Pois é..... depois de tamanha negligência quem pagará o preço? os bichos, claro!!!! Não tem jeito mais não!!!!!
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Por falta de doses de vacina antirrábica, o Rio não terá a campanha anual de vacinação gratuita em animais contra a raiva, que acontece em setembro. O Ministério da Saúde, responsável pela distribuição das doses, informou que houve problemas na produção da Vacina Antirrábica Canina (Varc) e que elas serão
enviadas ao estado assim a que produção for normalizada, o que está previsto apenas para novembro. Mas, segundo a Subsecretaria de Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses do Rio (Subvisa), responsável pela vacinação nos animais, esse prazo é curto para a viabilização de uma campanha tão grande.
A raiva é uma zoonose que mata, causada por um vírus que acomete mamíferos, inclusive o homem, e é transmitida principalmente por meio da mordida de animais infectados.
A meta da campanha para esse ano era vacinar 500 mil animais. Com ela, em 2017, a prefeitura imunizou 468 mil cães e gatos (um aumento de 550% em relação a 2016), e 442 mil em 2018.
O ministério admitiu que a ação no Rio terá que ser reprogramada. A informação chega ao mesmo tempo em que a Câmara do Rio aprovou a frequência de cães nas areias das praias da cidade, desde que estejam, vacinados e vermifugados. O projeto vai para a sanção do prefeito Marcelo Crivella. Uma dose da vacina em clínicas veterinárias particulares custa a partir de R$ 45. A raiva é uma zoonose que pode matar, se não tratada. O Rio não registra caso em humanos há 33 anos.
A Subvisa, que imuniza animais contra a raiva o ano todo em seus centros de controle de zoonoses, confirmou que não recebeu novas doses e que o estoque para fazer a imunização em cães e gatos só dura até o fim de setembro. É que o órgão tem um excedente da campanha do ano passado e recebeu dez mil doses há quatro meses do governo do estado. Este ano já foram vacinados pela Subvisa mais de 14 mil cães e gatos.
De acordo com o Ministério da Saúde, as doses da Varc são entregues entre os meses de julho a setembro, conforme disponibilidade de armazenamento de cada estado. O ministério informou ainda que a campanha será realizada nos estados e nos municípios que registraram casos de raiva em cães, áreas consideradas de maior risco epidemiológico da raiva.
"Eu levo todo ano as minhas cadelas para vacinar na campanha. Onde eu moro, pago R$ 60 em cada vacina e é caro. Mas, esse ano vou ter que pagar porque não tem como deixá-las sem vacinar", disse a estudante Nathália Leandro Gama, de 21 anos, que tem Lola e Maya
Quem também a aproveita a imunização gratuita é a auxiliar administrativa Alexandra de Sousa Hazan Ribeiro, de 23 anos, tutora de Cristal, de 12. "Eu vacino a minha cachorra em campanha, agora terei que pagar porque nãm tem condições de deixar minha cachorra sem vacina. Ela já está com 12 anos, Deus me livre dela ficar doente agora", contou ela.
A distribuição das vacinas é feita pelo Ministério da Saúde para os estados, que enviam as doses aos municípios, que são os responsáveis por vacinar os animais. Segundo a pasta, atualmente, o Brasil encontra-se próximo à eliminação da doença causada por vírus canino da Variante 2.
Infectologista alerta para os riscos da falta da vacinação
Para o infectologista Edmilson Migowski, a falta da campanha anual de vacinação gratuita contra a raiva em animais é temerosa. Segundo ele, é devido a imunização que o Rio não registra casos da doença há três décadas.
"A interrupção dessa vacinação pode fazer com que esse cenário mude, e vai ser muito ruim considerando que a raiva é uma doença 100% letal. E a forma de fazer a prevenção é vacinando cães e gatos e isso tem que ser mantido", disse ele, alertando que as doses têm que ser dadas periodicamente.
