Sujeira gerada pelas aves tem causado transtornos aos usuários, no Centro de Presidente Prudente.
A Prefeitura de Presidente Prudente deve arrancar 12 árvores na Praça Monsenhor Sarrion, no Centro da cidade, para tentar diminuir os
transtornos causados pela alta concentração de algumas espécies de pombos.
O anúncio foi feito na manhã desta quarta-feira (8) durante uma reunião que contou com a presença do prefeito Nelson Roberto Bugalho (PTB), de técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e de representantes da Igreja Católica e do Ministério Público.
De acordo com o prefeito, as árvores devem ser erradicadas no próximo fim de semana na praça, onde fica a Catedral de São Sebastião, para evitar que a operação cause transtornos aos usuários em dias úteis, já que o local concentra diversos pontos de ônibus.
A retirada, porém, deve ter anuência da Promotoria, que vai analisar o pedido feito nesta manhã pelo município. Um parecer deve ser emitido até o final desta quarta-feira (8).
Caso a retirada seja autorizada pelo Ministério Público, a Prefeitura deve plantar duas palmeiras para cada exemplar retirado da praça.
O objetivo é eliminar as árvores que servem de poleiros para os pombos. Sem locais para se abrigarem, a tendência é de que as aves procurem outros lugares para ficar.
Além de retirar as árvores, a Prefeitura também vai promover uma poda mais fina das espécies caracterizadas por servir de "abrigo" das aves, também na tentativa de eliminar poleiros formados entre os galhos.
As árvores erradicadas são da espécie conhecida como oiti, que são "próprias" para abrigar os pombos por conta dos finos galhos.
Diagnóstico
Segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, existem 157 exemplares de plantas na praça, entre grandes árvores, arbustos e pequenas espécies.
Desse total, 29 são oitis, que favorecem o "abrigo" das aves. Com a erradicação de 12 delas, 17 unidades vão permanecer no local. As que permanecerem, segundo a Prefeitura, vão passar por podas constantes e mais rigorosas, para evitar que os pombos fiquem nelas.
A ideia do governo é de que as aves sejam "espalhadas" pela cidade e migrem para outros locais.
André Gonçalves Vieira, biólogo do município, diz que as árvores que serão retiradas estão sobre bancos e perto das calçadas. A intenção é evitar a sujeira causada pelas fezes dos animais.
Ele disse que podas realizadas em algumas oitis já reduziram os transtornos em algumas áreas da praça. "Não era possível nem sentar em alguns bancos, mas agora você já vê gente sentada, porque não há mais sujeira. Com a poda, os pombos não têm onde ficar", disse ao G1.
O secretário municipal de Meio Ambiente, Wilson Portella Rodrigues, explicou ao G1 que as espécies que causam problemas na praça não são os pombos encontrados normalmente ao longo do dia pela população.
Ele afirmou que a quantidade de pombos "comuns" localizada ao longo do dia na praça não é suficiente para causar problemas nas imediações. As espécies são, geralmente, bem menores e mais barulhentas. E se concentram, principalmente, entre 18h30 de um dia às 6h30 do outro.
Sistema de som
Rodrigues afirmou ainda que os aparelhos sonoros instalados em 2014 pela Prefeitura de Presidente Prudente para espantar os pombos da praça não estão sendo utilizados porque o barulho incomodou a vizinhança da Catedral.
Ele falou que a medida surtiu efeito na Praça Nove de Julho, mas não na praça da igreja.
"Muitos moradores reclamaram do som emitido e, por isso, não pudemos mais usar", afirmou.
Ele defendeu que o sistema não foi ineficiente, porque funcionou parcialmente nos locais onde foi instalado.
Com a erradicação das árvores na Monsenhor Sarrion, é possível, segundo os técnicos da Secretaria de Meio Ambiente, que as aves migrem para a Nove de Julho. E, se isso acontecer, o secretário afirmou que o sistema sonoro pode voltar a ser usado. O custo seria em torno de R$ 5,5 mil por mês.
Rodrigues acrescentou que o som não é ligado, hoje, na Nove de Julho, porque diminuiu a incidência de pombos na localidade nos últimos anos, tornando a utilização do sistema desnecessária.
Mais cortes?
O prefeito Nelson Roberto Bugalho não descartou erradicar mais árvores no futuro. Ele disse que o município vai observar o comportamento das aves nesta primeira etapa de providências e, se o problema não for resolvido ou mitigado, mais pés poderão ser cortados.
