Escuta, como pode 0,2 filhotes sobreviverem de uma ninhada? Estou pedindo ajuda dos veterinários.... nas minhas contas é nenhum.... Tô errada, gente? De qualquer maneira, as chitas estão sendo incomodadas a ponto de prejudicar a criação dos seus filhotes..... Pobres animais!!!!
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Pesquisa feita no Quênia mostra que apenas 0,2 filhote por ninhada chega à vida adulta
OXFORD - Um turismo intenso tende a levar a uma redução dramática no número de chitas capazes de criar seus filhotes até a fase da independência, revela uma pesquisa da Universidade de Oxford, no Reino Unido. Realizado na savana de Maasai Mara, no Quênia, o estudo mostra que, em áreas com alta circulação de veículos turísticos, o número médio de filhotes de chita que se tornaram independentes era de apenas 0,2 filhote por ninhada — muito menos do que os 2,3 filhotes por ninhada esperados em áreas com baixo turismo.
Autora do estudo, a pesquisadora Femke Broekhuis analisou chitas na reserva do Quênia entre 2013 e 2017, para avaliar como a frequência de veículos turísticos afeta o número de filhotes que sobrevivem até a idade adulta. — Durante o estudo, não houve provas concretas de mortalidade direta causada por turistas (como veículos que acidentalmente podem atropelar filhotes) — diz Femke. — Portanto, é possível que os turistas tenham um efeito indireto na sobrevivência dos filhotes, alterando o comportamento de uma chita, aumentando os níveis de estresse dela ou minimizando o consumo de alimentos.
'ENCURRALADAS'
A pesquisadora afirma que viu até 30 carros ao redor de uma única chita, ao mesmo tempo.
— A maioria dos veículos que registramos em um avistamento de chita foi de 64 veículos em um período de duas horas — lembra ela. Muitos desses veículos turísticos podem reduzir a taxa de sucesso de caça das chitas, sugere o estudo. Mesmo se a caça for bem sucedida, a perturbação dos turistas poderia levar uma fêmea a abandonar sua matança, tornando-a menos propensa a prover seus filhotes.
EM BUSCA DE LIMITE DE CARROS
Femke considera "crucial que diretrizes estritas de observação da vida selvagem sejam implementadas e cumpridas". Ela sugeriu limitar a cinco o número de veículos em torno de uma mesma chita e não permitir que eles chegassem a menos de 30 metros de distância do animal.
Sarah Durant, ecologista que estuda chita no Instituto de Zoologia e na Sociedade Zoológica de Londres, que não participou do estudo, sugeriu que dirigir fora das estradas em savanas também deveria ser proibido, pois isso dificulta que as chitas evitem veículos turísticos. — O que é necessário é um turismo sustentável, que não aconteça ao custo da existência dessa espécie. É uma espécie que, afinal, esses parques são projetados para proteger.
PAPEL DA INDÚSTRIA DO TURISMO
Mas Femke Broekhuis faz questão de enfatizar que a indústria do turismo não deve ser demonizada:
— Os turistas podem desempenhar seu papel na conservação, respeitando a vida selvagem e minimizando distúrbios em avistamentos, especialmente de animais com filhotes — conclui ela.
FONTE: oglobo
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Pesquisa feita no Quênia mostra que apenas 0,2 filhote por ninhada chega à vida adulta
OXFORD - Um turismo intenso tende a levar a uma redução dramática no número de chitas capazes de criar seus filhotes até a fase da independência, revela uma pesquisa da Universidade de Oxford, no Reino Unido. Realizado na savana de Maasai Mara, no Quênia, o estudo mostra que, em áreas com alta circulação de veículos turísticos, o número médio de filhotes de chita que se tornaram independentes era de apenas 0,2 filhote por ninhada — muito menos do que os 2,3 filhotes por ninhada esperados em áreas com baixo turismo.
Autora do estudo, a pesquisadora Femke Broekhuis analisou chitas na reserva do Quênia entre 2013 e 2017, para avaliar como a frequência de veículos turísticos afeta o número de filhotes que sobrevivem até a idade adulta. — Durante o estudo, não houve provas concretas de mortalidade direta causada por turistas (como veículos que acidentalmente podem atropelar filhotes) — diz Femke. — Portanto, é possível que os turistas tenham um efeito indireto na sobrevivência dos filhotes, alterando o comportamento de uma chita, aumentando os níveis de estresse dela ou minimizando o consumo de alimentos.
'ENCURRALADAS'
A pesquisadora afirma que viu até 30 carros ao redor de uma única chita, ao mesmo tempo.
— A maioria dos veículos que registramos em um avistamento de chita foi de 64 veículos em um período de duas horas — lembra ela. Muitos desses veículos turísticos podem reduzir a taxa de sucesso de caça das chitas, sugere o estudo. Mesmo se a caça for bem sucedida, a perturbação dos turistas poderia levar uma fêmea a abandonar sua matança, tornando-a menos propensa a prover seus filhotes.
EM BUSCA DE LIMITE DE CARROS
Femke considera "crucial que diretrizes estritas de observação da vida selvagem sejam implementadas e cumpridas". Ela sugeriu limitar a cinco o número de veículos em torno de uma mesma chita e não permitir que eles chegassem a menos de 30 metros de distância do animal.
Sarah Durant, ecologista que estuda chita no Instituto de Zoologia e na Sociedade Zoológica de Londres, que não participou do estudo, sugeriu que dirigir fora das estradas em savanas também deveria ser proibido, pois isso dificulta que as chitas evitem veículos turísticos. — O que é necessário é um turismo sustentável, que não aconteça ao custo da existência dessa espécie. É uma espécie que, afinal, esses parques são projetados para proteger.
PAPEL DA INDÚSTRIA DO TURISMO
Mas Femke Broekhuis faz questão de enfatizar que a indústria do turismo não deve ser demonizada:
— Os turistas podem desempenhar seu papel na conservação, respeitando a vida selvagem e minimizando distúrbios em avistamentos, especialmente de animais com filhotes — conclui ela.