, considera a amizade com a shitzu foi diferente das anteriores. Hoje, ele cria também Lunna, que é filha de Dolly.
Negócio próprio
A grande virada da vida de Gabriel aconteceu em dezembro de 2016, quando abriu com o amigo Rafaeel o pet shop "Meu Bixim e Eu", que atende cães, gatos e animais silvestres no bairro da Pituba, em Salvador. "Meus pais são comerciantes, mas quem tem talento para administração e finanças é meu sócio. Foi ele que trouxe essa ideia", admite.
Os dois juntaram economias e investiram na orientação de uma empresa de consultoria de mercado. Gabriel revela que usou o dinheiro da venda de um apartamento no negócio. "Pensávamos em algo relacionado à comida ou a animais porque é o que gostamos. Porém, as coisas ligadas à alimentação são mais burocráticas, daí escolhemos a outra opção", justifica.
Outro detalhe que motivou a abertura do pet shop foi uma experiência negativa que Gabriel teve com Dolly. Ela sofreu uma queda do balcão de uma empresa do ramo e chegou a ficar sem andar. "Eu conheci outras pessoas que enfrentaram problemas diversos nesses locais e achei que esse seria um bom nicho, investindo em segurança, qualidade e conforto".
A dupla não queria abrir um negócio como os que já existem em Salvador e foi para a Europa pesquisar referências e novidades. Lá eles encontraram o conceito de "pet store", que são locais que oferecem mais que serviços de banho e tosa, consultas veterinárias e medicamentos. Eles reúnem espaços de convivência para amantes de animais e vendem itens diferenciados.
Na empresa, o cliente pode beber champagne e descansar em uma cadeira de massagem enquanto espera pelos bichos de estimação, por exemplo. Os animais podem receber mimos inusitados, como selagem e tintura dos pêlos, petiscos saudáveis à base de linhaça, entre outros.
Gabriel lembra que, inicialmente, o movimento foi fraco. "Eu e Rafaeel sofremos um baque. A clientela demorou para entender nossa proposta, mas depois que entendeu, o retorno foi incrível". Se o começo foi difícil, agora a dupla chega a dispensar serviços nos fins de semana. "Durante a semana a gente atende em média 10 animais diariamente, mas nas sextas e nos sábados esse número é quatro vezes maior. Se tivéssemos mais gente trabalhando e mais espaço, teríamos demanda".
O pet shop da Pituba abriu com três funcionários e hoje tem cinco. Agora, os empresários estão contratando mais pessoas para trabalhar em uma nova unidade, que vai ser aberta até julho desse ano, no bairo do Rio Vermelho. Além dos serviços que já existem na matriz, a filial vai ter um deck com café.
Apesar dos esforços, do alto custo e investimento, Gabriel afirma que ele e o sócio ainda não têm lucro com o pet shop. "O negócio se banca e o que sobra é usado para reinvestir. Temos nossas profissões, porém, nunca precisamos tirar dos nossos salários para o pet shop, então já estamos satisfeitos".
O ator e funcionário público Gabriel Matos e a cachorrinha Dolores têm uma história de amor e superação. Há 10 anos, ele viveu uma depressão aguda e encontrou no animal motivação para vencer a doença. A relação trouxe para ele ânimo e novas perspectivas de vida. Há um ano e meio, abriu um pet shop e já está se preparando para inaugurar uma segunda unidade.
Gabriel tem 40 anos e é natural de Alagoinhas, cidade que fica a 120 quilômetros de Salvador. Ele se mudou para a capital em 2007, para trabalhar como servidor público e estudar Direito na Universidade Federal da Bahia. Um ano depois, foi diagnosticado com depressão.
"O ritmo de vida na capital é diferente do interior, assim como as relações entre as pessoas. Em Alagoinhas, eu estava com minha família e meus amigos o tempo todo, mas de repente me vi sozinho. Acredito que isso tenha desencadeado a doença", comenta. Gabriel passou seis anos em tratamento e ainda tem acompanhamento médico.
Os dois primeiros anos da doença foram os mais difíceis. Ele se afastou do trabalho e trancou o curso na Ufba. Não se alimentava direito e mal levantava da cama. Apesar da situação delicada, poucos amigos e familiares acompanharam essa fase, entre eles a irmã do ator.
"Eu não queria comentar com as pessoas, pois sentia vergonha, medo. E também porque não queria deixá-las preocupadas. Quando estava com elas, fingia que estava tudo bem. Depois me recolhia novamente"
Outra pessoa que ajudou Gabriel nessa época foi Rafaeel Ferraz, advogado e sócio dele. Eles são da mesma cidade e foram colegas na faculdade. Para tentar ajudar o amigo, em novembro de 2010, Rafaeel deu de presente para ele a cadela Dolores (apelidada de Dolly), da raça shitzu, após ler que criar um animal auxilia pessoas a superar a depressão, pois desenvolve uma relação de carinho e ajuda a ter senso de responsabilidade.
