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3/04/2018

Por que a Nova Zelândia está liberando um vírus para matar coelhos

Sinceramente, eu não sei o que humanos tem na cabeça.... Eles criam desequilíbrio no meio ambiente e daí resolvem sempre matando os animais que nada mais são do que vítimas.... E os caras lá falam que o vírus mata em 3 a 4 dias os pobres coelhos.... Estou pegando uma corda pra enforcar nossa espécie....
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A Nova Zelândia está planejando espalhar um vírus para coelhos em uma tentativa de controlar o crescimento da população desses animais. Coelhos selvagens são vistos como uma praga em algumas partes do país, e o vírus, conhecido como RHDV1-K5, será liberado a partir de março.

Grupos de fazendeiros comemoraram a medida, enquanto outros grupos demonstraram preocupação - por exemplo, com os possíveis riscos que a medida pode significar para coelhos de estimação e com o sofrimento dos animais infectados.

Por que os coelhos são um problema na Nova Zelândia?
Os animais começaram a aparecer na Nova Zelândia por volta de 1830, e não é de hoje que criam problemas para fazendeiros. Os coelhos selvagens competem com o gado pelo pasto e danificam a terra com seu hábito de cavar.

De acordo com o Ministério das Indústrias Primárias - MPI, na sigla em inglês (similar a um Ministério da Agricultura) -, coelhos custam uma média de 50 milhões de dólares neozelandeses (cerca de R$ 116 milhões) em perdas de produção e mais de 25 milhões de dólares neozelandeses (R$ 80 milhões) em medidas de controle de pragas.

Como controlar a população de coelhos?
Os principais métodos são a caça, a intoxicação, a fumigação de tocas e, a medida menos drástica, a instalação de cercas "à prova" de coelhos. No entanto, autoridades argumentam que o problema ficou tão grande que essas soluções não são suficientes.

Uma primeira estirpe da doença hemorrágica viral do coelho (RHDV, na sigla em ingês) foi introduzida na Nova Zelândia em 1997. O vírus, que só afeta coelhos e não outros animais, era muito eficiente no início, mas depois de mais de 20 anos, os coelhos se tornaram imunes a ele. O que será lançado no mês que vem é uma nova estirpe coreana, conhecida como RHDV1-K5.

Ela afeta os órgãos internos do animal, causando febres e espasmos, coágulos sanguíneos e problemas respiratórios. De acordo com o MPI, essa estirpe age de maneira mais rápida, matando coelhos em um prazo de apenas dois a quatro dias após a infecção.

Como foi a reação?
As pessoas estão divididas. A Federação de Fazendeiros da Nova Zelândia afirma que a medida traz um "alívio enorme". "Há muitos fazendeiros desesperados por aí", disse o porta-voz Andrew Simpson à BBC. "Se mais um ano passasse sem o uso do vírus, o prejuízo ecológico para algumas propriedades seria incalculável".

Mas Arnja Dale, da Sociedade de Prevenção contra a Crueldade dos Animais, disse que a decisão de liberar o vírus foi muito frustrante, levando em consideração o "sofrimento que isso irá causar para coelhos infectados e o risco que representará para coelhos domesticados". "Nós defendemos o uso de métodos mais humanos", ela disse.

A entidade afirma ainda que a vacina que está disponível para coelhos de estimação não foi "testada de maneira adequada e não tem evidências suficientes de que irá oferecer a proteção necessária a eles."  No entanto, segundo o MPI, coelhos domésticos vacinados estarão a salvo. O órgão afirmou que o RHDV1-K5 foi liberado na Austrália no ano passado sem qualquer relato de problemas de coelhos vacinados morrendo por conta do vírus.

FONTE: BBC

2/05/2018

Perigo no mar: primeiro surto de morbilivírus em cetáceos na América do Sul chega ao Estado

A tendência é morrer muitos botos.... graças a lixeira que se tornou o mar.....
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Um surto de morbilivírus, deflagrado devido à elevada poluição química que afeta a costa capixaba, em especial a da Grande Vitória, é considerada a principal causa da alta mortalidade de golfinhos ou boto-cinza (Sotalia guianensis) que ocorre no Espírito Santo. Desde setembro de 2017, foram registrados 35 animais mortos, o triplo do número habitual para o período.

O morbilivírus provoca a queda de imunidade dos animais, tornando-os vulneráveis a doenças infecciosas – por outros vírus, bactérias, fungos e protozoários – como pneumonia e meningite, que acabam por levar os indivíduos a óbito.

O surto teve início no Rio de Janeiro, na Baía de Sepetiba – que banha os municípios de Itaguaí e Mangaratiba e abriga a maior população conhecida da espécie no mundo –, onde a mortandade já vitimou cerca de 200 animais, mais de 10% da população local da espécie, segundo um boletim técnico elaborado por pesquisadores do Laboratório de Mamíferos Aquáticos e Bioindicadores da Faculdade de Oceanografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Maqua/UERJ) e do Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP (LAPCOM/FMVZ/USP).

Das águas fluminenses, o surto já se espalhou também para São Paulo e acredita-se que já tenha chegado ao sul da Bahia.

Diferentemente de SP e RJ, no Estado ainda não foi possível isolar o vírus. A ausência de laboratórios apropriados para realizar o teste PCR (sigla em inglês para “reação em cadeia polimerase”) – só feito atualmente, no Brasil, na Universidade de São Paulo (USP) e na Fundação Osvaldo Crua (Fiocruz), no Rio de Janeiro – e mesmo de recursos financeiros para o envio de material para esses locais, ainda não produziu as comprovações definitivas, mas os pesquisadores e cientistas especializados em cetáceos, que atuam na tragédia em Sepetiba, estão trabalhando para viabilizar essas análises.

