Não sei como ainda existem exemplares destes animais.... O homem está destruindo tudo....
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Desflorestamento e caça são as principais ameaças para a sobrevivência da espécie
Considerado um dos parentes mais próximos dos humanos, o orangotango de Bornéu corre sérios riscos de desaparecer. Por causa da destruição do seu habitat e da caça, quase 150 mil deles desapareceram num período de apenas 16 anos, entre 1999 e 2015, revela levantamento publicado nesta semana na revista “Current Biology”. O estudo alerta que o avanço do desmatamento e os conflitos com populações humanas são ameaças para a sobrevivência deste primata.
O declínio na densidade populacional foi mais severo em áreas que foram desflorestadas e transformadas pela agricultura industrial, já que os orangotangos sofrem para viver fora das florestas — comentou Maria Voigt, do Instituto Max Planck para a Antropologia Evolucionária, na Alemanha, uma das envolvidas na pesquisa. — O preocupante, no entanto, é que a maioria dos orangotangos foram perdidos em áreas que continuaram conservadas durante o período do estudo, o que implica uma grande participação da caça.
Pesquisadores de 38 institutos internacionais compilaram dados de pesquisas de campo conduzidas entre 1999 e 2015, extrapolando o tamanho total da população a partir do número de ninhos observados. No total, foram identificados 36.555 ninhos, com a redução progressiva ao longo do tempo. Os resultados indicam que a população de orangotangos foi reduzida em 148.500 animais no período. Além disso, o estudo sugere que apenas 38 dos 64 grupos restantes possuem mais de cem indivíduos, considerado o limite mínimo para a viabilidade.
Para identificar as causas das perdas, os pesquisadores utilizaram mapas que ilustram as mudanças ambientais ao longo do tempo, que foram comparados com os habitats da espécie. O levantamento indica que o desmatamento — principalmente para a mineração, produção de celulose e de óleo de dendê — provoca os declínios mais dramáticos no número de animais.
Porém, um número muito maior de orangotangos foram perdidos em áreas exploradas por madeireiras ou intactas. Esse aparente paradoxo é explicado pelo fato de essas áreas concentraram muito mais animais que as regiões devastadas. E o futuro é desanimador: os cientistas preveem que nos próximos 35 anos a população de orangotangos será reduzida em 45 mil animais, levando a espécie para a beira da extinção.
O orangotango de Bornéu é classificado como ameaçado de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza. De acordo com as estimativas do novo relatório, restam entre 70 mil e 100 mil animais. Mas os cientistas também notaram que os orangotangos estão se demonstrando mais resilientes que o imaginado, com adaptações aos novos desafios. Por exemplo, eles estão caminhando em terra mais do que o esperado e se alimentando de plantas que não faziam parte de sua dieta, como as palmeiras de dendê e as acácias.
A única coisa com a qual não conseguem lidar é com as altas taxas de matanças vistas atualmente — apontou Serge Wich, da Universidade John Moores, de Liverpool. — Os orangotangos são uma espécie de reprodução muito lenta, e modelos usados em estudos anteriores indicam que se apenas um animal é perdido por ano num grupo de cem adultos, esta população tem alta probabilidade de desaparecer.
Além da caça pela carne e pela pele, os orangotangos estão se tornando vítimas de conflitos com agricultores. O estudo estima que existam cerca de 10 mil animais vivendo em zonas ainda não desmatadas com plantações de palmeiras. A maior parte deles deve morrer.
Nós não esperávamos perdas tão grandes em áreas de florestas, então o estudo confirma que a caça é uma questão central. Quando esses animais entram em conflitos com humanos nas fronteiras das plantações, eles sempre perdem. As pessoas estão matando eles — comentou Wich, em entrevista à BBC. — Na semana passada, nós recebemos o relato de um orangotango com 130 chumbos em seu corpo, após ser morto a tiros em Bornéu. Isso é chocante e desnecessário. Os orangotangos podem até comer as frutas, mas não são perigosos.
