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11/22/2017

Transplante de cabeça em cadáveres já é realidade. Em vivos, "está iminente"

Amigos, eu grifei os parágrafos finais para imaginarmos o que não sofreram os animais..... O artigo é de uma mídia de Portugal, então não estranhem a forma escrita.
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Sergio Canavero, o neurocirurgião italiano que anda há vários anos a estudar a melhor forma de transplantar uma cabeça humana, acredita que não falta muito até o conseguir depois de o procedimento ter sido levado a cabo "com sucesso" num cadáver.

Numa operação que demorou 18 horas, e foi levada a cabo na China, uma equipa de cirurgiões realizou o primeiro transplante humano de cabeça. Foi entre cadáveres, mas serviu, anunciou Sergio Canavero esta manhã, numa conferência de imprensa em Viena, para mostrar que é possível religar a coluna vertebral, os nervos e os vasos sanguíneos.

"O primeiro transplante humano de cabeça em cadáveres já foi feito" anunciou o neurcirurgião italiano, que é também diretor do Grupo Avançado de Neuromodulação de Turin, adiantando que o procedimento coube a uma equipa liderada pelo cirurgião chinês Xiaoping Ren, com quem tem trabalhado.

"O passo final para o transplante de cabeça como tratamento está iminente", garante Canavero, que tem um candidato: Um doente russo com atrofia muscular espinal, uma grave doença degenerativa de origem genética, que anunciou em 2015 o desejo de se submeter à uma intervenção cirúrgica pioneira. O paciente, de 30 anos, é o programador Valeri Spiridonov.

Resumindo a complexa operação, trata-se de colocar a cabeça de Spiridonov no corpo de um dador em morte cerebral, mas saudável. Para isso, o cérebro do voluntário terá de ser arrefecido até uma temperatura entre os 10 a 15 graus celsius para prolongar o tempo que as células cerebrais podem sobreviver sem oxigênio. A medula espinhal será separada com um bisturi especial, particularmente afiado, para depois ser religada com "uma cola especial".

Terminada a cirurgia, Spiridonov será colocado em coma durante três a quatro semanas, para impedir qualquer movimento, ao mesmo tempo que lhe serão administrados imuno-supressores para evitar a rejeição.

Mas a existência de um voluntário para o procedimento não diminuiu as dúvidas de muitos especialistas, que apontam o dedo ao excesso de riscos. Mesmo que a cirurgia seja um sucesso, no período pós-operatório o paciente não vai poder mexer-se nem comunicar de qualquer forma mesmo que tenha dores. "Não desejaria isto a ninguém... Não permitiria que me fizessem isto uma vez que há muitas coisas piores que a morte", afirmou, na altura, Hunt Batjer, presidente eleito da Associação Americana de Neurocirurgiões, à CNN.

Em maio deste ano, Canavero publicou um estudo, em que conta como, juntamente com outro cirugião, conseguiu ligar a cabeça de um rato ao corpo de outro. A experiência, publicada no CNS Neuroscience and Therapeutics, foi repetida com sucesso várias vezes, deixando os roedores com duas cabeças.

A maioria dos animais não viveu mais do que 36 horas, mas o neurocirugião sublinha que o seu objetivo não era mantê-los vivos, mas sim provar que é possível e que o primeiro transplante de cabeça em humanos está para breve.

Para a operação, os médicos usaram três animais de cada vez: o dador, o receptor e um terceiro para manter o fornecimento de sangue à cabeça transplantada, através de uma bomba.

Concluído o procedimento, foi possível verificar que o rato que tinha tido a cabeça transplantada conseguia ver e sentir dor, num sinal que de o cérebro estava a funcionar, apesar de separado do seu corpo original.

FONTE: sapo.pt

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