Estou publicando dois casos de abandono de animais em situações diversas, mas, mostrando como é difícil ajudar os animais quando se recorre aos órgãos públicos e autoridades......
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Donos se mudam e abandonam seis cachorrinhos no bairro Cordeiros
Moradores da rua João Emiliano da Silva, no bairro Cordeiros, em Itajaí, denunciam que moradores da casa 728 foram embora e deixaram para trás seis cachorros – três cães adultos e três filhotinhos. Um dos animais está com a perninha quebrada.
Os cães estão se alimentando graças a bondade dos vizinhos, que levam comida, água e cobertas. Os vizinhos contam que já ligaram várias vezes para a Defesa Animal, da fundação Municipal do Meio Ambiente (Famai), mas ninguém apareceu para ajudar.
Os moradores também procuraram a vereadora Renata Narcizo, que é protetora voluntária há anos, mas que alegou que não podia fazer nada, já que os cães estão dentro de uma propriedade particular.
Os vizinhos pedem a ajuda do povão pra continuar cuidados dos animais. Eles pedem apoio de um veterinário, para atender o filhote com a perna quebrada, remédios, ração, cobertores e um lar temporário ou definitivo. Também esperam que uma ong se sensibilize com a situação e acolha os animais. A assessoria da vereadora disse que ela recebeu a denúncia, mas como está doente não conseguiu ir ainda ao local.
Famai não atende telefone
Andréia Paula Reich, da Defesa Animal, diz que a Famai não recebe mais denúncias por telefone. Elas precisam ser feitas no site da fundação, pelo aplicativo da Famai ou pessoalmente no órgão. “Precisamos de provas para entrar em uma área particular para retirada dos animais”, explica. Ela estava fora da Famai ontem e não conseguiu confirmar se recebeu denuncia dos cães da rua João Emiliano da Silva. Há fotos e vídeos e muitos relatos do caso nas redes sociais.Quem quiser ajudar os cãezinhos, pode falar no Whats (41) 99988-2570
FONTE:
diarinho
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Pobres bichos
Hoje trago uma história tristemente triste e infelizmente verdadeira do país real. Domingo à noite, algures num bairro das Caldas.
Um cão abandonado, visivelmente maltratado e com uma orelha ferida, aproxima-se de uma família e “pede” para entrar num prédio, claramente pedindo ajuda. Com uma informação anterior que, nesses casos, se deve ligar à GNR, assim se fez. A GNR disse para ligar à PSP. A PSP chegou duas horas e meia depois e apenas para verificar se o cão tinha chip. Não recolheu o animal e disse que, nestes casos, se deve ligar para a Câmara, que tem um piquete de serviço. Mas ao mesmo tempo que deu esta informação, lá disse também que desse serviço ninguém iria atender, o que obviamente aconteceu…
(O cãozinho dormiu num terraço privado do prédio. Caso contrário teria continuado a vaguear no bairro…).
Segunda-feira de manhã, novo dia, vamos ver o que aconteceu. Ligou-se para a Câmara, a veterinária estava fora em vacinação e não se sabia se voltaria à Câmara nesse dia. Ligou-se para o canil municipal e foi explicado que o canil está lotado e que não pode recolher o animal, mas apenas divulgar no Facebook… Também informaram que todas as associações locais estão sobrelotadas. Perante a explicação de que o animal iria ficar à deriva, sem cuidados básicos e colocando em perigo pessoas, outros animais e mesmo podendo vir a causar acidentes no trânsito, o funcionário disse compreender, mas não poder fazer nada.
(O cãozinho, sem condições para continuar a ficar no terraço do prédio, passou para a rua, onde tem comida e água e uma manta para dormir).
Não sei se lá continua, imagino que sim. À hora em que escrevo, terça de manhã, não sei ainda de nada. Espero que continue. E sobretudo que não ande a vaguear, doente, cheio de parasitas, à fome, pela cidade. É pelo bicho, claro, mas é pelos miúdos e graúdos que andam na rua, que podem ser atacados. É pelas doenças que pode transmitir. É pelos carros que passam e pelos acidentes que o cão pode causar…
Entretanto mil telefonemas e insistências para as associações locais (CRAPAA, Rede Leonardo), que estando cheias a abarrotar, estou certa que hão de encontrar uma solução. Mais dia menos dia, estou certa que sim.
A questão não é este cão. A questão é não termos uma resposta, eficaz e na hora, para casos como este que sucedem diariamente, de animais sem dono que erram pelas ruas. Os animais têm direito, têm os seus direitos e são credores de respeito e atenção por parte da comunidade. Porém, em casos como este, são também a saúde e segurança públicas que estão ameaçadas, fortemente ameaçadas.
O problema dos animais sem dono, ou abandonados por alguém, é complexo e não se resolve em duas penadas. É da responsabilidade pública autárquica, uma responsabilidade partilhada pela sociedade civil (associações, particulares). Sabendo da limitação de recursos existentes, mesmo em termos de capacidade/lotação dos espaços disponíveis, é preciso pensar soluções alternativas. E mesmo havendo espaço nos canis/gatis, também não é solução fechar os animais para sempre numa vida de clausura e sem uma família de adoção.
É preciso pensar em conjunto e tomar providências concretas para resolver os problemas que se vão colocando no que diz respeito aos animais ditos de companhia e abandonados à sua sorte. E, nesse quadro, é fundamental é que haja soluções de emergência para casos como o que hoje relato, que se passa aqui ao pé, pertinho de nós, na nossa cidade.
FONTE:
gazetacaldas