Não sabia disto.... Achei incrível..... Mulher abençoada mesmo.....
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Leonardo Rodrigues conheceu Irmã Dulce no final da década de 70, quando começou trabalho em clínica na Cidade Baixa e até hoje cuida de animais resgatados por funcionários da Osid.
Cuidar dos seres humanos necessitados de comida, abrigo, atenção e carinho foi prioridade na vida de Irmã Dulce, mas a religiosa baiana, que se tornará santa
em outubro, não se restringia às pessoas, ela era uma admiradora da natureza e acolhia animais abandonados ou que chegaram até ela na companhia de alguma pessoa em situação de rua que ia pedir ajuda à freira.
Em Salvador, pelas ruas da Cidade Baixa, onde ficam as Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), no final da década de 70, a vida da futura santa e do veterinário baiano Leonardo Rodrigues se cruzaram. Foi com ele que a freira contou para ajudá-la no cuidado com os bichinhos perdidos ou abandonados por Salvador.
"Quando ela resgatava algumas pessoas da rua, às vezes eles vinham com animais, normalmente cães. Ela tinha a preocupação de saber como estava aquele animal para depois voltar para o seu verdadeiro dono, que era a pessoa resgatada na rua", conta.
Há quase 40 anos, quando, recém-formado, dava os primeiros passos na carreira com uma clínica veterinária própria, o médico teve poucos encontros com Irmã Dulce, mas hoje relembra carinhosamente das visitas rápidas em que ela nem entrava na clínica e da porta mesmo anunciava: “Doutor, vou mandar um cãozinho para você olhar”.
"A vida dela era de muitas tarefas, a gente se falou muito pouco. Foi passando aqui de carro, indo para o hospital [Santo Antônio] aí ela dizia que mandaria um animal para eu cuidar. O contato mais direto, eu tive com Dulcinha, a irmã dela, que vinha sempre aqui [na clínica]. Ela [Dulcinha] tinha um animal chamado Bimbo, esse a gente tratou muito tempo", relembrou o veterinário.
Leonardo conta que apesar de Irmã Dulce ser muito venerada pelo cuidado com as pessoas necessitadas, ele também a admirava pela dedicação, preocupação e resgates de animais. "A gente já notava que ela era uma pessoa diferenciada. Uma pessoa que já naquela época, não se falava de ONG, de cuidado de animais, e a pessoa já se preocupava com aquele cão que chegava com um mendigo lá [no hospital] e tratava o mendigo e também o animal, naturalmente uma pessoa dessa já era iluminada, com certeza", ressaltou Leonardo.
Entre os animais resgatados por Irmã Dulce e que foi cuidado pelo veterinário está o cão Lázaro. Ele viveu por tantos anos com a freira que o médico e familiares dela não lembram o tempo. "Ele [Lázaro] ficava lá no convento. Tinha até nome de santo", brincou o veterinário. Lázaro faleceu quando Irmã Dulce ainda estava viva. Não há registros fotográficos do cão, mas Maria Rita, sobrinha da Bem-Aventurada e superintendente das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), relembra do cão que tornou-se bastante querido por toda a família.
"Era um cachorro que chegou cheio de sarna, feridas. Ela trouxe para cá [para as Obras] e toda vez que minha mãe vinha do Rio, porque nós morávamos no Rio, ela [Irmã Dulce] pedia para dar banho e colocar um lacinho em Lázaro, deixar ele bonito para nos receber. Esse cachorro, Lázaro, marcou minha infância", relembrou Maria Rita que ainda ressaltou: "Ela sempre teve esse olhar amoroso com os bichos". A sobrinha da religiosa baiana detalhou ainda os momentos que Irmã Dulce teve com animais e com a natureza.
"Ela sempre teve muito amor pela natureza, pelas plantas, amava o mar. Quando ela estava muito deprimida ela pedia para levar ela para ver o mar, gostava muito de ir à praia com minha mãe, já freira. Ela sentava, ficava um pouquinho em Monte Serrat [em Salvador] e com os animais não era diferente", conta.
"Me lembro que no convento ela tinha um viveiro de periquitos. Eu gostava muito quando era pequena, de ficar por ali e, como disse doutor Leonardo, ela passou a cuidar dos animais das pessoas que procuravam ela. Teve um papagaio doado por um médico e ela brincava muito com esse papagaio e com Lázaro", disse Maria Rita.
Animais resgatados
Assim como tudo que foi feito por Irmã Dulce teve continuidade após sua morte, o cuidado que ela tinha com os animais se perpetuou. Maria Rita mantém um canil na região da Cidade Baixa, que hoje possui sete cães, entre eles Nina, uma cadelinha que ficou famosa após ir para o Hospital Santo Antônio, unidade de saúde que pertence à Osid, e aguardar o seu dono que estava internado.
Nina, diferente dos outros cães, não foi abandonada. Maria Rita explica que a cadela passou bastante tempo sendo cuidada pelas freiras do convento Santo Antônio, enquanto o dono dela estava no hospital, e se habituou no local. Em seguida, o homem decidiu se mudar de Salvador, todos entraram em um consenso e decidiram pela continuidade da cadela no canil.
Além de cães, gatos também são resgatados, mas no espaço, atualmente, só tem cães. A última gatinha que foi resgatada por trabalhadores da Osid já foi adotada por um funcionário. "Esses animais aparecem por aqui [proximidade do Largo de Roma] e muitos deles surgem machucados. Até hoje eu brinco que doutor Leonardo é o SUS dos animais, como nós [OSID] somos 100% SUS lá [no Hospital]. Ele cuida com carinho, um valor diferenciado, então a gente sabe que aqui os animais têm um tratamento humanizado. Com muito carinho, muito amor, paciência e aí todos os animais que aparecem lá", contou Maria Rita e o veterinário completou:
"Ainda hoje, após a morte de Irmã Dulce, a morte de corpo, mas ela está presente de espírito. A gente ainda cuida dos animais que aparecem lá no Hospital [Santo Antônio]. Os animais são examinados, vermifugados, alguns fizeram cirurgias, castração para que não aumente a população e para que estejam bem cuidados. A gente faz um atendimento regular deles nesse tempo todo que estamos aqui na Cidade Baixa", concluiu o veterinário.
Canonização
A freira teve a canonização marcada após o Vaticano reconhecer dois milagres atribuídos a ela. O primeiro foi reconhecido em outubro de 2010, quando Irmã Dulce foi beatificada. O segundo foi reconhecido em maio deste ano.
Os dois casos estão entre os três que estavam em análise do Vaticano. Os relatos de milagre foram enviados pelas Obras Sociais Irmã Dulce, em 2014, após avaliação de profissionais da própria instituição, que reúne mais de 10 mil casos na sede da instituição, em Salvador.
A canonização da beata será a terceira mais rápida da história (27 anos após seu falecimento), atrás apenas da santificação de Madre Teresa de Calcutá (19 anos após o falecimento da religiosa) e do Papa João Paulo II (9 anos após sua morte).
Fonte: G1 Bahia
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ResponderExcluirJá a admirava antes,agora então... ❤
ResponderExcluirÉ a primeira vez que ouço falar desse trabalho dela, junto aos animais. Pelo jeito. irmã Dulce era uma mulher perfeita.
ResponderExcluirEla era uma pessoa especial Veio para ajudar o ser humano é os animais
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