Não adianta regulamentar, tem que proibir.... A fiscalização nestes casos é difícil .... aliás, tudo que envolva humanos e fiscalização, atualmente, NÃO DÁ CERTO!!!!!! a corrupção entra nas menores coisas. Que coisa lastimável ver um flagrante deprimente da exploração animal.....
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Animal aparece tentando comer grama. Publicação feita em São Lourenço (MG) teve mais de 15 mil compartilhamentos em três dias.
A publicação de fotos de um bode enquanto se alimentava causou polêmica nas redes sociais. O animal, usado em passeios de charrete em São Lourenço (MG), aparece ajoelhado, comendo a grama de uma praça no Centro da cidade. Turistas e moradores se revoltaram com as imagens e acusam os donos de charrete de deixar os animais sem comida.
A postagem foi feita no início da semana por uma turista de Rezende (RJ). Fernanda Brito é do Sul de Minas, mas mora há anos no estado do Rio de Janeiro e sempre visita São Lourenço. Decidiu compartilhar as fotos nas redes sociais e ganhou apoio de vários seguidores.
Até esta quarta-feira (13), eram pelo menos 15 mil compartilhamentos e centenas de comentários, todos contra o uso dos animais em charretes. Na mensagem, a turista questiona a falta de fiscalização e fala em “crueldade” por parte dos turistas que decidem fazer o passeio.
“Os passeio de charretes em bodes e cavalos são comuns na cidade. Tenho conhecimento de pessoas que já fizeram de tudo para tentar melhorar a condição destes animais na cidade, mas nada muda”, conta Fernanda.
Vários problemas foram apontados no serviço de charretes pela turista, em entrevista ao G1. “Os animais ficam no centro em uma fila esperando as pessoas. No sol, sem proteção do calor. Nunca vi eles comendo. Sempre vejo charretes com vários turistas em cima, não sei se existe por lei um número limite de ocupantes, mas de peso sei que não tem. É tudo muito cruel”.
A situação é acompanhada de perto por membros de um movimento de proteção aos animais de São Lourenço. Há anos, eles tentam reforçar a fiscalização e barrar o uso de cavalos e bodes para este tipo de trabalho.
“Isso já é de longa data, problema antigo. Por algum motivo maior, não se consegue resolver”, explica Denise Lage, do movimento Patrulha Animal, que compartilhou o conteúdo postado por Fernanda.
“O pior, no momento, é o fato dos animais trabalharem o dia inteiro no sol. É obrigatório ter alimento e água disponível enquanto ele está trabalhando. E aqui não tem. Pra mim, isso caracteriza maus-tratos".
Segundo Denise, enquanto os cavalos são usados para passeios em charretes grandes, os bodes ficam para passeios em mini-charretes com crianças. Depois da repercussão, os bodes não foram vistos por dois dias na cidade, mesmo com o feriado de carnaval.
Para a defensora das causas animais, a situação como a registrada nas fotos traz maus resultados ao turismo da cidade. “É um ponto muito negativo pro turismo daqui. Tanto pela situação em que os animais vivem, quanto pela sujeira causada nas ruas. Inclusive tem muito turista que boicota, mas também tem gente que não tem muita noção do que se passa por trás”.
A recorrência dos casos com bodes e cavalos chama a atenção da turista. “Uma vez, vi um cavalo que caiu com a charrete cheia de turistas em frente a uma farmácia. O coitado ficou lá deitado no chão, com a respiração ofegante. Não sei qual o verdadeiro motivo deste incidente, mas sei que quase morri de pena”.
Contra os serviços de charrete na cidade, ela tenta passar a mesma mensagem à filha. “Minha filha tem 4 anos, e algumas vezes pediu para fazer este passeio. Ela vê outras crianças na charrete e acha que é divertido. Sempre disse não e agora ela já entende o motivo. Mas continuo explicando e mostrando porque não fazermos este tipo de turismo”.
Resposta da prefeitura
Por meio de nota enviada ao G1, a prefeitura informou que a Lei Municipal nº 3.155 de 2014 regulamenta o serviço de charretes com animais na cidade. A lei foi implantada com modificações em 2017 e determina, entre outros pontos, o horário de trabalho e o cuidado com os animais.
Sobre a falta de fiscalização apontada por usuários da rede social, a prefeitura afirma que ela é feita regularmente pela equipe de zoonoses do município. No ano passado, os cavalos tiveram um chip implantado ao corpo, usado para monitorar as condições de saúde, como peso e possíveis doenças. "Caso ele não esteja em condições, é retirado imediatamente pela equipe sendo proibido de circular , e o proprietário está sujeito às sanções da lei", diz a nota.
A medida foi tomada após o município criar uma carteira municipal de habilitação para quem trabalha com as charretes. É proibido ao charreteiro transitar sem a carteira.
Porém, em relação aos bodes usadas nas charretes infantis, ainda não há uma previsão para implantação dos chips de controle. Portanto, não é possível sabe exatamente como está a saúde dos animais. Mas, segundo a assessoria, os bodes também têm acompanhamento frequente dos veterinários.
FONTE:
G1