"A vacinação em cães e gatos deve ser periódica porque, com o passar dos meses, o nível de anticorpos vai caindo e o animal pode ficar novamente vulnerável à raiva. E a maneira mais eficaz de prevenir a doença é com vacinação não só em massa, mas também em campanhas regulares feitas de acordo com a orientação do Ministério da Saúde", explicou Migowski, lembrando que morcegos também podem transmitir a doença.
"Morcegos já foram isolados no Rio de Janeiro portando o vírus da raiva. E morcegos se nutrem de sangue de animais, como cachorro, gato, gado e outros e aí você tem a possibilidade de animais adoecerem e transmitirem esse vírus aos seres humanos ou a outros animais", explicou o infectologista.
Estado não pediu doses ao Ministério da Saúde
Além de problemas na produção da Varc, o Ministério da Saúde informou que o estado do Rio não solicitou doses da antirrábica esse ano. A pasta explicou que adquire e distribui, por ano, aproximadamente 30 milhões de doses da antirrábica para demanda mensal e para a programação da campanha de vacinação dos estados. Esse ano, já foram enviadas 7 milhões de doses para todo o país.
Mas, ainda de acordo com a pasta, mesmo programada, a liberação das doses só acontece por meio do pedido oficial do estado, via Sistema de Insumos Estratégicos do ministério (SIES).
A médica-veterinária e conselheira do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-RJ), Márcia Andréa de Oliveira Souza, lembra que é preciso que o estado se planeje com antecedência para a campanha anual porque as pessoas esperam por essa ação para imunizar seus animais, já que muitos não têm condições de pagar e a campanha acontece próximo a essas pessoas.
"Houve mudança no governo e pode ser que o que ocorreu foi um desconhecimento dessa logística, da necessidade desse planejamento com antecedência. A população já sabe que tem a campanha e espera por ela. Nem todos podem pagar pela vacina e a campanha é importante porque vai até essas pessoas mais carentes. A raiva é uma zoonose e é muito importante vacinar os animais", disse a veterinária.
Questionada porque o estado não pediu as doses da antirrábica ao Ministério da Saúde, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou "que a Subsecretaria de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde (SES) esclareceu que o Ministério da Saúde definiu que serão mantidos, no âmbito nacional, estoques estratégicos para bloqueio de foco dos casos de raiva em cães e gatos".
E, ainda de acordo com a nota, para a campanha de 2019, serão distribuídas (pelo Ministério da Saúde) doses de vacina para municípios do Maranhão, Ceará, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Acre obedecendo critérios de prioridade de acordo com o risco epidemiológico definido.
Onde vacinar seu animal de graça
Além da ação nacional, a Vigilância Sanitária do município oferece a imunização gratuita ao longo do ano em suas unidades de zoonoses e ações regulares como a campanha “Se liga, bicho! Raiva é caso sério”, e o programa Prefeitura Mais Perto de Você.
- Instituto Municipal de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman. Avenida Bartolomeu de Gusmão 1.120, em São Cristóvão.
- Centro de Controle de Zoonoses, no Largo do Bodegão 150, em Santa Cruz.
Fonte: O Dia
Aí Rio, "é nóis". De mal a pior a passos largos. Uma vergonha. Não sei o que é pior: não ter vacina ou animais morrerem após serem vacinados, como já aconteceu. Afinal, a raiva está ou não erradicada no RJ? Ou está voltando, como tantas outras doenças?
ResponderExcluirAqui em São Paulo, quando Haddad foi prefeito, ele não queria gastar verbas com animais, fosse vacinação ou castração. Com a ajuda de Tripoli as castrações gratuitas ficaram limitadas apenas aos postos da SUVIS, assim como a vacinação. Então, quem não tinha condições de levar o animal até um desses postos, ficou com o animal sem castrar e sem vacinar. Não fosse o Tripoli, nem isso teríamos!
ResponderExcluirNão acredito na erradicação da raiva, pois o ser humano continua desmatando e invadindo áreas silvestres, trazendo morcegos para cidade. Basta um morcego doente para causar estrago.