"Não vamos eliminar o problema aqui da praça, mas vamos diminuir", disse Bugalho, ao G1.
Ele disse ainda que uma construtora deve patrocinar uma revitalização da Praça Monsenhor Sarrion. O projeto inclui, entre outras mudanças, alteração de bancos, lixeiras, conserto das guias e modificações no paisagismo.
As providências atendem a um inquérito civil instaurado neste ano pelo Ministério Público, que exige a melhor conservação do local.
"É uma praça importante, que abriga um grande número de pessoas. E precisa de alterações, necessita ser mais bem cuidada", afirmou ao G1 o promotor de Justiça Jurandir José dos Santos.
Sobre o corte das árvores, ele disse que técnicos da Promotoria vão avaliar a erradicação. "É uma questão não só de meio ambiente, mas também de saúde pública", ponderou.
O monsenhor José Antônio de Lima, pároco da Catedral de São Sebastião, responsável pela praça, afirmou que a ideia de erradicar as árvores é apoiada pela igreja.
“Acho que não vai eliminar todo o problema, mas vai ajudar. Espero que resolva essa situação, que persiste há anos”, disse o monsenhor ao G1.
Ele afirmou ainda que a população precisa ter uma “melhor consciência” ao usar a praça.
“Muita gente joga lixo no chão, alimentos. Isso aqui virou um terminal de ônibus, com muita gente passando diariamente. A população precisa cuidar melhor da praça”, afirmou.
Audiência pública
Uma audiência pública será realizada na Câmara Municipal de Presidente Prudente nesta quinta-feira (9) para debater o problema. A reunião está marcada para as 10h e é aberta ao público.
Devem comparecer à audiência o bispo da Diocese de Presidente Prudente, dom Benedito Gonçalves dos Santos; o secretário de Meio Ambiente, Wilson Portella Rodrigues; o secretário de Saúde, Valmir da Silva Pinto; o secretário de Cultura, José Fábio Sousa Nogueira; o responsável pelo Centro de Controle de Zoonoses, João Henrique Artero de Carvalho Leite; a responsável pela Vigilância Sanitária, Valéria Monteiro Vendramel; e representantes do Ministério Público e da Procuradoria da República em Presidente Prudente.
A Prefeitura de Presidente Prudente deve arrancar 12 árvores na Praça Monsenhor Sarrion, no Centro da cidade, para tentar diminuir os
transtornos causados pela alta concentração de algumas espécies de pombos.
O anúncio foi feito na manhã desta quarta-feira (8) durante uma reunião que contou com a presença do prefeito Nelson Roberto Bugalho (PTB), de técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e de representantes da Igreja Católica e do Ministério Público.
De acordo com o prefeito, as árvores devem ser erradicadas no próximo fim de semana na praça, onde fica a Catedral de São Sebastião, para evitar que a operação cause transtornos aos usuários em dias úteis, já que o local concentra diversos pontos de ônibus.
A retirada, porém, deve ter anuência da Promotoria, que vai analisar o pedido feito nesta manhã pelo município. Um parecer deve ser emitido até o final desta quarta-feira (8).
Caso a retirada seja autorizada pelo Ministério Público, a Prefeitura deve plantar duas palmeiras para cada exemplar retirado da praça.
O objetivo é eliminar as árvores que servem de poleiros para os pombos. Sem locais para se abrigarem, a tendência é de que as aves procurem outros lugares para ficar.
Além de retirar as árvores, a Prefeitura também vai promover uma poda mais fina das espécies caracterizadas por servir de "abrigo" das aves, também na tentativa de eliminar poleiros formados entre os galhos.
As árvores erradicadas são da espécie conhecida como oiti, que são "próprias" para abrigar os pombos por conta dos finos galhos.
Diagnóstico
Segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, existem 157 exemplares de plantas na praça, entre grandes árvores, arbustos e pequenas espécies.
Desse total, 29 são oitis, que favorecem o "abrigo" das aves. Com a erradicação de 12 delas, 17 unidades vão permanecer no local. As que permanecerem, segundo a Prefeitura, vão passar por podas constantes e mais rigorosas, para evitar que os pombos fiquem nelas.
A ideia do governo é de que as aves sejam "espalhadas" pela cidade e migrem para outros locais.
André Gonçalves Vieira, biólogo do município, diz que as árvores que serão retiradas estão sobre bancos e perto das calçadas. A intenção é evitar a sujeira causada pelas fezes dos animais.
