Realmente, explicar a continuidade desta exploração animal é bem difícil..... Quando conseguiremos por um final nisto, minha Santa dos Cascos Cansados?
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Diferentemente das bicicletas, substituídas pelas motocicletas, o veículo puxado por animais está resistindo
Quixadá. Um meio de transporte, utilitário, sobre um único eixo, a carroça, continua resistindo ao tempo e ao crescimento urbano na maior cidade do Centro do Estado. Os órgãos do Município não possuem cadastro e nem números acerca da frota desse tipo de veículo, de tração animal. O mapeamento ainda será efetuado. Entretanto, circulando pelas ruas e avenidas da cidade não há quem não se depare com algum deles no dia a dia. Possuem até um estacionamento especial na área comercial.
Segundo o último levantamento do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-CE), de novembro do ano passado, o Município possui mais de 30 mil veículos. Desse total mais da metade são motocicletas. Apesar dos 2.500 caminhões, caminhonetes e utilitários motorizados, não existem empresas de frete. Quem precisa tem o seu próprio veículo ou prefere pagar mais em contra pelo serviço, recorrendo aos carroceiros.
Nesse quase meio século, diferentemente das bicicletas, quase em extinção nas ruas como transporte urbano, substituídas pelas motocicletas, o veículo puxado por animais está resistindo. Há quem diga, incluindo os utilizados nos depósitos de materiais de construção, existirem mais de 100. Todos os dias cerca de 20 deles se concentram na "Pedra", um ponto da Rua Rui Maia, onde ganharam até o estacionamento exclusivo para suas carroças, com direito a placa de sinalização de trânsito. No local, sombreado por algumas árvores, eles se reúnem pela manhã cedo no aguardo dos clientes.
A empresária Silvia Oliveira Lima, uma dos 14 filhos de Antônio Benjamim de Oliveira, recorda da chegada dos carroceiros à porta da sua casa, quando ainda era criança. Na época, tinha seis anos. Eles se concentravam próximo, na Travessa Tiradentes, mas, quando as árvores plantadas pelo pai cresceram, pediram para estacionarem na sombra, na Rua Rui Maia. O hábito se mantém desde então.
Antônio Benjamim faleceu em 2007, mas, em respeito ao pedido do pai, a filha e a família consentiram na permanência dos carroceiros no local. A única exigência é manterem o lugar limpo, recolhendo o esterco dos animais. Eles são de confiança e ajudam a proteger a casa enquanto aguardam a chegada de cliente. Como se revezam, tem sempre alguém vigiando.
O grupo também mantém regras para a prestação dos serviços. A primeira delas é não maltratar o animal, além de dar boa alimentação, água e o descanso adequado após alguma entrega. Um detalhe chama a atenção: a maioria prefere as burras, espécies do cruzamento do jumento, também chamado de asno ou de jegue, com a égua. Além de mais dóceis, as fêmeas não causam constrangimentos as clientes. "Os burros se estressam rapidamente", explica Francisco Eudásio de Sousa.
Os mais antigos no ramo, como Raimundo Nonato dos Santos, lembram do surgimento da atividade na cidade, ainda no início da década de 1970. A maioria das ruas não possuía pavimentação. As mudanças das mobílias eram feitas nas carrocerias de aproximadamente dois metros quadrados. Além da habilidade na condução do animal, é preciso ter paciência. Apesar de o eixo possuir rodas, quando animal anda mais rápido, solavanca a carga. Como transportam de tudo, incluindo caixão de defunto, com o passageiro dentro, é preciso ter cuidado.
A dona de casa Maria Anunciada Ribeiro sempre busca os serviços dos carroceiros. Aprendeu a confiar no serviço de frete quando era criança. Aborrecimento, só a mãe teve uma vez, mas o guiador não teve culpa. Ele havia alertado do risco de levar os 12 potes, dos grandes, com água, do sertão para a casa da cidade. "Nem com muita fé não tinha como não quebrarem".
Fique por dentro
Mais de cinco milênios de história
O surgimento da carroça é muito antigo. Historiadores apontam seu primeiro uso após a invenção da roda, com registros arqueológicos de 3.500 a.C., há 5.500 anos. Naquela época os antigos mesopotâmios já usavam um objeto de formato circular para fazer cerâmica, mas, de ambas as invenções, não se sabe quem foram os seus criadores. Naquela época, esse tipo de transporte já possuía eixo e era utilizado principalmente na agricultura, espalhada por todas as civilizações antigas. As adaptações foram evoluindo, chegando ao século XX com eixos de metal e pneus, os mesmos utilizados nos automóveis. Apenas a tração continuou a mesma, animal. Para manobrar as carroças é preciso ter domínio e habilidade, utilizando as rédeas.
