A matéria está muito boa, principalmente, porque atesta a ineficácia de leis estaduais (RJ e SP) que proíbe o uso de animais em pesquisas da cosmetologia. Na época em que os projetos de lei estavam em votação fui recriminada porque insistia em taxa-los como "engana trouxa" já que o assunto só pode ser legislado pela área federal....
Tudo visando ganhar votos do segmento da proteção animal que insiste em se manter ignorante no como funcionam as leis do nosso país. Fazer o quê, né mesmo?
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Quanto vale o tratamento de beleza de uma pessoa? E se ela soubesse que o cosmético de sua marca favorita foi testado em um coelho indefeso e assustado? É verdade. Animais estão passando por sofrimentos de vários níveis para que mais e mais cosméticos possam ser comprados e usados. Um coelho, por exemplo, recebe aplicações de ácido nos olhos, seu pelo é raspado e algumas mudanças genéticas são realizadas antes mesmo que esses bichos nasçam.
Essa é a realidade por trás da indústria de cosméticos com testes realizados em animais. No site do People for the Ethical Treatment of Animals (Peta) é possível acessar uma lista contendo o nome das empresas que realizam esses tipos de testes. Marcas conhecidas como Avon, Dolce & Gabanna, Garnier, Johnson & Johnson, L’Oreal, MAC, Mary Kay e Victoria’s Secret estão incluídas na chamada “lista negra” do portal.
Em entrevista ao Pleno.News, Louise Patrício, CEO da empresa Beleza Pura & Você, que comercializa produtos livres de testes em animais, revelou o que há por trás desses testes e o quão cruéis eles são para os animais.
– As pessoas têm uma ilusão de que basta pegar o cosmético e aplicar e pronto. Na verdade, até que isso aconteça, animais ficam presos em laboratórios por uma vida inteira. Dependendo do teste, eles prendem o animal, raspam seu pelo e aplicam componentes para ver como vão reagir e o quanto o animal vai suportar. Os coelhos são muito usados em testes de verificação dos olhos porque a pupila deles é muito parecida com a nossa. Eles vão pingando o produto até que o animal fique cego. Esses animais passam a vida inteira sendo torturados e não sabem o que é viver em liberdade ou receber carinho – relatou.
Apesar de estudos comprovarem que os testes em animais não garantem a eficácia do produto na pele humana, as empresas continuam adotando o método porque o custo é infinitamente inferior. Louise explica que muitas das grandes marcas testam e produzem seus produtos na China, que está em primeiro lugar na realização desses exames que são obrigatórios. Em alguns laboratórios, os animais chegam a ser modificados geneticamente para que já nasçam sem pelos.
ANIMAIS SOB STRESS ABSOLUTO
Como forma de propagar informação sobre esses casos, a jornalista e ativista Silvana Andrade fundou a Agência de Notícias de Direitos Animais (ANDA). Silvana detalhou à redação do Pleno.News que os testes são absolutamente desnecessários, visto que existem métodos 100% substitutivos.
– Você tem testes de pele e de olho computadorizados e até mais efetivos do que os que são feitos nos animais que estão em um ambiente artificializado e com absoluto stress. Eles colocam um termômetro de 7 a 8 centímetros no reto dos animais. E eles ficam contidos em caixas com um espaço onde basicamente mexem os olhos e a cabeça. Atualmente, o botox também é testado nos bichos. Existe o teste de dose letal mediana (DL50), onde é dado 1g de um determinado ativo químico a um determinado número de animais para saber quantos morrem no aumento gradual dessas substâncias químicas. Além de coelhos, também são usados porquinhos-da-índia, camundongos, cachorros, porcos e macacos. Os produtos causam dor, irritação, ardência, cegueira. Alguns animais são obrigados a ficar com clipes nos olhos para mantê-los abertos o tempo inteiro aberto. São estudos, geralmente, feitos sem anestesia, provocando úlceras e hemorragias. Após testados, estes animais são descartados como se descarta um papel velho.
