O Brasil ficou desmoralizado no mundo. Esta história da Turquia não deixar ninguém filmar a chegada dos animais no porto é a maior prova da tragédia que aconteceu com estes animais......
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Manifesto assinado por professores de universidades públicas diz que Brasil descumpriu código sanitário da Organização Mundial de Saúde Animal e cobra regulamentação sobre o tema.
Um manifesto assinado por pesquisadores de sete universidades públicas brasileiras cobra do governo federal uma regulamentação “clara e detalhada” sobre o bem-estar dos animais de produção, ou seja, destinados ao consumo humano.
O documento foi elaborado após a polêmica exportação de 27 mil bois vivos para a Turquia no início de fevereiro, operação que só foi concretizada após uma batalha judicial entre a União e ativistas, que alegavam maus-tratos aos animais.
Os professores destacam na carta que o Brasil é o "celeiro mundial de proteína animal", mas, nesse episódio, descumpriu o “Código Sanitário para os Animais Terrestres” da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), do qual o país é signatário.
Para o professor Mateus Paranhos da Costa, do departamento de Zootecnia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Jaboticabal (SP), que encabeça o manifesto, mais do que um “constrangimento” internacional, casos como esse podem prejudicar o agronegócio.
“O impacto mais sério é que os interessados, que são os produtores, o próprio Ministério [da Agricultura], os técnicos que estão trabalhando na produção animal, não estão percebendo o risco que ações como essa trazem para a imagem da cadeia produtiva e do negócio”, diz.
Procurado pelo G1, o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) não se manifestou sobre as críticas até a publicação desta matéria.
Costa explica que, apesar de não existir uma regulamentação internacional que faça referência ao bem-estar dos animais de produção, impondo restrições comerciais, ou outros tipos de sanções, cada vez mais esse conceito está sendo adotado por grupos econômicos.
“Há grandes importadores, grandes redes de supermercados na Inglaterra, por exemplo, que compram carne bovina no Brasil e que têm pré-requisitos sobre a produção. Então, a relação é particular, não comercial de Estado. Mas, existe uma pressão, principalmente por parte da Europa”, diz.
Não menos importante é a mobilização popular. O professor destaca que defensores dos animais conseguiram impedir – mesmo que por alguns dias – o navio de partir do porto de Santos (SP) com a carga viva, e fizeram o tema ganhar repercussão internacional.
“A comunidade também começa a fazer boicotes. A sociedade também se mobiliza, de um jeito que muita gente não concorda, mas usando as ferramentas que ela tem. A gente não pode ignorar isso: a mobilização popular é cada vez maior”, afirma.
O manifesto
Enviado ao governo federal, o manifesto é assinado por Costa e por outros 13 professores de instituições, como Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) e Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), na Bahia.
No documento, o grupo aponta que o laudo técnico sobre as condições dos bois exportados para a Turquia, assinado pela veterinária Magda Regina, nomeada pela Justiça, é a única avaliação objetiva do caso, com indicadores científicos e foco no bem-estar animal.
A carta também cita que a nota emitida pela Comissão Técnica de Bem-Esta Animal (CTBEA) do Ministério da Agricultura, totalmente contrária ao laudo anterior, não apresenta nenhuma contestação bem fundamentada e não especifica como foi realizada a avaliação.
"Além disso, foi enfatizado na nota técnica que a exportação de animais vivos (incluindo o caso em análise) está regulamentada por uma série de atos normativos, que estão alinhados aos preceitos de bem-estar animal estabelecidos pela OIE. Se assim for, algo precisa ser mudado urgentemente, pois não há como negar a existência de problemas de bem-estar dos bovinos que participaram desta operação de embarque do navio Nada", diz o manifesto.
Falta regulamentação
Os professores também afirmam que existem poucos regulamentos técnicos tratando de bem-estar dos animais de produção no Brasil, destacando que a maioria é vaga, imprecisa e não oferece indicadores para uma avaliação prática, de forma ampla e precisa.
“Não determinam nenhum indicador objetivo do que é maltrato, ou do que é bem-estar. Não há elementos para qualquer pessoa fazer uma análise – inclusive, estou me referindo aos fiscais agropecuários federais – mais segura do que está acontecendo”, critica Costa.
O professor da Unesp explica ainda que o conceito de bem-estar precisa ser regulamentado justamente por ser complexo, uma vez que envolve não só o que o animal sente, mas o estado de saúde e nutricional, o conforto térmico, a segurança, entre outros quesitos.
“Eu tenho compromisso com a produção pecuária, mas com a produção responsável. Uma produção que gere renda ao produtor, condições dignas de trabalho para quem atua nessa área, mas que isso não seja feito ao custo de sofrimento, porque, se for, o risco de a sociedade rejeitar esse produto é grande”, conclui.
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Manifesto assinado por professores de universidades públicas diz que Brasil descumpriu código sanitário da Organização Mundial de Saúde Animal e cobra regulamentação sobre o tema.
Um manifesto assinado por pesquisadores de sete universidades públicas brasileiras cobra do governo federal uma regulamentação “clara e detalhada” sobre o bem-estar dos animais de produção, ou seja, destinados ao consumo humano.
O documento foi elaborado após a polêmica exportação de 27 mil bois vivos para a Turquia no início de fevereiro, operação que só foi concretizada após uma batalha judicial entre a União e ativistas, que alegavam maus-tratos aos animais.
Os professores destacam na carta que o Brasil é o "celeiro mundial de proteína animal", mas, nesse episódio, descumpriu o “Código Sanitário para os Animais Terrestres” da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), do qual o país é signatário.