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Desflorestamento e caça são as principais ameaças para a sobrevivência da espécie
Considerado um dos parentes mais próximos dos humanos, o orangotango de Bornéu corre sérios riscos de desaparecer. Por causa da destruição do seu habitat e da caça, quase 150 mil deles desapareceram num período de apenas 16 anos, entre 1999 e 2015, revela levantamento publicado nesta semana na revista “Current Biology”. O estudo alerta que o avanço do desmatamento e os conflitos com populações humanas são ameaças para a sobrevivência deste primata.
O declínio na densidade populacional foi mais severo em áreas que foram desflorestadas e transformadas pela agricultura industrial, já que os orangotangos sofrem para viver fora das florestas — comentou Maria Voigt, do Instituto Max Planck para a Antropologia Evolucionária, na Alemanha, uma das envolvidas na pesquisa. — O preocupante, no entanto, é que a maioria dos orangotangos foram perdidos em áreas que continuaram conservadas durante o período do estudo, o que implica uma grande participação da caça.
Pesquisadores de 38 institutos internacionais compilaram dados de pesquisas de campo conduzidas entre 1999 e 2015, extrapolando o tamanho total da população a partir do número de ninhos observados. No total, foram identificados 36.555 ninhos, com a redução progressiva ao longo do tempo. Os resultados indicam que a população de orangotangos foi reduzida em 148.500 animais no período. Além disso, o estudo sugere que apenas 38 dos 64 grupos restantes possuem mais de cem indivíduos, considerado o limite mínimo para a viabilidade.
Para identificar as causas das perdas, os pesquisadores utilizaram mapas que ilustram as mudanças ambientais ao longo do tempo, que foram comparados com os habitats da espécie. O levantamento indica que o desmatamento — principalmente para a mineração, produção de celulose e de óleo de dendê — provoca os declínios mais dramáticos no número de animais.
Porém, um número muito maior de orangotangos foram perdidos em áreas exploradas por madeireiras ou intactas. Esse aparente paradoxo é explicado pelo fato de essas áreas concentraram muito mais animais que as regiões devastadas. E o futuro é desanimador: os cientistas preveem que nos próximos 35 anos a população de orangotangos será reduzida em 45 mil animais, levando a espécie para a beira da extinção.
O orangotango de Bornéu é classificado como ameaçado de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza. De acordo com as estimativas do novo relatório, restam entre 70 mil e 100 mil animais. Mas os cientistas também notaram que os orangotangos estão se demonstrando mais resilientes que o imaginado, com adaptações aos novos desafios. Por exemplo, eles estão caminhando em terra mais do que o esperado e se alimentando de plantas que não faziam parte de sua dieta, como as palmeiras de dendê e as acácias.
A única coisa com a qual não conseguem lidar é com as altas taxas de matanças vistas atualmente — apontou Serge Wich, da Universidade John Moores, de Liverpool. — Os orangotangos são uma espécie de reprodução muito lenta, e modelos usados em estudos anteriores indicam que se apenas um animal é perdido por ano num grupo de cem adultos, esta população tem alta probabilidade de desaparecer.
Além da caça pela carne e pela pele, os orangotangos estão se tornando vítimas de conflitos com agricultores. O estudo estima que existam cerca de 10 mil animais vivendo em zonas ainda não desmatadas com plantações de palmeiras. A maior parte deles deve morrer.
Nós não esperávamos perdas tão grandes em áreas de florestas, então o estudo confirma que a caça é uma questão central. Quando esses animais entram em conflitos com humanos nas fronteiras das plantações, eles sempre perdem. As pessoas estão matando eles — comentou Wich, em entrevista à BBC. — Na semana passada, nós recebemos o relato de um orangotango com 130 chumbos em seu corpo, após ser morto a tiros em Bornéu. Isso é chocante e desnecessário. Os orangotangos podem até comer as frutas, mas não são perigosos.
FONTE: oglobo