“Eu não tenho a menor dúvida que os golfinhos daqui estão contaminados com o mesmo vírus“, afirma Lupércio Barbosa, diretor-executivo do Instituto Orca, que há mais de três décadas estuda e atua na conservação de cetáceos no Estado, e tem se correspondido permanentemente com os pesquisadores do Maqua/UERJ.

A causa da ação devastadora do morbilivírus  nas águas capixabas também é a mesma que nas baías fluminenses, segundo o diretor-executivoda Orca. Ele explica que há um equilíbrio entre os patógenos que normalmente existem nos corpos hídricos – mar e outros – e os seres que vivem nesses ambientes, como animais e vegetais. A partir do momento em que ocorre um estresse ambiental, instala-se um desequilíbrio entre os patógenos e a fauna e flora locais, que ficam mais ficam suscetíveis a contraírem doenças e serem vítimas de mortalidades. “A Grande Vitória tem uma pressão antrópica muito grande, está cercada por várias fontes de contaminação”, diz.

A diferença, ressalta, é que Sepetiba e Guanabara são áreas abrigadas, enquanto no Espírito Santo o mar é aberto, com probabilidade de contágio menor. No RJ, “a transmissibilidade do vírus nessas baías é muito maior do que aqui”, contextualiza o ambientalista.

Em ambas as regiões, porém, os animais chegam moribundos às praias, em situação bem diferente de quando morrem afogados por serem capturados incidentalmente em redes de pesca, esta, até então, a principal causa de morte da espécie, mais de 90% dos casos. “Ocorre uma desintegração do tecido da pele, o animal começa a se desmanchar, como uma lepra”, descreve o pesquisador.

Contaminação em seres humanos
Semelhante ao que ocorre com a febre amarela, o morbilivírus não é transmissível – até onde se sabe – aos seres humanos, sendo os golfinhos os seus hospedeiros, assim como os macacos são hospedeiros do mosquito transmissor. Os animais, no entanto, sinalizam onde a doença está se instalando de forma mais intensa, evidenciando algum grave desequilíbrio ecológico.

No caso dos botos-cinzas, o agravante é que as doenças associadas ao morbilivírus são transmissíveis aos humanos. “Ao ter contato com a água onde está o animal, ou suas secreções e tecidos, dependendo da imunidade, a pessoa pode se contaminar sim”, alerta Lupércio.

A situação é muito grave e não está tendo o devido tratamento por parte dos órgãos ambientais e empresas, como ele alerta. “Esse momento é mais do que oportuno para que as instituições de pesquisa, as universidades, as empresas e os órgãos ambientais se unam pra fazer uma grande investigação”, convoca Lupércio, citando como exemplo de oportunidade mal utilizada, o Projeto de Monitoramento de Praias das Bacias de Campos e do Espírito Santo (PMP-BC/ES), executado pela empresa CTA - Serviços de Meio Ambiente, como condicionante do licenciamento ambiental da Petrobras.

O pesquisador lamenta que o projeto esteja limitado a recolher os corpos dos animais e levá-los para necropsias nas instalações das entidades que compõem a Rede de Encalhe de Mamíferos Aquáticos no Brasil (Remab), que, no Espírito Santo, são a Orca e o Instituto Baleia Jubarte, localizado no sul da Bahia “Esse projeto não prevê recursos pra fazer as necropsias, dificultando a obtenção de dados importantes sobre os animais”, explica Lupércio.

ES registrou o primeiro caso
O boletim técnico do Maqua/UERJ) e LAPCOM/FMVZ/USP informa que o morbilivírus  dos cetáceos foi detectado pela primeira vez no final da década de 1980/início da década de 1990, quando surgiram surtos em populações de golfinhos do Atlântico Norte e Mar Mediterrâneo.

No Brasil, o primeiro caso confirmado foi detectado em um filhote de boto-cinza encontrado em Guriri, no litoral norte do Espirito Santo, em 2010. Esta é a segunda vez que o vírus é identificado no Brasil, e a primeira vez que um surto da doença é detectado.

No boletim, os especialistas explicam que o morbilivírus  dos cetáceos afeta os pulmões, cérebro e o sistema imunológico. Os golfinhos se infectam preferencialmente por via respiratória, uma vez que os morbilivírus  geralmente são transmitidos por meio da inalação de aerossóis contendo partículas virais, ou então por contato direto entre os animais. Como nas baías de Ilha Grande e Sepetiba os botos formam grandes grupos, às vezes com mais de 200 animais, a transmissão deve ocorrer rapidamente e em grande escala.

Não se sabe quanto tempo o surto pode durar. “Tipicamente os surtos duram enquanto houver animais suscetíveis. Atualmente não há como parar a disseminação do vírus em populações de botos ou golfinhos suscetíveis, e não há vacinas ou medicamentos antivirais disponíveis que possam ser administrados de forma eficaz em populações de golfinhos em vida livre, informa o documento.

Evite se aproximar do animal
Um outro aspecto muito importante, destacado pelos pesquisadores, é que, como os animais estão vulneráveis devido à doença, é necessário que não haja aproximação excessiva de embarcações de grupos de botos. Botos, baleias e golfinhos são protegidos por lei (Portaria nº 117, de 26 de dezembro de 1996).

“Evite tocar ou aproximar-se do animal, vivo ou morto. Contate a equipe de monitoramento de praias de sua região”, orientam. “O morbilivírus  dos cetáceos não é infeccioso para as pessoas e animais de estimação, mas os golfinhos podem ter outros patógenos bacterianos ou fúngicos secundários que podem colocar em risco animais domésticos e as pessoas”, alertam.

No Espírito Santo, o Projeto de Monitoramento de Praias pode ser acionado pelo telefone 0800 039 5005.

FONTE: seculodiario

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