Além dos danos físicos, estes seres vivos passam a carregar problemas emocionais gravíssimos e permanentes. Mesmo que sejam resgatados, ainda sofrerão de stress pós-traumático, algo difícil de curar. Os animais desenvolvem neuroses em grau violento e apresentam um comportamento bastante agressivo.
INEFICIÊNCIA DOS TESTES
Na área de cosméticos, a estimativa é de que mais de 500 mil testes são realizados por ano. Entretanto, Silvana Andrade conta que os testes não garantem a segurança paras pessoas, que ainda assim podem ter reações fortes que podem, inclusive, levar à morte.
– Na década de 90, você tinha uma família de anti-inflamatórios que causou efeitos colaterais e mortes em 140 mil famílias só nos Estados Unidos. A empresa pagou quase US$ 5 bilhões em multa, mas lucrou US$ 15 bilhões em poucos anos. Os efeitos colaterais são a quarta causa de mortes no mundo. As indústrias de cosméticos lucram com a doença da pessoa e não é à toa que eles têm tanto dinheiro, assim como a indústria farmacêutica.
A empresária Louise Patrício acredita que a falta de informação sobre esses casos acaba colaborando para que o sofrimento dos animais continue. Com isso, as indústrias ficam mais ricas. Responsável por desenvolver, elaborar, produzir e acompanhar os efeitos e resultados de produtos cosméticos vendidos pela Beleza Pura & Você, Louise sempre avalia se tais marcas realmente são testadas em animais.
– A gente é meio ignorante em relação a vários assuntos e as pessoas ficam chocadas quando sabem sobre a realidade dos testes. É importante que o consumidor, que é quem tem o poder da escolha, saiba se uma empresa está preocupada com a saúde do consumidor e também com o bem-estar dos animais. A maioria que faz os testes não está se importando com a nossa saúde. Eles enchem os cosméticos com elementos altamente cancerígenos que se acumulam no organismo.
LEIS DE PROTEÇÃO
A Unilever tem sido alvo de várias acusações por ser favorável aos testes. Detentora de várias outras empresas, como Dove, Lux, Axe e Rexona, o conglomerado emitiu um comunicado onde afirma não realizar testes e que cumpre o banimento na Europa desde 2004 e apoia iniciativas globais similares.
Entretanto, no mesmo texto, a Unilever afirma que “em alguns mercados, parte dos ingredientes que usamos no nosso portfólio devem, ocasionalmente, ser testados por nossos fornecedores para atender às exigências legais e regulatórias; e alguns governos testam certos produtos em animais como parte de seus regulamentos”.
Em 2009, os países da União Europeia proibiram os testes em animais para fins cosméticos. Quatro anos depois, foi vigorada uma ação que bania a importação de produtos e ingredientes de forma a preservar a saúde e a integridade dos animais.
No Brasil, cabe ao Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA) elaborar normas de utilização animal de forma humanitária para fins de pesquisa e ensino. Em 23 de janeiro de 2014, o então governador de São Paulo Geraldo Alckmin sancionou um projeto de lei que proíbe o uso de animais para testes de produtos cosméticos, higiene pessoal e perfumes.
Em dezembro do mesmo ano, uma lei entrou em vigor em Santos (SP) proibindo a concessão ou renovação de alvarás de funcionamento para instituições que pratiquem testes com animais para quaisquer finalidades. Três anos depois, no Rio de Janeiro, deputados estaduais derrubaram o veto do então governador Luiz Fernando Pezão ao projeto de lei que proíbe a utilização de animais para teste de produtos cosméticos e de higiene pessoal. Entretanto, isso não proibiu a comercialização desses produtos.
Fonte: Pleno News
Ainda bem que esse peso de consciência eu não tenho. Eu não uso maquiagem, para muita gente é um meio de melhorar a aparência mas eu não tenho essa linha de pensamento. Sou do jeito que a natureza me fez, quem aceitar, tudo bem, se não aceitar paciência não vou modificar a minha maneira de ser por causa de terceiros.
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