Animais são milagrosos e é uma pena que os tais "serumanos" não se deem conta disto...
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Há poucos dias, já mais adaptado às limitações decorrentes do AVC, o sr José Ribeiro surpreendeu a filha com uma carta escrita para sua gata Tica, provando que a indicação do médico e o laço de amor desenvolvido entre vovô Zé e sua gatinha foram um grande apoio no tratamento.
José Ribeiro da Silva sempre foi um
homem ativo. Começou a trabalhar jovem, como muitas vezes acontecia em sua época, formou-se em Engenharia Mecânica, casou-se, constituiu família e, 30 anos depois, aposentou-se na mesma empresa do ramo de fios onde trabalhava como Supervisor Mecânico das Máquinas de Linhas.
O destino, porém, nem sempre nos parece justo e , logo após a sua aposentadoria, o sr. José Ribeiro ficou viúvo e, alguns anos depois, em 2002, sofreu o primeiro AVC, quadro que se repetiu em 2007.
No início, o sr José Ribeiro, ficou totalmente paralisado, mas com o apoio e aceitação incondicional da filha caçula, a compradora Viviane Ribeiro, tratamentos médicos e fisioterápicos, ele teve muitas melhoras. Entretanto, a época do segundo AVC mais uma vez foi muito difícil e, dentre os sintomas, o sr. José Ribeiro tinha insônia. Para tentar ajudar, Viviane o levou para consulta em um neurologista chamado Dr. Ricardo Zanetti, médico que o acompanha até hoje, mas que, na ocasião, teve a sensibilidade de indicar um animal de estimação de forma terapêutica, umas vez que todas as necessidades de medicação do sr. José já estavam atendidas.
O Dr Ricardo Zanetti, então, perguntou: – Mas de que bicho ele gosta? E o sr. José Ribeiro, mais do que rápido e mesmo com a fala ainda enrolada, respondeu para seu médico: – Gato!
Pai e filha, que tinham deixado de morar em casa e haviam se mudado para apartamento, embora sempre tivessem tido animais, no momento não tinham nenhum bichinho com eles.
Depois da indicação do Dr Zanetti, nasceu o Vovô Zé, o responsável pela escovação e alimentação da gatinha Tica.
Além do vínculo afetivo e de todos os benefícios para saúde que todos os gateiros conhecem bem, a participação de Tica na vida do vovô Zé funcionou como complemento afetivo e estímulo cognitivo e motor, uma vez que ele precisava de muita fisioterapia por conta de sequelas na mão e perna esquerda.
Hoje, ele e a filha Viviane moram em um apartamento em São Paulo, no bairro Sacoman. Junto deles, além de Tica, também está na família a gatinha branca “Faísca Nina Nineza”, personagem de difícil resgate que inspirou Viviane a criar a página do Facebook RonRon de gato, espaço destinado a conscientização da adoção e posse responsável de gatos, mas que também é um cantinho onde um pouco do cotidiano da família humana e felina de Viviane aparecem de forma pontual. Ah, a página ainda traz sempre uma figura masculina na capa tanto para fazer o trocadinho com o nome “RonRon do gato” quanto para o aumento da aceitação de que homens também podem e devem gostar de gatos, diminuindo o esteriótipo de que gatos são animais de mulheres velhas e solteironas.
A Carta
Recentemente, ao voltar para casa, Vovô Zé contou para Viviane que tinha escrito uma carta para Tica, mais uma ação que, além deixar claro o amor que ele nutre pela gata, mostra o estímulo que vovô Zé sente a ponto de, apesar de todas as sequelas decorrentes dos AVC´s, sentar-se e, muito lentamente e mesmo com erros, escrever sobre sua querida netinha felina.
Muito emocionada, Viviane a transcreveu em sua página do Facebook para que ficasse mais clara para os leitores:
“RonRons… Ontem cheguei em casa e o Vovô Zé disse que tinha feito uma “carta” pra Tica que chama de Tatica. Ao ler me emocionei muito. Embora a letra confusa, sem regras gramaticais e a falta de coordenação de quem tem sequelas de 2 AVCs é a coisa mais linda que vi e li até hoje.
Ainda deixou espaços em branco pra eu preencher porque teve lapso de memória.
Mais tarde eu transcrevo a “carta”… ( Já digitalizei).
Tenho muito orgulho de ser filha do seu Zé. Meu Amor ❤💜
*Digitalizada na ìntegra*
Ela não chama Tatica tem outro nome Sophia Kyara Ribeiro. Ela dorme no sofá, tabua de passar roupa, cadeira, no chão, na cama da mãe dela no “raqui”, estante. A Viviane deixou um osso de frango em um prato jogar fora e ela pegou levou para cama. A Viviane foi deitar e começou machuca as costas dela era ossos que a Tatica tinha deixado no lençol. Ela gosta de danone na colher, sentada na cadeira. Ela levanta 1/2 dia come bebe vai no banheiro dela e depois vai arranhar o pneu da minha cadeira pra avisar que ela já levantou. Ela ronca muito quando esta dormindo. Ela gosta muito de comer. Quando ela está animada vai sentada no banco do passageiro olhando para todo lado como uma Madame. A Tatica passa muito tempo na janela da sala. Primeiro ela sobe na tabua de passar roupa, entra numa caixa que fica sempre para ela deitar. É uma caixa pequena mas ela dá um “geito” de caber dentro para ela dormir com o pescoço e rabo pra fora.
Ela sobe na tabua de passar roupa e passa para o lado de fora da janela entre o vitro e a tela. Ela fica olhando o passarinho vendo a portaria. O apartamento fica 8 metros da rua e lá fica muito carro estacionado motos e ela fica tomando sol e se distrai tanto com o movimento ela deita e dorme na Janela.”
Apesar das limitações, seu José Ribeiro segue feliz ao lado da família. Quando não está em casa, passeia pelo condomínio com a sua cadeira motorizada em velocidade além da permitida, acreditem se quiserem!
FONTE: contioutra
Sem dúvida é o melhor e mais poderoso tratamento.
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