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Diferentemente das bicicletas, substituídas pelas motocicletas, o veículo puxado por animais está resistindo
Quixadá. Um meio de transporte, utilitário, sobre um único eixo, a carroça, continua resistindo ao tempo e ao crescimento urbano na maior cidade do Centro do Estado. Os órgãos do Município não possuem cadastro e nem números acerca da frota desse tipo de veículo, de tração animal. O mapeamento ainda será efetuado. Entretanto, circulando pelas ruas e avenidas da cidade não há quem não se depare com algum deles no dia a dia. Possuem até um estacionamento especial na área comercial.
Segundo o último levantamento do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-CE), de novembro do ano passado, o Município possui mais de 30 mil veículos. Desse total mais da metade são motocicletas. Apesar dos 2.500 caminhões, caminhonetes e utilitários motorizados, não existem empresas de frete. Quem precisa tem o seu próprio veículo ou prefere pagar mais em contra pelo serviço, recorrendo aos carroceiros.
Nesse quase meio século, diferentemente das bicicletas, quase em extinção nas ruas como transporte urbano, substituídas pelas motocicletas, o veículo puxado por animais está resistindo. Há quem diga, incluindo os utilizados nos depósitos de materiais de construção, existirem mais de 100. Todos os dias cerca de 20 deles se concentram na "Pedra", um ponto da Rua Rui Maia, onde ganharam até o estacionamento exclusivo para suas carroças, com direito a placa de sinalização de trânsito. No local, sombreado por algumas árvores, eles se reúnem pela manhã cedo no aguardo dos clientes.
A empresária Silvia Oliveira Lima, uma dos 14 filhos de Antônio Benjamim de Oliveira, recorda da chegada dos carroceiros à porta da sua casa, quando ainda era criança. Na época, tinha seis anos. Eles se concentravam próximo, na Travessa Tiradentes, mas, quando as árvores plantadas pelo pai cresceram, pediram para estacionarem na sombra, na Rua Rui Maia. O hábito se mantém desde então.
Antônio Benjamim faleceu em 2007, mas, em respeito ao pedido do pai, a filha e a família consentiram na permanência dos carroceiros no local. A única exigência é manterem o lugar limpo, recolhendo o esterco dos animais. Eles são de confiança e ajudam a proteger a casa enquanto aguardam a chegada de cliente. Como se revezam, tem sempre alguém vigiando.
O grupo também mantém regras para a prestação dos serviços. A primeira delas é não maltratar o animal, além de dar boa alimentação, água e o descanso adequado após alguma entrega. Um detalhe chama a atenção: a maioria prefere as burras, espécies do cruzamento do jumento, também chamado de asno ou de jegue, com a égua. Além de mais dóceis, as fêmeas não causam constrangimentos as clientes. "Os burros se estressam rapidamente", explica Francisco Eudásio de Sousa.
Os mais antigos no ramo, como Raimundo Nonato dos Santos, lembram do surgimento da atividade na cidade, ainda no início da década de 1970. A maioria das ruas não possuía pavimentação. As mudanças das mobílias eram feitas nas carrocerias de aproximadamente dois metros quadrados. Além da habilidade na condução do animal, é preciso ter paciência. Apesar de o eixo possuir rodas, quando animal anda mais rápido, solavanca a carga. Como transportam de tudo, incluindo caixão de defunto, com o passageiro dentro, é preciso ter cuidado.
A dona de casa Maria Anunciada Ribeiro sempre busca os serviços dos carroceiros. Aprendeu a confiar no serviço de frete quando era criança. Aborrecimento, só a mãe teve uma vez, mas o guiador não teve culpa. Ele havia alertado do risco de levar os 12 potes, dos grandes, com água, do sertão para a casa da cidade. "Nem com muita fé não tinha como não quebrarem".
Fique por dentro
Mais de cinco milênios de história
O surgimento da carroça é muito antigo. Historiadores apontam seu primeiro uso após a invenção da roda, com registros arqueológicos de 3.500 a.C., há 5.500 anos. Naquela época os antigos mesopotâmios já usavam um objeto de formato circular para fazer cerâmica, mas, de ambas as invenções, não se sabe quem foram os seus criadores. Naquela época, esse tipo de transporte já possuía eixo e era utilizado principalmente na agricultura, espalhada por todas as civilizações antigas. As adaptações foram evoluindo, chegando ao século XX com eixos de metal e pneus, os mesmos utilizados nos automóveis. Apenas a tração continuou a mesma, animal. Para manobrar as carroças é preciso ter domínio e habilidade, utilizando as rédeas.
FONTE: diariodonordeste
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