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4/19/2018

'Não é ético ter filhos biológicos': o que pensa uma adepta do antinatalismo

Acho tão bom encontrar pessoas lúcidas com referência ao planeta, aos animais e a espécie humana. Penso, exatamente, igual a ela embora tenha tido um filho.... Tenho 3 netos que causam preocupação com o planeta que estamos deixando para eles.....
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Desde muito jovem, a espanhola Audrey García sabia que não queria ter filhos e, aos 39, se submeteu a uma histerectomia. Para ela e outros natalistas, a superpopulação e a escassez de recursos tornam egoísta a decisão de procriar.

O mundo está cheio de casais dispostos a gastar bastante dinheiro e submeter-se a tratamentos médicos às vezes difíceis para conseguir tornar realidade seu sonho de ter filhos. Há pessoas, no entanto, que pensam justamente o contrário: que trazer novas vidas a um mundo superpovoado e com recursos limitados seria "uma falta de responsabilidade".

A espanhola Audrey García, de 39 anos, é uma das que dizem ter motivos fortes para escolher não gerar descendentes. Desde adolescente ela pensava em não ter filhos. Aos 20 anos, no entanto, diz que a ideia se confirmou, por achar que "não é ético ter filhos biológicos".

"Simplesmente não é ético em um mundo superpovoado, onde falta água e comida para muitas pessoas, onde estamos destruindo o meio ambiente, onde não paramos de consumir mais e mais recursos", disse à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC. "Não quando se pode adotar ou acolher (outras crianças)."

Os que pensam como ela são conhecidos como antinatalistas – e se inspiram, em geral, nas ideias de David Benatar, diretor do departamento de Filosofia da Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul, um dos expoentes atuais dessa corrente de pensamento.

O antinatalismo, para García, também está associado ao veganismo, pelo qual ela optou antes mesmo de decidir que não queria filhos. "Como ativista, luto contra todo tipo de exploração animal. Se eu tivesse filhos, seria responsável por criar uma cadeia sem fim de humanos que vão consumir produtos animais, porque não posso garantir de forma nenhuma que meus filhos e netos sejam veganos", afirma. "Ter filhos significaria necessariamente aumentar o sofrimento animal."

Ser antinatalista, na opinião dela, também é ir contra o sistema estabelecido, que "supõe que uma mulher está destinada a ser mãe".

'Egoísmo'?
A espanhola submeteu-se a uma cirurgia de histerectomia, mas não descarta, no entanto, a possibilidade de querer ter filhos no futuro. Adotar crianças é uma opção que ela ainda considera. "As pessoas costumam ficar chocadas, porque veem a esterilização como uma mutilação, mas quando eu explico os motivos, elas entendem. Em geral, nunca tive muitos problemas", afirma.

Aos que dizem que a ideia é "egoísta", a barceloneta responde que nem todos os que decidem não ter descendentes biológicos o fazem pelos mesmos motivos. "Não vejo o que há de egoísta em querer dedicar sua vida a outra coisa que não seja ter filhos. O que acho egoísta é tomar, de maneira unilateral, a decisão de trazer alguém a este mundo."

Outro motivo listado pelos antinatalistas é o fato de que todos os seres humanos experimentam o sofrimento físico, psicológico e emocional. "Claro que há momentos bons na vida, mas não estaria privando ninguém deles. Não se pode privar de nada uma pessoa que não nasceu", diz García. Desde que se tornou ativista, ela diz que lamenta "menos" que seus pais a tenham trazido ao mundo. "Acho que muitas pessoas já pensaram em suicídio uma vez ou outra. Mas, já que estou aqui, tento ser útil."

FONTE: G1

4 comentários:

  1. Faço parte desse time ,tenho quarenta anos ,eu e meu marido tbm optamos em não ter filhos pensando em consequências futuras.

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  2. Justamente porque o planeta está uma meleca, querida Audrey, é que é preciso limpa-lo, ao invés de reclamar da sujeira e você pode começar varrendo a própria calçada e a do seu vizinho, se ele for velho ou doente. Justamente porque oceanos estão poluídos é que precisamos de jovens nascendo para inventar processos de despoluição e conscientização ambiental. Só porque você nasceu mas não conseguiu fazer a Terra mais bonita, não desacredite que outros o possam fazer, já estão fazendo se você focar nos olhos deles, uma esperança só. Heróis estão nascendo, enquanto vilões estão morrendo e não falta comida na Terra, não, falta gente pra plantar como as crianças estão aprendendo nas escolas, tirando do chão o próprio almoço, felizes por isso. Reclamar que está uma droga é fácil, difícil é limpar o lixo dos oceanos como jovens que nasceram ontem inventaram e estão limpando enquanto outros inventam fraldas biodegradáveis ou aprimoram a energia eólica e solar porque tesouros não faltam, é só saber usar.Comece fechando a boca e abrindo os braços para ativistas mirins, essa pirralhada que chegou para fazer o que você não fez e para ser o que você não é, e essas crianças não gostam nada dessa desgraceira de antinatalismo porque esperam a chegada de outros super bebês com seus projetos de dessalinizar oceanos, esse mundão de água que você ainda vai saborear, achando legal isso. Guris estão chegando para fazer da Terra um planeta que você, Audrey, nem vai acreditar que possa ser feito por mãos tão pequenas e corações tão grandes. A opção de ter ou não filhos é sua, nada contra, mas não faça disso uma cartilha para todos e um mandamento para Deus, já ouviu falar Dele?

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  3. Concordo com a Audrey Garcia. É preciso mesmo um controle de natalidade e tambem cuidar e educar as crianças que já nasceram para que no futuro, não haja uma superpopulação racionando água e comida para sobreviver. Quanto mais gente: maior o desmatamento para plantio, criação de gado e construção de habitações, maior é o consumo e desperdício, especialmente de água, maior é a quantidade de lixo e violência no planeta.
    É preciso conscientização hoje para não deixar um mundo ainda pior para a geração futura.

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  4. Também concordo que trazer crianças para o mundo do jeito que está é uma maldade com eles. Não tive filhos e não me arrependo, muito pelo contrário cada vez mais me convenço que fiz a coisa certa.

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