"Foi exatamente isso o que aconteceu comigo. Eu precisei deixar meus problemas para cuidar dela". Ele detalha que tarefas corriqueiras, como dar comida e água para Dolly, já o ajudavam a levantar da cama. Lembra que após meses sem fazer barba e cabelo, sentiu vontade de se arrumar quando precisou levá-la ao veterinário pela primeira vez.
"É inexplicável a mudança que ela me trouxe. Apesar de não cuidar de mim, eu queria cuidar de Dolly. Foi amor à primeira vista", celebra. Os passeios com Dolly passaram a fazer parte da rotina dele aos poucos. E, a cada caminhada, conhecia outras pessoas.
"Puxavam conversa por causa dela, até meus vizinhos. Quando vi, já estava próximo de gente que também tem cachorros, conseguia socializar, estava voltando a cuidar de mim mesmo", lembra. Dois anos após a chegada da cachorrinha, ele voltou para o trabalho e também conseguiu concluir o curso de Direito no ano passado.
"Devo minha recuperação e minha sobrevivência à Dolly, pois eu não tinha mais motivação para viver. Ela salvou a minha vida, me salvou de mim mesmo"
Gabriel sempre gostou de animais. Quando criança, levava para casa os que achava nas ruas de Alagoinhas. Entretanto, considera a amizade com a shitzu foi diferente das anteriores. Hoje, ele cria também Lunna, que é filha de Dolly.
Negócio próprio
A grande virada da vida de Gabriel aconteceu em dezembro de 2016, quando abriu com o amigo Rafaeel o pet shop "Meu Bixim e Eu", que atende cães, gatos e animais silvestres no bairro da Pituba, em Salvador. "Meus pais são comerciantes, mas quem tem talento para administração e finanças é meu sócio. Foi ele que trouxe essa ideia", admite.
Os dois juntaram economias e investiram na orientação de uma empresa de consultoria de mercado. Gabriel revela que usou o dinheiro da venda de um apartamento no negócio. "Pensávamos em algo relacionado à comida ou a animais porque é o que gostamos. Porém, as coisas ligadas à alimentação são mais burocráticas, daí escolhemos a outra opção", justifica.
Outro detalhe que motivou a abertura do pet shop foi uma experiência negativa que Gabriel teve com Dolly. Ela sofreu uma queda do balcão de uma empresa do ramo e chegou a ficar sem andar. "Eu conheci outras pessoas que enfrentaram problemas diversos nesses locais e achei que esse seria um bom nicho, investindo em segurança, qualidade e conforto".
A dupla não queria abrir um negócio como os que já existem em Salvador e foi para a Europa pesquisar referências e novidades. Lá eles encontraram o conceito de "pet store", que são locais que oferecem mais que serviços de banho e tosa, consultas veterinárias e medicamentos. Eles reúnem espaços de convivência para amantes de animais e vendem itens diferenciados.
Na empresa, o cliente pode beber champagne e descansar em uma cadeira de massagem enquanto espera pelos bichos de estimação, por exemplo. Os animais podem receber mimos inusitados, como selagem e tintura dos pêlos, petiscos saudáveis à base de linhaça, entre outros.
Gabriel lembra que, inicialmente, o movimento foi fraco. "Eu e Rafaeel sofremos um baque. A clientela demorou para entender nossa proposta, mas depois que entendeu, o retorno foi incrível". Se o começo foi difícil, agora a dupla chega a dispensar serviços nos fins de semana. "Durante a semana a gente atende em média 10 animais diariamente, mas nas sextas e nos sábados esse número é quatro vezes maior. Se tivéssemos mais gente trabalhando e mais espaço, teríamos demanda".
O pet shop da Pituba abriu com três funcionários e hoje tem cinco. Agora, os empresários estão contratando mais pessoas para trabalhar em uma nova unidade, que vai ser aberta até julho desse ano, no bairo do Rio Vermelho. Além dos serviços que já existem na matriz, a filial vai ter um deck com café.
Apesar dos esforços, do alto custo e investimento, Gabriel afirma que ele e o sócio ainda não têm lucro com o pet shop. "O negócio se banca e o que sobra é usado para reinvestir. Temos nossas profissões, porém, nunca precisamos tirar dos nossos salários para o pet shop, então já estamos satisfeitos".
FONTE: G1
O que o salvou foi uma shitzu, mas temos que manter em mente que todo e qualquer animal tem essa capacidade. Animais ajudam em qualquer doença, aproximam as pessoas boas, ajudam a superar até a timidez.
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