Para o professor Mateus Paranhos da Costa, do departamento de Zootecnia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Jaboticabal (SP), que encabeça o manifesto, mais do que um “constrangimento” internacional, casos como esse podem prejudicar o agronegócio.
“O impacto mais sério é que os interessados, que são os produtores, o próprio Ministério [da Agricultura], os técnicos que estão trabalhando na produção animal, não estão percebendo o risco que ações como essa trazem para a imagem da cadeia produtiva e do negócio”, diz.
Procurado pelo G1, o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) não se manifestou sobre as críticas até a publicação desta matéria.
Costa explica que, apesar de não existir uma regulamentação internacional que faça referência ao bem-estar dos animais de produção, impondo restrições comerciais, ou outros tipos de sanções, cada vez mais esse conceito está sendo adotado por grupos econômicos.
“Há grandes importadores, grandes redes de supermercados na Inglaterra, por exemplo, que compram carne bovina no Brasil e que têm pré-requisitos sobre a produção. Então, a relação é particular, não comercial de Estado. Mas, existe uma pressão, principalmente por parte da Europa”, diz.
Não menos importante é a mobilização popular. O professor destaca que defensores dos animais conseguiram impedir – mesmo que por alguns dias – o navio de partir do porto de Santos (SP) com a carga viva, e fizeram o tema ganhar repercussão internacional.
“A comunidade também começa a fazer boicotes. A sociedade também se mobiliza, de um jeito que muita gente não concorda, mas usando as ferramentas que ela tem. A gente não pode ignorar isso: a mobilização popular é cada vez maior”, afirma.
O manifesto
Enviado ao governo federal, o manifesto é assinado por Costa e por outros 13 professores de instituições, como Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) e Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), na Bahia.
No documento, o grupo aponta que o laudo técnico sobre as condições dos bois exportados para a Turquia, assinado pela veterinária Magda Regina, nomeada pela Justiça, é a única avaliação objetiva do caso, com indicadores científicos e foco no bem-estar animal.
A carta também cita que a nota emitida pela Comissão Técnica de Bem-Esta Animal (CTBEA) do Ministério da Agricultura, totalmente contrária ao laudo anterior, não apresenta nenhuma contestação bem fundamentada e não especifica como foi realizada a avaliação.
"Além disso, foi enfatizado na nota técnica que a exportação de animais vivos (incluindo o caso em análise) está regulamentada por uma série de atos normativos, que estão alinhados aos preceitos de bem-estar animal estabelecidos pela OIE. Se assim for, algo precisa ser mudado urgentemente, pois não há como negar a existência de problemas de bem-estar dos bovinos que participaram desta operação de embarque do navio Nada", diz o manifesto.
Os professores também afirmam que existem poucos regulamentos técnicos tratando de bem-estar dos animais de produção no Brasil, destacando que a maioria é vaga, imprecisa e não oferece indicadores para uma avaliação prática, de forma ampla e precisa.
“Não determinam nenhum indicador objetivo do que é maltrato, ou do que é bem-estar. Não há elementos para qualquer pessoa fazer uma análise – inclusive, estou me referindo aos fiscais agropecuários federais – mais segura do que está acontecendo”, critica Costa.
O professor da Unesp explica ainda que o conceito de bem-estar precisa ser regulamentado justamente por ser complexo, uma vez que envolve não só o que o animal sente, mas o estado de saúde e nutricional, o conforto térmico, a segurança, entre outros quesitos.
“Eu tenho compromisso com a produção pecuária, mas com a produção responsável. Uma produção que gere renda ao produtor, condições dignas de trabalho para quem atua nessa área, mas que isso não seja feito ao custo de sofrimento, porque, se for, o risco de a sociedade rejeitar esse produto é grande”, conclui.
FONTE: G1
Vá lá que o Brasil é o que a gente sabe, não dá para o mundo acreditar muito nele depois das "travessuras" que alguns mequetrefes aprontaram em proveito próprio mas o Brasil bem que podia sair pela tangente de focar na atitude enérgica de abolir a crueldade contra os animais, começando por proibir essas viagens para a morte, nos navios do inferno, com direito ao tratamento “humanitário”, de pancada e choque elétrico. Aí, sim, seria maneiro a gente assistir no noticiário da noite, os aplausos dos países, reconhecendo na nossa pátria amada esse desenho de nação superior e justa, apesar de subdesenvolvido, endividado e pobre, mas um exemplo para o planeta aprender que animais merecem compaixão e respeito e que apesar de Legal, não é legal machucar e derramar sangue inocente, mesmo valendo a dinheirama que vale, e mesmo contrariando os interesses da cúpula pecuária, que só pensa nela mesma e batendo de frente com o barrigão do comércio de carne, essa prática bárbara e desprezível que só não acaba porque poderosos emperram. Aí sim Brasil, iria valer a pena acordar cada manhã para ser brasileira de novo sem medo de ser feliz.
ResponderExcluirConcordo com você mas, creio que o fim dos maus tratos, abusos, humilhações e indiferença aos quais são submetidos estes e todos os animais destinados ao abate, nunca chegará. É lamentável viver numa sociedade na qual de um lado prevalecem os capitalistas produtores obcecados por dinheiro mesmo que seja oriundo de dor e sangue. No outro lado temos uma sociedade indiferente, em sua maioria alheia a tudo isto e só quer saber da carne no prato de cada dia. Isso sem levar em conta outras formas de abate para fins como couro, peles, cosméticos... O avanço tecnológico e o conhecimento parecem ir na contramão na forma de como deveríamos compreender e tratar os animais. Ainda somos muito primitivos neste aspecto.
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