Ele disse que podas realizadas em algumas oitis já reduziram os transtornos em algumas áreas da praça. "Não era possível nem sentar em alguns bancos, mas agora você já vê gente sentada, porque não há mais sujeira. Com a poda, os pombos não têm onde ficar", disse ao G1.
O secretário municipal de Meio Ambiente, Wilson Portella Rodrigues, explicou ao G1 que as espécies que causam problemas na praça não são os pombos encontrados normalmente ao longo do dia pela população.
Ele afirmou que a quantidade de pombos "comuns" localizada ao longo do dia na praça não é suficiente para causar problemas nas imediações. As espécies são, geralmente, bem menores e mais barulhentas. E se concentram, principalmente, entre 18h30 de um dia às 6h30 do outro.
Sistema de som
Rodrigues afirmou ainda que os aparelhos sonoros instalados em 2014 pela Prefeitura de Presidente Prudente para espantar os pombos da praça não estão sendo utilizados porque o barulho incomodou a vizinhança da Catedral.
Ele falou que a medida surtiu efeito na Praça Nove de Julho, mas não na praça da igreja.
"Muitos moradores reclamaram do som emitido e, por isso, não pudemos mais usar", afirmou.
Ele defendeu que o sistema não foi ineficiente, porque funcionou parcialmente nos locais onde foi instalado.
Com a erradicação das árvores na Monsenhor Sarrion, é possível, segundo os técnicos da Secretaria de Meio Ambiente, que as aves migrem para a Nove de Julho. E, se isso acontecer, o secretário afirmou que o sistema sonoro pode voltar a ser usado. O custo seria em torno de R$ 5,5 mil por mês.
Rodrigues acrescentou que o som não é ligado, hoje, na Nove de Julho, porque diminuiu a incidência de pombos na localidade nos últimos anos, tornando a utilização do sistema desnecessária.
Mais cortes?
O prefeito Nelson Roberto Bugalho não descartou erradicar mais árvores no futuro. Ele disse que o município vai observar o comportamento das aves nesta primeira etapa de providências e, se o problema não for resolvido ou mitigado, mais pés poderão ser cortados.
"Não vamos eliminar o problema aqui da praça, mas vamos diminuir", disse Bugalho, ao G1.
Ele disse ainda que uma construtora deve patrocinar uma revitalização da Praça Monsenhor Sarrion. O projeto inclui, entre outras mudanças, alteração de bancos, lixeiras, conserto das guias e modificações no paisagismo.
As providências atendem a um inquérito civil instaurado neste ano pelo Ministério Público, que exige a melhor conservação do local.
"É uma praça importante, que abriga um grande número de pessoas. E precisa de alterações, necessita ser mais bem cuidada", afirmou ao G1 o promotor de Justiça Jurandir José dos Santos.
Sobre o corte das árvores, ele disse que técnicos da Promotoria vão avaliar a erradicação. "É uma questão não só de meio ambiente, mas também de saúde pública", ponderou.
O monsenhor José Antônio de Lima, pároco da Catedral de São Sebastião, responsável pela praça, afirmou que a ideia de erradicar as árvores é apoiada pela igreja.
“Acho que não vai eliminar todo o problema, mas vai ajudar. Espero que resolva essa situação, que persiste há anos”, disse o monsenhor ao G1.
Ele afirmou ainda que a população precisa ter uma “melhor consciência” ao usar a praça.
“Muita gente joga lixo no chão, alimentos. Isso aqui virou um terminal de ônibus, com muita gente passando diariamente. A população precisa cuidar melhor da praça”, afirmou.
Audiência pública
Uma audiência pública será realizada na Câmara Municipal de Presidente Prudente nesta quinta-feira (9) para debater o problema. A reunião está marcada para as 10h e é aberta ao público.
Devem comparecer à audiência o bispo da Diocese de Presidente Prudente, dom Benedito Gonçalves dos Santos; o secretário de Meio Ambiente, Wilson Portella Rodrigues; o secretário de Saúde, Valmir da Silva Pinto; o secretário de Cultura, José Fábio Sousa Nogueira; o responsável pelo Centro de Controle de Zoonoses, João Henrique Artero de Carvalho Leite; a responsável pela Vigilância Sanitária, Valéria Monteiro Vendramel; e representantes do Ministério Público e da Procuradoria da República em Presidente Prudente.
FONTE: G1
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